Em Tomar a dianteira, talvez por ser uma actividade de amadores, procuramos nunca deixar as coisas mal acabadas. Do tipo "próquié serve", "não vale a pena gastar mais cera com ruins defuntos", "játábomdemais", "pra quem é bacalhau basta", "vão lá fazendo que eu já venho dar uma ajuda". Após o artigo "Entalados e ofendidos", do passado Domingo, no essencial reproduzido do EXPRESSO, fomos procurar, comprar, ler e comentar o livro nele calorosamente
recomendado: Perceber a crise para encontrar o caminho, Vítor Bento, Deplano Network, colecção binomics, 190 páginas, 17 € na book.it (Modelo).
O que segue são apontamentos de leitura, elaborados com a intenção de posterior publicação aqui.
Quem ler o livro, concluirá que há nele muitos posições praticamente homólogas de outras anteriormente publicadas neste blogue. Convém por isso esclarecer (não vá o diabo tecê-las...) que não conhecemos pessoalmente Vítor Bento, nunca com ele tivemos qualquer contacto anterior à leitura do livro, que apesar de editado em Abril, só agora foi apresentado nos jornais e posto à venda aqui nas berças. Simples coincidência, portanto, a tal convergência analítica? Julgamos que nem tanto. Apenas consequência de ambas as partes viverem no mesmo meio sociológico, escreverem na mesma língua e terem estudado a mesma disciplina. Mas caberá aos leitores a última palavra.
Logo a iniciar a obra, Vítor Bento cita autores conhecidos, entre os quais Camilo Castelo Branco, em Memórias do cárcere, 1862: "Em Portugal nada nem ninguém pode ser grande, nem sequer ladrão. Quando alguém sai da mediania que a sociedade consente, logo se erguem contra ele forças conjugadas dos vários poderes ameaçados, reduzindo-o à insignificância do descrédito ou da prisão. Não se admirem, portanto, que em Portugal não haja grandes crimes nem grandes obras. A grandeza tem fortes inimigos entre nós." Está assim dado um dos tons gerais da obra.
Bem mais adiante, após uma primeira parte de 117 páginas, cuja leitura é por vezes árdua, o autor continua a pôr o dedo na ferida: "Mas uma das maiores dificuldades que Portugal cria a si próprio é a de ser demasiado pequeno. Não por causa dos 89 mil quilómetros quadrados que nos confinam, mas porque se habituou a pensar pequenino, mesmo quando, em lugar do realismo realizador, propende para a provinciana megalomania "aspiracional", que o leva a gastar em grande com objectivos menores." E acontece assim porquê? Porque "...Temos uma elite que, além de pouco culta, é pouco cosmopolita e tem uma visão demasiado provinciana do nosso papel no mundo. Não é que não viaje, mas mesmo conhecendo (algum) mundo, continua a "ter pouco mundo", a demonstrar uma postura provinciana e, sobretudo, a promover interesses tacanhos, a que não será indiferente o seu frágil "background" cultural. E que se habituou demasiadamente a encostar-se ao estado, a dele depender..."
Antes, logo no início, já Vítor Bento alertara detalhadamente para o atoleiro em que nos procuramos mover devagarinho: "Para resolver um problema é preciso, antes de mais, percebê-lo. Por isso, e antes de pensar em soluções, é necessário identificar-se muito bem o problema económico com que nos confrontamos. Só a partir daí se podem procurar as soluções adequadas. Imagine-se o que seria estar no alto mar e tentar definir uma rota, sem saber onde se está. O resultado, praticamente seguro, é continuar perdido e nunca conseguir chegar ao destino desejado." E logo mais adiante: "Quem acompanhe, [ou acompanhou], a série televisiva Dr. House, mesmo descontando as fantasias e exageros que deixam os médicos enfurecidos, já terá percebido pelo menos três coisas -a) enquanto não se acertar com o diagnóstico, não é possível prescrever a terapêutica adequada para curar a doença; b) um diagnóstico errado pode conduzir a uma terapêutica fatal; c) para tratar eficazmente uma doença, é preciso começar por identificar, e cessar, os comportamentos que a causaram e agravam."
É nossa opinião que os candidados e os políticos locais, bem como os respectivo conselheiros (de circunstância ou não), teriam todo o interesse em mandar ampliar e colar, nas paredes dos gabinetes que ocupam, as citações que antecedem. Evitar-se-iam assim situações (para os mais entendidos) hilariantes, em que, ignorando quase tudo das causas da doença a tratar, vão propondo como terapêutica exactamente aquilo que a causou. Até já ocorreu, numa manifestação recente, que por cortesia não vamos especificar, o principal interveniente dizer, sem disso se dar conta, que o ideal para apagar o nosso grave incêndio económico é regá-lo com bastante petróleo ou gasolina. (En sentido figurado) Estamos a falar de Tomar. Em Julho de 2009. Vinte anos após a queda do Muro de Berlim... (continua) O negrito é de Tomar a dianteira.
47 comentários:
Vale a pena passar por aqui todos os dias.
"Há sempre alguém que..."
... pela certa, o pagode, todo está a pôr em dia a preciosa leitura recomendada!(ingnorantes que samos!...)
depois é que vão ser elas, posts e mais posts, ...sem tempo!
e como isto vai ajudar a resolver a crise que por cá canta!...
...oh se vai, com poucas ou muitas listas, a proporem-se aos tachitos municipais...
Querem todos mamar do mesmo tacho,
Mas o povo é soberano,
Manda os gajos pelo cano
Num autêntico bota-abaixo !
Da belita ao pifareco,
do marques badameco,
do corvêlo ao trincão...
Haja santa paciência,
Porque na pura demência
São todos iguais ao Carrão !
Carvalhinho da Silva
Soberbo!!!
Regressou a tontice.
Querem todos mamar do mesmo tacho,
Mas o povo é soberano,
Manda os gajos pelo cano
Num autêntico bota-abaixo !
"Da belita ao pifareco,
do marques badameco,
do corvêlo ao trincão...
Haja santa paciência,
Porque na pura demência
São todos iguais ao Carrão !
Carvalhinho da Silva"
Assina: Cajada (bem te conheço)
Está optimo, este poema! :)
Carvalhinho da Silva, podes mandar mais!
Até pode ser que venha a constituir base de musicação, numa das cadeiras de musicologia, na futura Escola Superior das Artes de Tomar, no Conevento de Cristo!
Há algum cabeça de lista chamado belita?
QUEM É A BELITA?
UM CURIOSO
É a Isabelita.
Miliciano
"...Deplano Network, colecção binomics, 190 páginas, 17 € na book.it (Modelo)."
Só queria fazer um reparo: em vez de fazer publicidade ao Modelo, grande supermercado, cujos proprietários estão podres de dinheiro...
...não seria melhor publicitar alguma livraria Tomarense, de comercio tradicional?
Quando é que ganhamos amor à terra, começando nas pequenas coisas?
Meu caro SB, o Victor Bento, recentemente nomeado Conselheiro de Estado, viveu em Tomar! Ele escreveu recentemente, no DE, que Portugal vive um processo de empobrecimento constante. O mesmo já fora dito pela Comissão Europeia. Isso não interessa. O grave é se os clubes de futebol forem à falência.
PORQUE É QUE SE FALA TANTO NA MILICIANO, SE ELA NÃO É CABEÇA DE LISTA?
NÃO ANDAM AQUI A CONFUNDIR NOMES?
UM CURIOSO
Sabe o Doutor Rebelo que não pode publicar recortes de jornal? É ilegal!
Qual é o meio de divulgação primordial dos IpT?
Os tipos nem site nem blogue conseguem erguer.
Velhos do Restelo.
Se eu fosse o salsicheiro do Soares até aparecia no youtube fazendo palestras sobre cultura para a malta dormitar.
Será que os marretas do IpT sabem o que é o youtube? O Simões sabe.
MAS ESTE IVO, ESTA MILICIANO, ESTA GRAÇA... JÁ TODOS VIMOS QUE SE SE VENDEM POR NADA IMAGINEM ESTES ARTISTAS NA CÂMARA. O QUE FAZ A IDADE... APROXIMAM-SE DOS 50 E QUEREM DAR O SALTO. NESTA MATÉRIA PEDRO MARQUES FOI UM PRECURSOR... E UM GRANDE GÉNIO DA VIGARICE.
OH REBELO PARVO É... PERCURSOR OU PRECURSOR? CHISPA MEU
Começando pelo fim, para contrariar o secretário do Lapalisse:
A ignorância tem destas coisas é atrevida e obstinada. Mas tratando-se do Special one já vamos estando habituados. Respondendo à reles provocação. Precursor = que ou aquele que vai adiante (quando o deixam e é capaz disso, acrescentamos nós), que anuncia com antecipação, coisa que precede outra, fazendo prever o seu advento.
Percussor = que percute, peça metálica que percute uma cápsula detonante para comunicar fogo à pólvora, percutor (a falta que faz o serviço militar obrigatório...)
Para anónimo das 23:17
Louvo a sua preocupação com o comércio tradicional. Infelizmente, neste caso bem procurei por aqui e por ali mas não havia. "Livros técnicos, mais a mais de economia, sabe..."
Pior ainda: o livro custa 17,01 euros na book.it mas 18,90 nas livrarias tradicionais... Já dá para uma bica e um pastel de nata, que no poupar é que está o ganho. E estamos em crise. Ou não?
Existem poupanças que não dão ganho. Esta é uma delas.
2 motivos:
1- Motivo menor: De certeza que não foi ao Modelo a pé, por isso facilmente gastou os 2 euros (que refere como poupança) em gasolina... já não dá para a bica e a nata. Foi uma falsa poupança.
2- Motivo maior: Porque existem livrarias em Tomar, que precisam de vender para continuarem abertas, ou para poder crescer, ou comprar mais género. Se o livro é técnico, e não têm, podem encomendar.
Já sabemos há muito tempo que o comercio tradicional tem dificuldade em competir com as grandes superficies, e cada vez mais, se não lhes dermos a preferência.
Por causa destas poupanças Tomarenses, em que:
-comprar calçado, no Entroncamento que é mais barato
-roupa: em Leiria, que é mais barato
-prendas: em Torres Novas, que de certeza é mais barato, há mais variedade, até têm o centro comercial ( estacionamos o carro no parking,subimos de escadas rolantes, vamos ao cinema, comemos por lá, e finalmente compramos a prenda numa loja de alguma multinacioanl)
e mais tantas outras coisas do género, é que Tomar tem vindo a ficar cada vez mais apagadinha. Com menos lojas, sem cinema.
Temos de ser Tomarenses, principalmente nas pequenas coisas, nas do dia a dia. Porque existem mais Tomarenses que têm pequenos negócios montados, e comem disso.
E porque nós, todos os outros Tomarenses que não temos comércio montado, disfrutamos de passear pelas ruas da nossa linda cidade, e poder ver lojas abertas, gente a entrar e a sair, lojas novas a abrir...
Já agora, uma sugestão:
no supermercado, não seleccione a fruta/verduras pelo preço. Seleccione pela origem, dando preferencia à nacional e se puder, à regional.
Para que o barato não nos saia caro a todos.
Para evitarmos a situação que se repete anualmente: agricultores a enterrarem toneladads de pera-rocha, porque não a conseguem escoar. E outras coisas idênticas.
Você tem filhos? Pense neles, e não nos filhos do Belmiro de Azevedo (esses já têm o futuro garantido).
Muito agradecido pelo seu comentário, sem dúvida pertinente e bem elaborado. Deixe-me, no entanto, corrigir o seguinte:
1 - Fui ao Modelo a pé e nem sequer tenho carro ou carta de condução.
2 - A crise tomarense não tem as causas que aponta. Tem uma outra, muito mais simples e antiga: Os tomarenses não se sabem governar, nem deixam que os governem. Pior ainda: dão cabeçadas por tudo quanto é sítio e passam a vida a lastimar-se que têm a cabeça cheia de "galos".
3 - Imagine que nos outros países começavam a comprar só a produção de cada um deles. Lá se iam as exportações portuguesas.
4 - Os meus filhos foram ensinados a viver com autonomia, sem estarem à espera de heranças ou outras facilidades.
5 - Quando os tomarenses quiserem realmente desenvolver Tomar, cá estarei para ajudar. SE me pedirem ajuda, claro. Enquanto for só paleio, não contem comigo.
Para anónimo da 1:20
Não, não sei, porque não é verdade.
É perfeitasmente legal publicar excertos de livros, revistas ou jornais, desde que se cite o autor e a origem, se identifique a parte transcrita, e não se trate nem da totalidade da obra citada nem do trabalho publicado. Assim é que é.
Para alguma coisa nos serve haver juristas aqui no blogue.
Seria impossível que os portugueses comprassem apenas o que produzem! Simplesmenete porque, em vários sectores, não produzem o suficiente.
Vai ao supermercado, e encontra muita fruta/verduras espanholas. Vai a um supermercado em Espanha, e que produtos portugueses encontra?
Acha mesmo que não se deveria estimular mais o consumo dos nossos produtos, esses que são produzidos cá, pela nossa gente?
Olhe que isto é uma pescadinha de rabo na boca...
E o consumidor elucidado tem um poder brutal.
Tal e qual como o eleitor elucidado.
Se compramos em Torres Novas, Entroncamento ou noutro concelho limítrofe porque é mais barato explique lá porque razão clara e objectiva devo preferir o comércio local em Tomar. É que pelos visto vai ao Nicho ao centro comercial e não deve ser só para ver as gajas.
Porque será melhor injectar dinheiro em Tomar. Porque o nosso comércio tradicional, ou o estimula, ou se atrofía (como tem vindo a acontecer.
Suficientemente clara e objectiva?
Injectar dinheiro em Tomar, e em Portugal, é destruir riqueza.
Fundamente, por favor.
Basta olhar para os fundos que vêm da UE e do Orçamento de Estado. Estes fundos foram gerados a partir de riqueza acumulada, gastos em rotundas e por outros caminhos não reproduziram riqueza e destruiram rendimento. Por outro lado, Tomar e Portugal vão continuar em crise por largos anos, não possuindo qualquer aspiração ao desenvolvimento. O dinheiro será melhor aplicado em quem tenha essa ambição.
Como quem?
Não pode generalizar que em Portugal não existe qualquer aspiração ao desenvolvimento, porque Portugal é muito heterogéneo.
Veja o caso de Aveiro, de Braga, ou até mesmo da Covilhã.
Olhe que existe gente capaz no nosso País.
Já a dirigi-lo é que não.
Na Europa, como a Escandinávia da UE, como a Alemanha, a França e todos os outros que precisam de reestruturar a sua indùstria e o seu poder. Para os que sonham viver só do turismo e da kultura não deve haver fundos. A nível nacional, os polos de desenvolvimento ao longo do A23,a industrializada Leiria das PME, Aveiro, Braga das nanotecnologias, Évora da aeroespacial, e outros que aspiram ao desenvolvimento. Em Tomar, que sonha com a kultura e o turismo numa noite de inverno e o betão, o dinheiro injectado será destruído.
Nós é que precisamos de reestruturar a nossa industria e o nosso poder.
Tomar não se resume ao punhado de pseudo-politicos que andam a lutar pelo tacho da autarquia, e aos seus pseudo-projectos.
Que sugestões tem para Tomar?
O que gostaria de ver em Tomar?
"Suficientemente clara e objectiva?"
Não.
Enquanto o comércio tradicional tomarense me tentar extorquir um excesso de valor não vejo nenhuma vantagem em comprar no comércio local. A não ser a dos bolsos dos comerciantes. A propósito, a senhora é comerciante?
Não sou comerciante.
O comércio tradicional não extorciona um excesso de valor. São as grandes superficies que lhe fazem concorrência desleal.
Qual é a sua vantagem em comprar no comércio tradicional de Tomar?
Várias. A principal é que se vive e trabalha em Tomar, directa ou indirectamente, prestará serviços aos donos, trabalhadores e familiares destes estabelecimentos comerciais.
Você precisará tanto deles como eles de si.
Os comerciantes de Tomar extorquem sim um excesso de valor. Basta adquirir nos concelhos limítrofes o mesmo produto para verificar que há significativa diferença no preço. Se os de fora podem os locais poderão também. É um certo estilo que quer "fazer" de Tomar uma cidade "chic" e que o consegue apenas nos níveis de preço sem qualquer acréscimo de qualidade, assistência pós-venda, inovação ou segurança.
Onde comprar:
Electrodomésticos: Entroncamento
Roupa: Leiria ou Coimbra
Som e imagem: Leiria ou Coimbra
Mobiliário: Ourém
Entretenimento: Qualquer concelho limítrofe.
PS- Até para renovar o Bilhete de Identidade, agora sob a nova forma, é aconselhável ir a Vila Nova da Barquinha. O atendimento é espectacular e sobretudo rápido, ao contrário do que se passa em Tomar que é uma vergonha!
Era uma excelente área para a ACITOFEBA se pronunciar: "Porque não compram os tomarenses em Tomar" e encontrar soluções.
Digo eu que sou parvo.
Estamos a contrastar 2 coisas diferentes ao mesmo tempo:
1-comércio tradicional de Tomar /grandes superficies comerciais de Tomar
2-comércio tradicional Tomarense / comércio tradicional não Tomarense
O comércio tradicional são micro-empresas, e uma cidade como Tomar precisa delas. Fazem parte do nosso tecido económico.
Quanto ao comprar fora de Tomar, parece-me que andamos a cavar a nossa própria sepultura.
Mas depois se verá, não é? Sempre depois.
Mas porque é que comprar fora de Tomar é cavar a própria sepultura.
É caso para dizer que são os comerciantes de Tomar que têm a pá na mão.
Eles têm condições para baixar os preços. Vejam-se os saldos e as feiras de stocks.
Não me gozem.
Há uns anos talvez tivessem.
Agora não, porque não vendem em quantidade suficiente.
Quem cavou a sua sepultura?
Não sou comerciante!
Por enquanto ninguém.
Convençam-se duma coisa: as únicas lojas, para além das afectas às grandes superfícies, que vendem relativamente bem são as que detêm um pequeno espaço para artigos de marca, isto é, as que conseguem aguentar um "franchaising" para ter à disposição dos clientes alguns artigos das marcas consagradas. Só que Tomar não tem capacidade económica para aguentar uma loja exclusiva. Os "franchaisings" exclusivos são demolidores para os comerciantes, isto é, para além dum sem número de obrigatoriedades em termos de espaço e "look", exigem um "plafond" de vendas muito elevado e tal não é possível numa terra empobrecida e em processo de implosão como Tomar. Esse tipo de loja não tem viabilidade em Tomar.
Refiro-me concretamente às áreas do vestuário, dos equipamentos para habitações, nomeadamente cozinhas, domótica e artigos de conforto, e por fim áudio e vídeo.
Vem isto a propósito para sublinhar uma vez mais que a ideia do ex-presidente Paiva, actual presidente-sombra da Câmara Municipal de Tomar, de acabar com o Mercado Municipal, bastião duma certa identidade tomarense cimentada ao longo de décadas, em prol dum insípido centro comercial disfarçado sob a capa do termo "FORUM", não terá nunca pernas para andar. A não ser que a ideia seja criar espaços comerciais fechados e pomposos para substituir a actual feira dos trapos das sextas-feiras!!!
O FANTASMA DAS CUECAS ROTAS
É o conceito que têm de evolução, estes vaidosos da treta: transformar Tomar numa cidade igual às outras.
O que seria castiço era remodelarem o mercado, darem-lhe outra apresentação, e maior funcionalidade.
Uma vez que foi citada Barcelona num post, pego nesse mesmo exemplo:
aí não transformam os mercados do centro da cidade, em centros comerciais luxuosos. Remodelam-nos conservando traça original, incentivam o seu uso e apregoam-nos como pontos de interesse turístico.
Porque o são: são um ponto de interesse turistico, para quem se interesse em conhecer como vive a gente de uma terra, o que cultiva e o que come, e como o vende.
É uma herança viva.
Claro que convém dar um arranjinho às instalações, criar postos individuais cobertos para não ser o "cada-um-monta-o-seu-toldo-atado-ao-que-encontra-em-pé".
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