sábado, 10 de dezembro de 2011

Mais uma desilusão!

Eu bem disse antes que não tinha grande esperança. Apesar disso, impelido pela minha congénita ingenuidade, lá fui. A Rádio Hertz organizara um louvável evento para debate da atribulada situação política local e convinha estar presente, participando até activamente, se fosse caso disso.
Numa noite gélida e com morrinha galega, éramos 35 nabantinos e equiparados, no salão da Junta de Freguesia de Santa Maria dos Olivais. Os 3 políticos oradores, 6 jornalistas e alguns acompanhantes dos oradores. Havia também meia dúzia de jovens, indicando que, também por estas bandas, se a juventude soubesse e a velhice pudesse, esta terra seria bem diferente.
O senhor presidente em exercício chegou acolitado pelo filho, cumprimentou alguns presentes, que nanja o autor destas linhas, manteve-se calado e saiu antes de a sessão terminar. Afazeres urgentes, sem dúvida...
Sobre as prestações dos três oradores, José Delgado (PSD), Anabela Freitas (PS) e Pedro Marques (IpT), que dizer? Procurando não ofender, ou ferir susceptibilidades demasiado à flor da pele -mormente nesta altura de grande instabilidade- cabe tudo numa frase curta e cada vez mais corriqueira: Foi tudo mais do mesmo. Previsível, banal, repetitivo. Apenas três pequenos factos novos: 1 - O PS anunciou que vai votar contra o Orçamento e plano para 2012; 2 - Os IpT discordaram dessa atitude socialista, achando que as coisas devem ser ditas no local próprio, seja lá isso o que for; 3 - Os oradores "pegaram-se" várias vezes, mais parecendo adolescentes no recreio da escola.
Após mais de 90 minutos de reiteradas vacuidades, chegada a altura das eventuais intervenções da assistência, um dos jovens presentes pediu um esclarecimento sobre o conselho municipal de juventude. Convenhamos que na actual envolvência internacional, nacional e local, era mesmo a pergunta que se impunha, tal é a enorme percentagem de adultos preocupada sobretudo com esse detalhe. Seguiram-se duas senhoras, ao que percebi professoras e novas por estas andanças. Uma deles manifestou-se esperançada ante a presença dos jovens, geralmente arredios da política, segundo referiu.
A última pergunta foi de José Rogério. Com uma precisão cirúrgica, disse em substância, que, estando Tomar numa emergência, tinha vindo na expectativa de ouvir apresentar adequadas hipóteses de solução, o que lamentavelmente não aconteceu. Ante a expectativa de respostas convincentes, um dos intervenientes, que me abstenho de identificar, para que se não diga que é má vontade da minha parte, foi peremptório: -Não há emergência nenhuma, vamos continuar a trabalhar, de forma a que Tomar volte a liderar. No fundo, porque não? Afinal, antes Pedro Marques referira uma vez mais que "No meu tempo... ... ...e as coisas correram bem." Só é pena os eleitores não compartilharem tal opinião em número suficiente.
Em conclusão:  Mais uma desilusão! Isto está mesmo uma desgraça! Ainda terá conserto?

3 comentários:

Virgílio Lopes disse...

Desilusão?

Para isso era preciso haver ILUSÃO...

Por mim, há muito que a não tenho.

Tanto mais, enquanto os protagonistas forem os tais Relvinhas, Carrõezinhos, Delgadinhos, Pedrinhos, Luisinhos e serviçais.

Vinho, vinho, só com uvas!
Omoletes, omoletes mesmo, verdadeiras, só com ovos!

CÂMARA SÉRIA, CAPAZ, COMPETENTE, EMPENHADA, COM RUMO, COM FIO CONDUTOR, QUE VEJA O CONCELHO COMO MAIS QUE A CIDADE, COM OBJECTIVOS QUE APENAS SIRVAM UMA ESTRATÉGIA PÚBLICA A PRAZO,

SÓ COM SERVIDORES!

NUNCA com gameleiros, com gente que SE QUER SERVIR, de uma ou de outra maneira!

E "estas tropas", doutouradas no oportunismo pessoal e político, não estão, como nunca estiveram, preocupadas com o futuro do concelho e das suas populações.

Estes "...inhos" estão todos na expectativa, á espera de ser o outro "a provocar as eleições" e, na ausência de seriedade, de ideias, de propostas, de um projecto, passarem o tempo de uma eventual campanha eleitoral a fazer chicana política em torno do "causador".

Mas, em toda esta trágica teia, há muitos responsáveis:

O POVO que continua a votar nesta gentalha, influenciado por caciques do "clero, da nobreza e do próprio povo".

O PSD que, em vez usar os votos para governar o concelho, os usou para garantir protagonismo ao Relvinhas, na altura em queda livre na política nacional, regional e local, tudo sob a capa de uma mancebia espúria, fingida de coligação que nunca o foi.

O PS, completamente domesticado pelo Luisinho, apressou-se a garantir a reeleição do "irmão" Relvinhas, em troca de chorudo "mensalão" para o dito, acompanhado por outros que nem teriam necessidade de comer à mesa do orçamento.
Agora, formalmente desavindos os "irmãos", ainda não deram qualquer sinal real de, "patrióticamente", fazerem um acordo pontual com as hostes do Pedrinho visando a destituição da actual Mesa da AM e eleição de uma nova, afastando o Relvinhas da influência "pesada" na preparação das condições para a queda da moribunda Câmara, com a consequente convocação de eleições intercalares.

Os IpT, 2ª versão, que não a de 2005, igualmente domesticados pelo Pedrinho, vão deslizando ao sabor dos interesses e do projecto de poder pessoal do dito, aviltando algumas pessoas que o não mereciam.
Deixaram, globalmente (sim, porque há honrosas excepções), desde há muito tempo, de ter uma conduta política assente nos princípios que enformaram a sua fundação em 2005.
Nas questões essenciais, bem ao contrário das declarações do Pedrinho, têm sido uma muleta do PSD. Vergonhosamente, nalguns casos.
Agora, no actual contexto, só tinham de fazer um acordo pontual com o PS, visando os objectivos que atrás se referem.

O FUTURO, se quisermos que seja diferente, que seja um corte radical com o Relvismo - modelo de gestão corporizado pelos interpostos Paiva, Carrão, Rosário, Ivo, Vicente e outros peões menores - não pode passar pelos actuais protagonistas políticos.

É TALVEZ ESSE O MAIOR DRAMA DA NOSSA TERRA!


Com todo o respeito,


Virgílio Lopes

Anónimo disse...

Subscrevo com satisfação tudo quanto aponta na sua excelente análise. Salvo num ponto fundamental, que lhe vai pôr os cabelos em pé. (Em sentido figurado, já se vê!) Refiro-me à vontade de punir Relvas, enquanto principal culpado da nossa triste situação. Conquanto não o tente branquear, é meu entendimento que, sendo as coisas o que são, sem ascensores de qualidade ninguém consegue ascender rapidamente aos centros de decisão e, por outro lado, mas no mesmo sentido, não é com vinagre que se apanham moscas.
Se até os militares portugueses em África acabaram por confraternizar com o inimigo, que antes combatiam e que os feria e matava...

Virgílio Lopes disse...

Meu caro Sr. Rebelo,

A sua posição não me surpreende. Está coerente com tudo o que tem escrito últimamente.

Só que, nunca explicou, a mim e/ou aos seus leitores o que é que Tomar deve (de bom) a Miguel Relvas.

Até que me evidenciem o contrário, Tomar só lhe "deve" muito de mau, de MUITO MAU.

Foi ele que SEMPRE escolheu a CORTE (leia-se Paiva, Carrão, Vicente, Corvelo, Rosário, Ivo e outros serviçais) e nunca a Corte que o escolheu a ele.

Porque quando a Corte teve condições internas (descrédito total do ex-UDP Luis Vicente e acólitos) e externas (afastamento feito por MFLeite e Pacheco Pereira) para o escorraçar, isso aconteceu. Ou seja, pela 1ª vez, perdeu as eleições internas para os órgãos concelhios do PSD.

Mesmo "ascensorizando" a conversa, ele nunca foi, nem será, nada de parecido com o general Oliveira.

O seu padrinho, justiça se faça, era um salazarista devoto, crente, que não esteve na política para enriquecer, para ter poder que lhe proporcionasse servir-se.

Serviu-se da posição que tinha para obter COISAS BOAS para a sua terra.

Este Relvas tem feito o inverso.
Serviu-se sempre de Tomar (é verdade que habilidosamente, diplomáticamente, cordialmente e com um mamar doce) para alcançar os SEUS objectivos, para galgar política e socialmente, para ENRIQUECER ilícitamente, à custa de expedientes e tráfico de influências exercido enquanto deputado e POLÍTICO PROFISSIONAL, sob as pomposas e fantasiosas designações de "empresário", "consultor", "assessor", "cidadão honorário", etc, etc.

E esta minha leitura não tem nada de PESSOAL e de PERSECUTÓRIO.

É apenas uma leitura factual do cidadão Relvas enquanto Político e só enquanto tal.

E termino este meu escrito, que já vai longo, com uma ADIVINHA :

QUEM ESCREVEU ISTO ?

" Miguel Relvas é agora secretário-geral do PSD, amigo íntimo e confidente de Passos Coelho, bem como putativo ministro de Estado num futuro governo laranja. Mas é também aquilo que já era quando não tinha qualquer outro cargo político -Presidente da Assembleia Municipal de Tomar, o parlamento nabantino. Além de Jaime Gama local, Relvas foi igualmente o negociador e estruturador da lista PSD que devia governar os tomarenses, assim como o pai da actual coligação transitória, que permite aos laranjas o exercício do poder autárquico, uma vez que apenas dispõem de maioria relativa.
Negociador, estruturador, pai, treinador e ideólogo da equipa autárquica, não se compreende de forma alguma que Miguel Relvas ainda não tenha julgado útil arranjar na sua agenda tempo para uma visita a Tomar. Já passou quase uma semana após a intempérie, pelo que o alibi da falta de tempo não colhe. Ainda hoje cá estiveram o Secretário de Estado da Administração Local, o deputado CDU António Filipe (que foi visto a apreciar o perfil do Gualdim) e os deputados do PSD pelo distrito, capitaneados por José Pacheco Pereira. De Miguel Relvas, porém, nem ditos nem modos."

QUEM TERÁ SIDO ??????????


Com todo o respeito,

Virgílio Lopes