terça-feira, 21 de agosto de 2012

Renasce a esperança

 Foto 1

 Foto 2

Foto 3

Quando já começava a habituar-me a esta apagada e vil tristeza, como escreveu o zarolho há mais de 500 anos, eis que há a registar duas agradáveis surpresas. No seu blogue alguresaqui.blogspot.com o socialista Hugo Cristóvão, ex-presidente da secção local e deputado municipal, aborda de modo quanto a mim assaz ponderado o problema da Estalagem de Santa Iria. As três fotos supra permitem visualizar o local que por vezes, como sucedeu hoje ao almoço, mais parece um stand de venda de automóveis usados, em vez de um estabelecimento hoteleiro de quatro estrelas, que devia ser de turismo de qualidade. Mas que qualidade, com o Mouchão repleto de chassos? -É o progresso, argumentarão alguns. Será mesmo?
Para além da estética, da ecologia e do bom-senso, a questão da estalagem constitui um tal emaranhado de problemas que enumerá-los e apontar-lhes hipóteses de solução seria de tal modo fastidioso que poucos leitores resistiriam. Motivo porque me limito para já a enunciar apenas alguns pontos de vista: 1 - Não faz qualquer sentido que uma autarquia de província enterrada em dívidas mantenha a propriedade plena de um estabelecimento hoteleiro, em princípio de qualidade, mas de reduzida capacidade; 2 - A actual "renda" mensal que devia ser paga pela concessionária (3 mil euros) é ao mesmo tempo demasiado elevada tendo em conta o volume anual de negócios e demasiado reduzida de acordo com aquilo que lhe é posto à disposição (instalações, móveis, roupas, outro recheio, incluindo decoração); 3 - No âmbito de uma eventual futura gestão adequada do turismo local e regional, a estalagem deverá passar a ter uma secção de cafetaria com esplanada, dotada de uma pequena biblioteca à disposição dos clientes, barcos e gaivotas de recreio, bem como um passadiço para peões, ligando-a ao jardim e à piscina do Hotel dos Templários, no local da foto 2, conforme já existiu aquando do congresso da ANP, imediatamente antes do 25 de Abril; 4 - Naturalmente que essa hipótese apenas fará sentido mediante acordo prévio com a sociedade proprietária do hotel. 
Fica esta curta enumeração para memória futura, sendo certo que falar de unidades hoteleiras à beira-rio, leva a pensar no Nabão, no campismo, na Levada, no Convento de Santa Iria, no Mercado, no Mouchão, no ex-estádio, no Açude de Pedra... O costume!
Também hoje e num excelente alarde de competência, o jovem tomarense Virgílio Alves, que sei estar a estagiar num banco, resolveu honrar este blogue com um contributo escrito de assinalável valor, tanto em termos de qualidade da escrita, quanto no que concerne às ideias expostas. Está nos comentários ao post anterior e aconselho vivamente a sua leitura atenta. Não se trata, claro está, da redescoberta da pólvora, nem sequer de obra acabada, mas constitui um óptimo contributo para o debate da problemática local, deixando antever que há fortes hipóteses de a próxima campanha eleitoral vir a ser -finalmente!- digna desse nome. Já não era sem tempo.

1 comentário:

templario disse...

DE: Cantoneiro da Borda da Estrada

O Dr. Rebelo fez muito bem em escrever o que escreveu no seu último parágrafo deste post. Aplaudo.

Há dirigentes políticos a quem anos de experiência nada ensinaram, a não ser uma certa arrogância cagada lá do alto da sua sapiência... pequeno-burguesa, e mais radicalista do que supõem. Não admira que os partidos estejam às moscas e polvilhados de oportunistas, e que por isso, muitos jovens andem por aí aos "tiros" sozinhos, sem enquadramento, onde possam expressar a sua irreverência e, por que não, o seu idealismo, muitas vezes como reação a um sociedade onde impera o ambiente negativo, e uma moral decadente, propícia à utopia.

Não assassinemos a utopia!

Cabe aos partidos políticos aproximarem-se desses jovens, muitas meneiras há para o fazerem, e garantirem-lhes que há no sistema partidário um espaço para eles, para a sua generosidade, para as suas capacidades, para o seu idealismo, para a sua utopia.

A proposta de programa do Sr. Virgílio merece consideração e respeito.