quarta-feira, 1 de julho de 2009

INÉRCIA IDEIAS, VALORES E CRÍTICA

Numa cidade como a nossa, onde tudo indica que continua a imperar o improviso, o desengomanço, o desenrascanço, o logo se vê, ou o dá-se-lhe um jeito, esta pequena notícia do PÚBLICO permite perceber que até os nossos patrícios brasileiros já concluíram que, sem ideias, não se consegue ir a a lado algum. Excepto para o abismo, para a decadência, ou para a miséria... Vai daí, gente humilde, prática e desprovida de ridículas arrogâncias, vão buscar as competências onde elas estão. Neste caso, na Universidade de Harvard, USA. Se até o presidente Lula da Silva, antigo operário metalúrgico, já entendeu, que levará os portugueses em geral, e os tomarenses em particular, a continuarem a aguardar que a realidade se adapte à sua visão do mundo, o que, naturalmente, nunca vai ocorrer? Se de cada vez que saíram de casa às nove, para apanhar o comboio das oito, ficaram sempre em terra, aguardam o quê para mudar de hábitos?
Sem planos, sem projectos, sem guiões, sem folhas de estrada, sem programas, chamam-lhes como quiserem, não é fácil realizar o que seja, pois nem sequer se sabe para onde se caminha. Sucede que, para elaborar qualquer um dos documentos acabados de citar, há necessidade prévia de definir e escolher objectivos, bem como de encontrar ideias novas, realistas e fecundas. A dificuldade maior reside na raridade de pessoas com capacidade criadora, inovadora. Afinal, a inteligência pode-se educar e tentar desenvolver. Mas é impossível aprender a ser inteligente. Ou se é ou não.
Ideias novas, fecundas e realistas, só se conseguem com alguma inspiração e muita "transpiração". Implicam, necessariamente, o conhecimento prévio e actualizado das opiniões e valores largamente partilhados pelos portugueses. Esta ilustração, retirada do PÚBLICO, mostra que apenas dois desses valores são comuns a mais de metade dos cidadãos -a paz e a liberdade. Seguem-se a Justiça, o respeito pelo vida, a honra/honestidade. Curiosamente, a harmonia social aparece em último lugar (em cima, no gráfico), o que parece indicar uma cada vez maior disponibilidade para reivindicar. Sinal dos tempos.

"Mas há mais: a comunicação social portuguesa tem pouca qualidade. Há excepções e delas falaremos, mas a regra é outra. E como há pouca crítica, pouca controvérsia, demasiados silêncios, não se separam as águas." Quem escreve assim ? Algum perigoso esquerdista? Um daqueles ideólogos do Bloco de Esquerda, anterior maoista ou trotsquista? Um anarquista?
Simplesmente o conhecido escritor e comentador social-democrata José Pacheco Pereira (blogue Abrupto, 29/06/09). "A loira do PSD", segundo o presidente Menezes da câmara de Gaia. Se tivesse um jornal, uma estação de rádio, ou uma televisão, começaria a tentar tomar providências, no sentido de melhorar substancialmente o produto oferecido ao público. Porque quando até o centro-direita começa a lastimar-se, as situação não é nada confortável para quem vive da informação...

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