domingo, 5 de julho de 2009

ALGO NÃO BATE CERTO...

A ilustração supra, copiada do EL PAÍS de ontem, veio alertar-nos para uma situação que consideramos muito estranha, reavivada pela edição desta semana do TEMPLÁRIO. Trata-se do recrutamento de docentes pelo Instituto Politécnico de Tomar. Conforme se constata, o IP de Leiria, uma instituição prestigiada, designadamente junto dos empregadores, sentiu a necessidade de tentar recrutar em Espanha Doutorados em Direito ou em Administração Pública. A própria iniciativa em si, já permite ter uma ideia, ainda que vaga, do estado presente do nosso ensino. Com milhares de licenciados em direito cada ano que passa, com dezenas de mestrados e de doutoramentos, em cada uma das Universidades, um Politécnico de referência parece não conseguir encontrar no mercado nacional ou simples candidatos, ou candidatos da qualidade julgada adequada por aquele centro de ensino superior.
Inversamente, é do conhecimento geral que há poucos e cada vez menos estudantes em matemática, sobretudo a partir da licenciatura. É por isso muito estranho que o Instituto Politécnico de Tomar tenha recusado recentemente a candidatura do tomarense Pedro Antunes, doutorado pelo Instituto Supeior Técnico com a nota máxima, uma das grandes esperanças da nova geração de matemáticos, que acaba de ser galardoado com um prémio nacional, conforme noticiou o TEMPLÁRIO, na primeira página desta semana.
Salvo melhor opinião, devidamente fundamentada, trata-se de uma situação que tem tanto de estranha como até de caricata. Num país com evidente falta de especialistas na área do cálculo, um tomarense que faz parte da nata da especialidade, é recusado num estabelecimento de ensino politécnico da sua terra. Que se passa afinal? Como foram recrutados todos aqueles que agora ocupam os lugares de topo do referido estabelecimento de ensino? Que habilitações têm realmente? Em que Universidades ou Institutos as obtiveram e quando? E os outros, a mão de obra barata, qual foi o método de selecção usado?
De acordo com a pequena opinião pública local, há por lá de tudo. Sobretudo licenciados sem qualquer outra preparação pedagógica. Há até quem agora ocupe lugares de coordenação e nunca tenha conseguido dar uma aula de jeito no ensino básico. Há até quem nunca tenha conseguido fazer umas alegações finais em condições. Há até quem tenha terminado a licenciatura em História com 10 valores e agora ocupe um lugar de coordenação. Há até quem tenha uns diplomas que não se sabe ao certo a que grau correspondem.
Há de tudo um pouco, como se vê. Só não há um lugar para um doutorado de alto gabarito, do melhor que existe neste país, que queria simplesmente ensinar e investigar na sua terra.
Mais estranho ainda, tudo isto ocorre e ninguém vê nada de menos correcto ou menos corrente. Aqui, porém, há uma explicação. O grupo que domina o IPT é, ao que consta, muito débil em pedagogia e didática, mas extremamente hábil em tácticas manhosas. Os dois jornais e as duas rádios locais não levantam ondas, porque são dirigidos por gente que trabalha ou lecciona umas aulas naquela Escola Superior. A autarquia, idem, idem. Os partidos do condomínio do poder, neste caso acompanhados pelo PP, idem, idem. De forma que, não fale o de baixo, que a boca também não...
Mas a realidade é cada vez mais volátil e as situações adquiridas cada vez mais frágeis. Já houve o abanão do governador civil, do qual nada resultou por enquanto, pois ninguém quer uma noiva feia, intelectualmente fraca, pouco organizada e gastadora. Há agora o terrível e perigoso período pré-eleitoral interno, para o qual se perfila já um movimento de cidadania, cujo objectivo principal pode muito bem não ser unicamente a autarquia. Fala-se em irregularidades e cumplicidades... Diz-se que tudo tem um fim... "Que c'est triste Venise au temps des amours mortes", cantava em tempos Charles Aznavour...

Mas pode muito bem suceder que os actuais dirigentes do IPT digam aos tomarenses aquilo que, segundo esta caricatura do Berliner Zeitung, citado pelo Le Monde, Berlusconi diz aos italianos. Se for o caso, teremos: "O que é que querem? A população e os dirigentes tomarenses gostam de nós assim !!!"

Redacção de Tomar a Dianteira

Nota final: Os interessados devem clicar em cima do desenho para o ampliarem, pois só assim poderão ver em condições que se trata de um desenho da escola surrealista, uma tendência artística que vem tentando arranjar admiradores em Tomar. Sem grande sucesso, ao que se diz...

7 comentários:

Anónimo disse...

Nesta terra tudo pode acontecer:
Um especialista em Matemática ser recusado no Politécnico, como o Padre Borga e o Dr. Luis Graça serem recusados na Santa Casa da Misericórdia para integrarem a irmandade!
Os mediocres têm medo que gente séria e capaz lhes roube o lugar!
Tácticas manhosas ao nível daquelas que inventam sondagens para tentar manipular opiniões.
Mas o pessoal já lhes começa a topar os truques
É por estas e por outras e que bons saem do país para triunfarem!
Já agora aproveito para evidenciar um facto que me tem saltado à vista:
O Politécnico de Tomar não quer nada com o Templário. Porquê?
Nunca vi um anúncio por mais pequeno que fosse naquele pasquim.
O pasquim de serviço é o CIDADE DE TOMAR. Poquê?
Será pelo Chico Madureira lé ficar empregado?
Responda quem souber!
Mas que anda por aqui muita coisa esquisita! Lá isso anda!
A crise não é só a nível económico é também... Anda por aí muitos fracos de espírito!
A Começar no IPT....

Um defensor dos paquins da terra.

Anónimo disse...

Se se derem ao cuidado de recuar uns anitos verificarão que o IPT funcionou sempre ao estilo "capelinha" onde só os acólitos de Pacheco y sus muchachos podiam participar (e ganhar $$$$$$).

O costume enraizou-se, as famílias consolidaram-se e tudo continua como dantes, apenas com pequenas diferenças de pormenor - mais refinamento e subtileza!.

Joao Henriques disse...

Antes de mais parabéns pela excelente cobertura que fazem da cidade e das notícias. Parecendo existir uma preocupação com a cidadania e a construção de uma sociedade pluralista e democrática, parece-me algo paradoxal que se permitam comentários anónimos e mais, que os próprios autores recorram a pseudónimos. Numa fase política atravessada pelo medo, pelo encobrimento e pela opacidade, seria de bom tom que quem aqui comentasse e escrevesse o fizesse de cara descoberta. Assim talvez sentissem mais o peso das palavras que escrevem.

Anónimo disse...

O IPT JÁ MANDOU ALGUNS DOUTORADOS INCONVENIENTES EMBORA.
ESTE JOVEM DOUTORADO EM MATEMÁTICA PROVAVELMENTE FICOU DE FORA PORQUE A SUA FORMAÇÃO ERA INCOMPATÍVEL COM A ÁREA PARA QUE ERA REQUERIDA A VAGA MAS O MAIS CERTO É TER HAVIDO CAMBALACHO.
POR EXEMPLO NA ÁREA DE MATEMÁTICA É PEDIDO UM PHD EM MATEMÁTICA MAS COM ESPECIALIDADE EM ESTATÍSTICA POIS CLARO QUE NÃO VÃO ACEITAR UM MATEMÁTICO PURO.
MAS QUEM TEM UM PRESIDENTE LICENCIADO E UM FUTURO PRESIDENTE NÃO DOUTORADO E UMA DIRECTORA DA GESTÃO LICENCIADA E UM DIRECTOR DA TECNOLOGIA EM ABRANTES LICENCIADO E UM DOUTORADO EM MATEMÁTICA A GERIR A ESCOLA DE TECNOLOGIA QUER O QUÊ?
A DIRECTORA DA BIBLIOTECA DO IPT DÁ AULAS TAMBÉM, O XICO MADUREIRA O QUE LÁ FAZ? BUFO! OS ALUNOS QUE PERDEM BOLSAS DE ESTUDO SÃO COLOCADOS A GUARDAR AS RESIDÊNCIAS... PARA QUÊ?
SEI MUITA COISA PORQUE INFELIZMENTE TRABALHO LÁ E TENHO QUE APAFAR A PALHINA POIS A COISA ESTÁ DIFÍCIL. MUITO PROVAVELMENTE O GAIO E O ESPARTEIRO VÃO EMBORA DO IPT POIS NÃO TÊM CARGAS LECTIVAS E NÃO INVESTIRAM NOS SEUS DOUTORAMENTOS. O IPT VAI COLIGAR-SE COM O IPS E A GESTÃO VAI LEVAR UMA MACHADADA POIS EXISTEM BUÉS DE DOUTORADOS COM CURRICULO E PUBLICAÇÃO CIENTÍFICA QUE METEM INVEJA AOS NOSSOS PROFS DE GESTÃO.
HÁ UM MALUCO NA GESTÃO QUE SÓ FAZ CENAS TRISTES E QUE FAZ O PRESIDENTE? NADA POIS O MALUCO É MALUCO MAS SABE MUITA COISA!

UM REVOLTADO

Anónimo disse...

Duas correcções:
O Templário também lá tem interesses, o seu director é lá professor.
Dos tais partidos do poder, não se conhecem interesses do PS no politécnico, a não ser dos renegados Mendes lá professor, e Alexandre, pai de professora.

Anónimo disse...

E o agora candidato Cúrdia, que também é PS e também lá vende umas aulitas, que a vida está difícil para todos.

Anónimo disse...

Directores empregados, professores directores e até malucos....da-se!