domingo, 23 de maio de 2010

ONDE ESTAMOS E PARA ONDE VAMOS

Começo com uma visão nocturna indesmentível, hoje publicada no suplemento "Cidades" do "PÚBLICO", a cuja direcção agradecemos. Trata-se de uma fotografia de satélite, na qual as zonas mais habitadas são as mais iluminadas. A sequência de cores, da maior para a menor iluminação, é como segue: branco, magenta (vermelho), laranja, amarelo, verde, azul e preto (escuridão). Temos assim três grandes manchas populacionais na faixa costeira -Lisboa/Sintra/ Setúbal, Leiria/Marinha Grande e Porto/Gaia/Gondomar/Matosinhos. Seguem-se cinco nebulosas, a saber: Algarve, Coimbra/Figueira da Foz, Faldas da Serra da Estrela, Braga/ Guimarães e Trás os Montes.
Para nos situarmos, como comunidade humana tomarense, vai-se à mancha de Leiria/Marinha Grande, segue-se a cauda que desvia para a direita e aí encontramos um pequeno ponto amarelo e laranja. É o conjunto urbano Fátima/Ourém. Logo mais à direita, temos um outro pequeno ponto amarelo, numa manchita verde. Somos nós, os nabantinos. Pouca coisa afinal, se tivermos em conta o País, a Europa e o Mundo. A demonstrar aos mais distraídos que tudo é bastante relativo.
E já que falei de fotografia nocturna do país, aqui vai outra. Recente. "Noite de Tomar em grande: ruas cheias, restaurantes cheios, cafés cheios, e os Bares estão a começar a facturar. Crise? É já a seguir..." Luís Ferreira, vamosporaqui.blogspot.com, 23/05/10.
Partindo destes dois instantâneos antagónicos -um a mostrar que somos pouca coisa, mesmo no contexto regional; outro a afirmar que estamos na maior, apesar da crise- torna-se tarefa ingrata dar pistas sobre aquilo que nos espera no futuro próximo. Ainda assim, aqui vai.
No âmbito económico, vamos ter mais desemprego, mais crédito mal parado, menos consumo, juros mais altos, recessão, aumento da criminalidade (furtos, roubos, assaltos, abusos de confiança) e novas medidas de austeridade, que poderão passar pela supressão dos 12º e 13º meses, e/ou pelo aumento do IVA para 24/25%. Tudo isto até Dezembro, sendo certo que o governo não deixará de aproveitar o período de férias para implementar as exigências de Bruxelas que são mais impopulares.
Na área política, estamos numa situação parcialmente oposta à do governo. Enquanto Sócrates procura um acordo firme, PP Coelho vai concordando por episódios. De forma a conseguir que este governo seja forçado a levar à prática as medidas eleitoralmente mais gravosas, antes de tentar derrubá-lo com uma moção de censura. Inversamente, aqui nas margens do Nabão, há acordo firme. Não há é ideias políticas, nem conhecimento do real âmbito do protocolo assinado. De qualquer forma, parece evidente que com o agravamento da crise, a circunstancial maioria está atada de pés e mãos. Negociou e assinou, julgando que estávamos em plena fartura e que a cornucópia orçamental lisboeta era um manancial inesgotável, e agora catrapus! Acaba-se o crédito, sobem os juros e definham as receias correntes a olhos vistos! Azar!
Para uma autarquia que desde pelo menos há uma década tem recorrido à banca, como forma de conseguir honrar compromissos certos e permanentes (vencimentos, consumíveis, outras despesas de funcionamento), esta nova situação é levada da breca. E com uma maioria artificial, conquanto legal, da qual muitos cidadãos dizem que "são uns atados", vai ser o cabo os trabalhos.
Se o acordo de governação local se tivesse ficado por um lugar a tempo inteiro (ou dois meios tempos), e por uma relação detalhada das medidas a aprovar, ainda vá que não vá. Agora assim, é muita fruta para uma árvore tão débil, como a seu tempo se verá. Com a agravante de que, na melhor das hipóteses para os subscritores, que é ao mesmo tempo a pior para os eleitores, chegaremos a 2013 de rastos, com os eleitos PSD/PS queimados como o carvão, e sem obra alguma para apresentar. Não há dinheiro nem crédito, não há obras! É no que dá a excessiva apetência por lugares à mesa do orçamento. Vai ser bonito vai!

21 comentários:

Anónimo disse...

Caro Dr. Rebelo você é mesmo bom homem e ainda gosta de Tomar. São defeitos de nascença, que não têm cura. Mas em minha opinião pode com um pequeno esforço deixar de ser ingénuo, quanto aos actuais acordos políticos e alguns dos seus protagonistas.
Então você lá por ter uma tendência para o PS, julga alguns pelo todo.
Ainda espera alguma coisa de gente que só pretende emprego. Ontem tudo era mau, hoje vai tudo bem, desde que eles partilhem dos benefícios do poder. Se antes existiam grandes dificuldades da gestão da câmara e nos Planos, com uma estratégia errada e nos conduziu ao buraco em que estamos com os atentados á cidade e ao seu património, em que a propaganda se sobrepôs aos projectos, que valorizassem o património construído e a história de Tomar e a sua importância na região. O que mudou neste mandato? Nada. A não ser a partilha das desgraças entre o PSD e o PS.
Você ainda espera deste PS de Tomar, o quê? Dali só o pior.

Luis Ferreira disse...

Meu caro Prof.Rebelo

Quando se sabe bem onde se quer chegar, os caminhos e as dificuldades momentâneas, apenas são o sal que condimenta o caminho, o qual como sabemos, apenas se faz caminhando.

Sentado no sofá não se anda, meu caro.
E há-de convir que o nosso Concelho, que já viveu melhores dias, não só é viável, como terá na industria turística e cultural, parte essencial do seu desenvolvimento neste Sec.XXI.

E já que é hora, vamos lá ao trabalho, que com a caligula que tem estado, só a partir da madrugada é que se pode trabalhar.

Saudações
LF

Anónimo disse...

Será que já desligaram a luz e ainda não me percebi?...

Anónimo disse...

O ponto amarelo que diz ser Ourém-Fátima, é na verdade Torres Novas.

Este Luís Ferreira disse mesmo o quê? Não percebi nada. Trabalhar? Mas eles estão a fazer alguma coisa?
E depois tem a mania que é intelectual... caligula quer mesmo dizer o quê? Só se for sugerir alguém que termina abruptamente uma tarefa por entenderem os demais não ter condições para a desempenhar. Como o Calígula que foi assassinado pelo seus homens. Estará Luís Ferreira às seis da manhã a ter insónias prenunciadoras?

Anónimo disse...

"E já que é hora, vamos lá ao trabalho, que com a caligula que tem estado, só a partir da madrugada é que se pode trabalhar."

Mas que grande calinada!!!

Caio Júlio César Augusto Germânico (em latim Gaius Julius Caesar Augustus Germanicus; 31 de agosto de 12 d.C. - 24 de janeiro de 41), também conhecido como Caio César ou Calígula (Caligula), foi imperador romano de 16 de março de 37 até o seu assassinato, em 24 de janeiro de 41. Foi o terceiro imperador de Roma e membro da Dinastia Júlio-Claudiana, instituída por Augusto. Ficou conhecido pela sua natureza extravagante e por vezes cruel. Foi assassinado pela guarda pretoriana em 41, aos 29 anos. A sua alcunha Calígula (que significa "botinhas" em português) foi posta pelos soldados das legiões comandadas pelo pai, que achavam graça vê-lo mascarado de legionário, com pequenas caligae (sandálias militares) nos pés.

Canícula - grande calor atmosférico.

Ai o calor, o que ele faz à cultura de alguns!!!!!!!!

Anónimo disse...

Calígula? O que é isso sr. Luis Ferreira? Se se estava a referir ao calor não será canícula o termo correcto?

Francamente, olhe que está a deixar a Cultura muito mal...vou fazer queixa à ministra!

Anónimo disse...

Senhor Professor Rebelo, ajude-me por favor: pare-me que o vocábulo caligula utilizado no cometário das 06:20 está deslocado. Apelo à reconhecida sapiência de V. Exa. para o necessário esclarecimento. Obrigado

Anónimo disse...

Manhã de terça-feira. Vento, alguma chuva e ar fresco!
Por agora a caligula amainou e já se pode trabalhar no horário habitual!
Tomar é um espectáculo! Só agora percebi que temos um dialecto próprio! Aqui perto mora o minderico! Ando distraído! Tenho de pousar os sentidos, respirar fundo e arranjar calma para enfrentar as agruras do dia-a-dia!
Avança leão...

Luis Ferreira disse...

Bons dias estimados irmãos

É com prazer que em verdade vós digo que nào é Caligula que buscamos, na nossa demanda do Santa Graal.

Mas porventura e de facto, muito provavelmente fugiu-nos a boca para a verdade, pois tendo governado apenas quatro anos e morrido assassinado, caligula representa um pouco do actual estado das coisas.

Portanto e para bom entendedor, que se entenda que com a caligula que está, o melhor mesmo é fazer o que qualquer mortal que não nasceu rico tem de fazer: trabalhar, para acabar com caligula...

A canícula, essa deixem-na para os nossos amigos Bombeiros ficarem de alerta, o que não é ainda o caso.

E já agora, desculpem lá qualquer coisinha.
Aproveitem a vida, com boa disposição, espirito aberto e tentem descobrir quem é o Caligula.

Dão-se alvisseras... Lol

Anónimo disse...

Bom dia Luís! Agrada-me ver-te tão bem disposto. Mas olha que dão alvíssAras a quem não estropiar demasiado a língua do zarolho. E nossa, pois então!

Anónimo disse...

Irmãos uma porra! Antes queria ser cigano!!!

Anónimo disse...

Pessoal!!!!!!! Alvisseras...
Novo termo do dicionário luisferreirez-Português!

SIGA!!!

Anónimo disse...

É calinada atrás de calinada! Cada tiro cada melro!!!
É só koltura!!!

Anónimo disse...

Boa Luis, quase que pareces o José Sócrates. Cais mas não páras. levantaste logo e com mais vigor.
A política precisa de pessoas assim...
S.M.

Anónimo disse...

"Morreu assassinado" ou "morrido assassinado"?
Cá para mim estão a assassinar a nossa língua...

Luis Ferreira disse...

Como dizia um amigo meu há alguns anos: tu queres é música.
Segue a animação já este fim de semana com a apresentação do Festival Tomarimbando, o nosso Festival de percursão, que será o nossa grande evento de Julho.

Tenho umas minhocas no meu quintal e vejam lá que elas, as malandras, trabalham todos os dias a remover terra. Ando pensando, caros irmãos, que temos de as canonizar... Que Deus me perdoe... Cruzes canhoto!!!

E façam o favor de ser felizes...

Pensamentos soltos disse...

Neste caso parece que sim foi morto esse tal calígula, sempre a desviar atenções...

Anónimo disse...

"Mas porventura e de facto, muito provavelmente fugiu-nos a boca para a verdade..."

Ó homem decida-se...é porventura, de facto ou provavelmente?

É mesmo o que se chama encher o discurso para não dizer nada. Ou seja, encher chouriços para parecer "cóltu". Assumir o erro é que nunca! Na busca do "Santa Graal" há sempre palhaços de serviço. Só lhe falta começar a falar Inglês Técnico ou Portunhol...

Anónimo disse...

Assassinos...
Chapéus há muitos!

Anónimo disse...

E porque é que V.Exa. não segue o exemplo das suas minhocas do seu quintal: trabalhar todos os dias? Sem show-off...porque isso não é trabalho...é simplesmente show-off!

Anónimo disse...

Como escreveu o luis Ferreira, tu queres é música e ele nisso passa-te a perna.