A actualidade, sempre a fluir, tem coisas assim. O "Diário de Notícias" publicou ontem esta local, dando conta de que a oposição PSD pede uma auditoria financeira externa às contas da autarquia lisboeta. Pois também ontem, por mero acaso, a câmara tomarense debatia e votava uma proposta de auditoria, apresentada pelos Independentes por Tomar. Dado que, nas terras nabantinas a oposição lisboeta é poder, se acaso tivessem recusado a referida proposta, ficariam um bocadinho tremidos na fotografia, visto que propor em Lisboa e recusar aqui, cheira logo a incoerência. Mesmo com a velha e estafada desculpa de que "cada caso é um caso". A opinião pública aprecia pouco ou mesmo nada tais subtilezas. E então quando se trata de frases feitas, pior ainda.
Felizmente para Tomar, não foi o que aconteceu. A proposta dos IpT não foi aprovada, por ser demasiado vaga, ao não indicar coisas básicas, como por exemplo tipo de auditoria, entidade auditora, datas possíveis, duração e âmbito, serviços a auditar. Em sua substituição foi apresentada, debatida e aprovada uma proposta da maioria para uma auditoria ao Departamente de Gestão Urbanística, para apurar as causas do seu funcionamento demasiado moroso, propondo hipóteses de solução.
O mais curioso reside no facto de os IpT terem resolvido avançar com uma proposta deliberadamente vaga, partindo do princípio que assim facilitariam a sua discussão e aprovação. Afinal sucedeu o inverso. A facilidade transformou-se em obstáculo intransponível. A política tem ocorrências assim. DE mútua incompreensão, real ou simulada. Por isso é tão apaixonante para os especialistas na matéria.
1 comentário:
Sr. Dr. António Rebelo, uma questão:
Se os IpT não tivessem resolvido avançar com uma proposta "deliberadamente vaga, partindo do princípio que assim facilitariam a sua discussão e aprovação" (diz V. Sª) haveria auditoria? A aprovada ou outra?!.
Enfim ....!!!!!!!
Vivó bloqueio central!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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