OUTRAS LATITUDES, OUTRAS ATITUDES

Aspecto de um trecho da Grande Muralha da China


Os visitantes na Cidade Proíbida

A Praça Tien An Men

António Rebelo

Tendo em conta o agravamento da crise e o facto des estarmos agora nas tradicionais Férias da Páscoa, resolvemos retomar a nossa série de viagens "Outras latitudes, outras atitudes". Desta vez decidimos publicar algumas imagens da China. Antes de mais, porque é um dos raros países que ainda resiste à crise, com um crescimento anual da ordem dos 6%. Depois, porque sendo o estado chinês de longe o maior credor dos USA, se resolverem começar a vender no mercado internacional parte dos títulos do tesouro americanos, vamos todos por água abaixo. Finalmente, porque enquanto os chineses, confrontados com o facto de não respeitarem a ortodoxia comunista, respondem geralmente que "Não interessa a cor do gato; o importante é que cace ratos", aqui em Tomar não é bem assim, como passamos a explicar.

A contas com uma situação de crise até agora desconhecida, alguns "tomarenseiros", por iniciativa própria ou a mando de terceiros, começaram a difundir, na opinião pública e na reduzida blogosfera tomarense, a ideia de uma coligação eleitoral de esquerda unida. Sucede que, assim à primeira vista a ideia até é sedutora, porque potencialmente ganhadora, considerando que se o PSD congrega de facto toda a direita, só uma resposta unida lhe poderá fazer face em igualdade de circunstâncias. Estava-se nisto, quando anónimos geralmente bem informados revelaram a outra vertente da coligação. Segundo eles, essa frente de esquerda só poderia ganhar se liderada pelo Eng. Bruno, há 23 anos presidente da direcção da Gualdim Pais, deputado municipal da CDU, ex-UDP e "candidato natural da esquerda". Ficamos assim a saber que na China Comunista "pouco importa a cor do gato, desde que cace ratos". Aqui nas margens do Nabão, pelo contrário, há pessoas que até já sabem muito bem qual a cor do gato que melhor caça ratos, apesar de ele até à data só ainda ter caçado subsídios. É por estas e por outras do mesmo calibre que vai ser muito difícil sairmos da cepa torta. Se conseguirmos sair...

E passamos às fotografias. A primeira dá uma muito pálida ideia da Grande Muralha da China, que tem mais de três mil quilómetros de extensão, doze metros de altura e cinco de largo. Uma parte dela, onde foi tirada a fotografia, fica bastante perto de Pequim, a capital do país. É a única obra humana visível do espaço, segundo informações dos astronautas americanos.

A segunda foto foi tirada no interior da Cidade Proibida, o antigo Palácio Real, em Pequim, num dia normal de visita. Reparem na densidade de visitantes, que têm à disposição, mediante pagamento, visitas guiadas com guia, ou por mp3, em 14 línguas diferentes, incluindo o português. É quase como aqui no Convento. Quase...

A última foto mostra uma pequena parte da Praça Tien An Men, em Pequim, a maior do mundo, com cerca de 15 vezes o tamanho da nossa Várzea Grande. Ao fundo a fotografia oficial de "Grande Timoneiro", antes Mao Tsé Tung, actualmente Mau Zé Dong. Até o nome os ocidentais foram obrigados a corrigir... É o que dá passar da escrita ideográfica para a fonética.

Amanhã haverá mais.