quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Principais temas da semana

Abre-se hoje com um documento informativo de primeira importância, a ler unicamente por quem disponha de pelo menos 35 minutos. Se é o seu caso, clique aqui. Já viu e ouviu? Pois é exactamente esse o principal tema da semana. De tal forma grave que apenas um dos três semanários -O Templário- ousa noticiar na primeira página "Tensão na Câmara e Assembleia Municipal". Os outros fizeram de conta que "no pasa nada". Porque será?
Cidade de Tomar, por exemplo, faz manchete com a mudança de presidente, noticia a segunda rejeição da revisão orçamental na AM e a tomada de posse do novo vereador José Perfeito, tudo na primeira página. Já no interior, publica um comunicado de Carlos Carrão e outro da Comissão Política do PSD - Tomar, mas quanto a crise, nada! Vai tudo bem, como se sabe. Tirando o que está mal.
Também na primeira página, é notícia a manifestação na Praça da República: "Dezenas de pessoas apupam Miguel Relvas". Olhando as faixas e dísticos com mais atenção, constata-se que se trata de dizer não às portagens e de se opor ao encerramento de extensões de saúde, tão próximas daqui como Charneca, Almada, Santo Estêvão ou Porto Alto. É claro que as pessoas têm todo o direito de se manifestar, desde que o façam respeitando a legalidade republicana, como foi o caso. Mas valerá mesmo a pena vir de tão longe, apenas para tentar alertar Miguel Relvas, em Tomar na qualidade de presidente da AM e não como ministro adjunto?
Quando vejo este tipo de protesto, lembro-me sempre de um desabafo de Mário Soares, durante um pacato almoço da campanha eleitoral, na Casa do Campino, em Santarém, já lá vão mais de 30 anos. Na frente da nossa mesa um manifestante procurava insultar o então líder do PS, que muito calmamente exclamou: "Este (e mencionou uma determinada filiação partidária) já vem desde a Marinha Grande a tentar moer-me o juízo. Há que ter paciência!"

 N'O Mirante, a boa notícia é que, pela primeira vez desde há várias semanas, nesta edição não há qualquer referência jocosa ou outra ao vereador Luís Ferreira. Até que enfim!
As restantes notícias com interesse para os tomarenses referem-se à nova direcção do CIRE, à ascensão de Carlos Carrão à presidência e à manchete sobre o mercado municipal de Ourém, pelos vistos mais um mau investimento de cinco milhões de euros, segundo o actual presidente da edilidade. Se ao menos os autarcas tomarenses fossem lendo e meditando sobre estas coisas, mas não. Compraram e equiparam mais ou menos a tenda/sauna, e pronto. O resto, depois logo se vê. A Ordem é rica e os frades são cada vez menos. O pior é o resto. O que está para vir...

Na página dois O Templário titula "Poucos na despedida de Amândio Murta". Tão poucos que o padre Mário, sempre sincero e frontal, criticou a ausência da classe política e do povo de Tomar.
Mais adiante, na página 7, há um relato desenvolvido da recente Assembleia Municipal, bem como uma referência ao estranho comportamento da Câmara de Tomar, que "convocou os jornalistas para uma conferência de imprensa, que afinal não passou de uma declaração pública, sem direito a perguntas." Trata-se do comunicado já referido em post anterior, no qual o presidente Carrão culpa a oposição pela grave situação em que nos encontramos, como se ele ou os restantes elementos do PSD, a liderar a câmara há 14 anos seguidos, nada tivessem a ver com o assunto. Mesmo no século XXI, ainda há eleitos assim, convencidos de que os eleitores ou são mentecaptos ou imitam muito bem. Triste sina a nossa!

2 comentários:

simon disse...

Bom dia. É preciso um sacerdote denunciar a apatia de um povo que nunca está presente em nada nem sequer para prestar as últimas homenagens a um vulto grande da vida tomarense. Tomar tem aquilo que merece. os tomarenses não fazem, não querem fazer e esperam que alguém faça por eles. Façam o favor de continuar assim. Um bom Ano para todos com saúde.

Tomar Tótó disse...

Dizer que a classe política não compareceu ao funeral de Murta levanta interrogações: não sabem que a classe política aparece nos funerais para se mostrar ou para contactos/negócios de ocasião? Aparecem quando o falecido ainda tinha uma rede de influências? Por fim,há classe política em Tomar?
O povo não compareceu talvez porque já anda aflito, sem trabalho, ou tem medo de vir a andar já em Janeiro, ou já pensa em emigrar, seguindo o conselho dos sábios que governam. Possivelmente olham para o passado recente e acham que os que governaram Tomar podiam ter feito melhor, sem falar nos coveiros mais recentes. A que se podem agarrar hoje que seja herança de Murta?