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Estou como a candidata do PS, que em declarações à Hertz informou não ler blogues. Pois eu também não oiço a Hertz. Estive só a ouvir a líder socialista local. Que fala muito bem e diz coisas muito interessantes. Estas, por exemplo: (cito de memória) a idade traz bom senso, ponderação, experiência; os partidos estão muito afastados dos cidadãos; os eleitores votam mais em pessoas que em siglas partidárias.
A declaração mais surpreendente e bombástica foi porém a da ambição de constituir uma frente ampla anti-PSD, liderada bem entendido por ela própria. Que não se coibiu de precisar: "tudo está em aberto, menos a minha liderança". Seguiu-se a enumeração dos desejados nubentes para esse almejado casamento polígamo: BE, CDU, IpT, CDS. Leu bem. Da extrema esquerda local à direita civilizada. Só o PSD está excluído, uma vez que é considerado o inimigo principal, como diria o Jerónimo.
Parece-me claro que tal coligação nunca passará de mero rascunho mental, de um projecto ainda por definir. Apenas os IpT teriam nela alguma vantagem, caso viessem a conseguir encabeçar a lista, único lugar digno para o ex-presidente Pedro Marques, segundo o próprio. Uma vez que Anabela Freitas já excluiu liminarmente essa hipótese, lá se vai outra vez o sonho por água abaixo. É pena. Se assim não fosse, deixaria de haver uma espécie de "ménage à trois" no executivo tomarense, que infelizmente há mais de um ano que nem coiso nem saem de cima.
Bem vistas as coisas, fazendo contra má fortuna bom coração, talvez a futura refrega eleitoral venha a ganhar algum alento com o previsível malogro da projectada "frente ampla". Acossadas pela crise, as três formações (PSD, PS, IpT) com hipóteses, terão de esforçar-se uma vez mais, no sentido de conseguir uma maioria absoluta. Sem a qual, tendo em conta a complexa situação camarária, o melhor será nem tomar posse. Por razões óbvias...
No seu longo, complexo e bem articulado discurso, a candidata socialista mostrou-se intrigada perante o processo ParqT. Disse não perceber o que terá levado o executivo a optar por um tribunal arbitral, em detrimento do tribunal administrativo de Leiria, renunciando assim a qualquer posterior hipótese de recurso. Tem razão. Mas será melhor esclarecer antes o motivo ou motivos que originaram a postura de António Paiva, ao infringir o acordo que antes subscrevera, sem disso dar conta à outra parte, o que tornou possível a queixa da Bragaparques no tribunal administrativo, logo seguida do recurso ao tribunal arbitrário, que lhe deu razão = um cheque de 6,5 milhões de euros, por uma instalação que não vale nem metade...
Apesar de zarolho, Camões tem-se revelado excelente em previsão: "Cesse tudo o que a velha musa canta / Que outro valor mais alto se alevanta." Alevantou, neste caso.
6 comentários:
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
Felicito a Dra. Anabela Freitas pelo desafio lançado para uma coligação alargada contra este PSD, que nada tem a ver com o PSD original (penso eu...). Mais ainda pela circunstância peculiar deste "PSD" ter agora a sua LAPA em Tomar, criada pelo jagunço político Miguel Relvas.
É claro, numa remota hipótese de isso vir a acontecer, a liderança é do PS, e a líder só poderá ser Anabela Freitas, uma vez que foi essa a escolha do PS; embora, pessoalmente, preferisse o Dr. Hugo Cristóvão, talvez por a não conhecer. Mas ainda não perdi a esperança de a conhecer melhor.
Mas este sinal de abertura deve mobilizar as estruturas políticas locais, especialmente do PCP e dos Independentes. Sabemos que o PCP já declarou não querer alianças, embora as mantenha subrepticiamente com o PSD em dezenas de autarquias. Conheço uma Junta de Freguesia, Algueirão-Mem Martins, 120.000 habitantes, concelho de Sintra, onde mantém uma coligação com o PSD desde 2009, embora não tenham ainda conseguido aprovar um Orçamento sequer. Situação muito curiosa... Mas o PCP mantém também uma aliança encapotada com o PSD, com o Fernando Seara, a troco da presidência dos SMAS para o cabeça de lista do PCP nas autárquicas de 2009. E conheço mais casos.
O Dr. Pedro Marques pode, se quiser, ter papel decisivo para atingir esse objetivo, caso estivesse disposto a mergulhar na realidade e privilegiasse os interesses dos tomarenses, obrigação que lhe cabe, num processo destes, dado as responsabilidades que já assumiu no município tomarense. É tudo uma questão de bom senso. Nem todos podem ocupar numa equipa o lugar de pontas de lança, depende da tática e estratégia para cada jogo, e nem sempre joga o que marca mais golos...
Mas uma solução como a que propõe A.Freitas precisava de uma firme movimentação dos militantes de base dos respetivos partidos.
Semtem-se à mesa. E volto a oferecer-me para moderar essas reuniões, pelo menos a primeira, com a garantia de que haveria uma segunda reunião. E a haver uma segunda reunião, o êxito estava assegurado.
Tenho a vantagem de me dar bem e de me dar mal com todos eles. E sou um bom moderador.
Há uma quase certeza: se cada um for para seu lado, o PSD vai ganhar outra vez as eleições. E isso constituiria uma desavergonhice da oposição no seu conjunto. Obrigaria mesmo a demitirem-se dos cargos que ocupam.
Vamos lá rapiazada! alianças e coligações são processos de alta política. Será que vão estar à altura do desafio?
Os munícipes agradeceriam.
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
Aditamento ao meu comentário anterior.
Se essa aliança a termo (não gosto do termo "frente", por ser anti-partidos) for para a frente e veencer, deixo aqui uma promessa:
Irei viver em Tomar durante um ano. Ora isto é um contributo económico não desprezível.
"Há uma quase certeza: se cada um for para seu lado, o PSD vai ganhar outra vez as eleições"
- Mesmo quase, porque ainda não se sabe o efeito que terá sobre as pessoas a governação de Passos Coelho.
A priori, o PSD sairá gravemente "ferido" nestas eleições autarquicas que se avizinham.
Independentemente de tudo isto, Carlos Carrão deverá ser o candidato do PSD, pelas fortes ligações a Miguel Relvas...
À luz dos últimos acontecimentos, a a candidatura de Carrão pelo PSD parece ser uma hipótese cada vez mais remota. Por um lado, o péssimo resultado da sondagem deste blogue, que já ultrapassa as 600 respostas, não deixa quaisquer dúvidas. Por outro, o próprio Miguel Relvas desabafou ontem (telejornal das 20, RTP 1)que até agora tem votado em Tomar, mas em 2013 vai votar Fernando Seara, em Lisboa.
Muito pragmático o nosso ministro adjunto do primeiro-ministro... "Portugal é Lisboa; o resto é paisagem."
Caro professor,
Não resisto à piadola:
-A ver pelo exemplo das benfeitorias que conseguiu para Tomar, a ganhar o PSD em Lisboa, bem podem os alfacinhas botar os pés de môlho!
Já quanto à "coligação", já por aqui manifestei bastas vezes que a esquerda se deve unir e deixar-se de "merdas" de identidades e protagonismos. O PS tem muitos defeitos, o PCP tem muitos defeitos e o Bloco de Esquerda muitos defeitos tem, mas os três também têm muitas virtudes e a junção delas certamente seria benéfica para a população. Ganhas as eleições, aí sim, cada um dos partidos deve tentar ganhar protagonismo, nas acções concretas em defesa e desenvolvimento do concelho, dos seus empresários, trabalhadores, dos jovens e dos idosos, funcionando como uma equipa preocupada, realmente, em fazer andar o concelho para a frente. Recordo que foi num processo "parecido", que o único vereador da CDU grangeou fama.
Em modo natalício,
DE: Cantoneiro da Borda da Estrada
Caro Leão da Estrela, 100% de acordo consigo:
"Ganhas as eleições, aí sim, cada um dos partidos deve tentar ganhar protagonismo, nas acções concretas em defesa e desenvolvimento do concelho, dos seus empresários, trabalhadores, dos jovens e dos idosos, funcionando como uma equipa preocupada".
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