sábado, 14 de novembro de 2009

PANEGÍRICO E PECULATO DE USO

Só nos faltava mais esta ! O texto supra foi copiado da Agenda Cultural 11/09, do corrente mês (a página não está numerada). Trata-se, manifestamente de uma tentativa canhestra para, através de um texto panegírico, justificar à posteriori aquilo que não tem qualquer justificação. Mediante milhões de euros, provenientes da autarquia e da União Europeia, tranformaram um estádio já velhote, mas com bancadas, bilheteiras, balneários e pistas de cinza, num reles campo de treinos, sem bancadas nem balneários. Agora querem enfiar-nos Lisboa pelos olhos dentro ?
Comparar o anterior estádio municipal com aqueles que foram construídos para o Euro, os tais projectos megalómanos, é praticamente o mesmo que confundir gafanhotos com avionetas. Gabar os recursos actuais -seis ou oito pistas de atletismo, caixa de saltos ou lançamento de peso -não passa de mero paleio de agência de comunicação. As perguntas pertinentes são estas, entre outras possíveis: Quantos praticantes de atletismo, salto em comprimento, triplo salto ou lançamento do peso, do disco ou do dardo se treinam realmente por ali ? No caso de a federação competente pretender marcar para Tomar um jogo de desempate da Taça de Portugal, por exemplo, o jogo será onde ? Quando o União de Tomar joga, mesmo num capeonato modesto, onde estão as instalações desportivas devidamente equipadas e com possibilidades reais de cobrança de bilhetes de acesso ?
Há erros tão enormes que nem por milagre alguma vez poderão vir a ser aceites pelo eleitorado tomarense. Excepto pelos que apoiam sempre o seu clube político, por maiores que sejam os dislates.
Numa outra vertente, talvez não fosse despropositado apurar em que medida os senhores autarcas do PSD, agora com a conivência dos eleitos pelo PS, podem usar dinheiros públicos para fazer propaganda e autopromoção das realizações do seu antecessor, cujas práticas políticas nefastas continuam a ser louvadas e seguidas. Apesar da sua manifesta inadequação aos tempos que correm por estas bandas.
Os senhores causídicos locais de oposição não poderiam examinar a questão e esclarecer os cidadãos se estamos ou não perante um caso de peculato de uso, crime previsto e punível pela legislação em vigor ? Ou já chegámos ao ponto em que vale tudo ?
No nosso tosco ponto de vista, "agenda cultural" é uma coisa; propaganda encapotada, é outra muito diferente. Ou estaremos enganados ?

2 comentários:

Anónimo disse...

Bom dia António Rebelo,

O que se fez ao estásio Municipal de Tomar foi uma verdadeira fraude! Liquidou-se um equipamento desportivo com possibilidades de continuar a sua função desportiva de competição, para fazer um campo de treinos "à façon" duma certa entidade privada ligada ao futebol, cujo nome eu não digo nem que me matem que é a Academia de Futebol. Isto já andava a ser cozinhado muito antes do antigo estádio vir abaixo. Eu, frequentador da antiga pista de pó de tijolo (e não de cinza como afirmou), ouvi inúmeras vezes isso da boca de funcionários e outras pessoas que por lá passavam e que considero bem informadas. Ao que parece a manutenção do estádio em relva natural era muito dispendiosa, e, alterando-se para artificial, permitiria não só um uso intensivo como a manutenção seria mais acessível. E no horizonte não se perfilava senão a Acad. de Futebol como único ou quase único "inquilino" das instalações, vislumbrando-se uma boa maquia a entrar nos cofres municipais proveniente do aluguer.
Assim, a autarquia escorraçou as pessoas que procuravam as pistas para o seu jogging semanal, tal como fez com o União de Tomar em relação ao futebol, impedidindo assim o clube de obter as tão necessárias receitas dos jogos.
Agora, se alguém quiser ir correr um pouco naquele arremedo de pista terá de pagar cerca de 0,70 euros/hora sem direito a banho, suportar, se for Verão, uma temperatura desumana, num cenário onde nem sequer se ouvem pássaros como dantes.
Não tenho pruridos em chamar pelo nome o responsável principal por toda esta mudança: António Paiva, aquele que não desperdiçõu nenhuma oportunidade para descaracterizar a cidade de Tomar, outrora frondosa no seu coberto arbóreo um pouco disseminado por toda a cidade. Desde os plátanos da rua da fábrica, subitamente atingidos "por uma estranha doença", até ao deserto que é o Polis do Flecheiro, passando pela destruição da característica romântica do Mouchão Parque, enriquecido por espécies oriundas dos 4 cantos do mundo (se calhar também atingidas pela mesma doença), ideia copiada da antiga Mata Nacional dos Sete Montes onde o jardineiro-mor, sr. Vasconcelos, vindo de Sintra para edificar um jardim naquele espaço, plantou aquilo que viria a ser o embrião dum manto vegetal magnífico, tudo serviu para aquele senhor, convencido da sua excelsa sapiência, roubar a Tomar a sua identidade e o seu "perfume".
Resta-nos agora perguntar-nos que barbaridades irão fazer na Mata para o tal acesso ao Convento, que já está feito, digo eu porque o percorro assiduamente, mas que pelos vistos não existe. Quantas árvores estarão na lista para estarem brevemente "atacadas duma doença estranha"!

Anónimo disse...

excelente comentário, Parabens!