Na situação em que nos encontramos, tanto no país como em Tomar, nada melhor para começar do que um ascensor, até agora inactivo porque desnecessário. Pode ser que assim se consiga elevar o nível dos debates, a qualidade dos aprendizes políticos e a até agora nula eficácia da governação. Pode ser, mas a esperança é pouca. Apesar de -dizem- ser sempre a última a morrer.
Uma palavra, muito querida do nosso Presidente da República, é neste momento a mais adequada para qualificar a situação tomarense. Essa palavra é: INSUSTENTÁVEL. Dêem-lhe as voltas que quiserem ou puderem, tudo radica numa incompetente gestão da coisa pública que já se arrasta há mais de 14 anos. Com o passar do tempo, os problemas foram-se multiplicando e agravando. Apareceram cada vez mais pontas soltas e desordenadas. Eis alguns exemplos: Mercado municipal, mercado abastecedor, parque de campismo, Várzea Grande, Flecheiro, Convento de Santa Iria, Colégio feminino, ciganos, Levada, Bairro 1º de Maio, Bairro Srª dos Anjos, Estalagem de Santa Iria, Convento de S. Francisco, alambor templário. E, como escreveu Camões, "cale-se tudo o que a velha glória canta, que outro valor mais alto se alevanta" - Bragaparques/ParqT.
Em declarações que podem ser lidas clicando aqui, um dirigente da sociedade nortenha disse que ficaram a perder dinheiro, pois inicialmente tinham avançado para a justiça com um pedido de reparação de 9 milhões de euros. Temos assim que, mesmo se viesse a liquidar os 6,5 milhões de euros à Parqt/Bragaparques, o que está impossibilitado de fazer, como veremos mais adiante, o Município de Tomar ainda lhes ficaria a dever o favor de terem condescendido numa redução substancial. Admirável! Quem sabe, sabe!
O problema, o único mas inultrapassável obstáculo, é que a autarquia nunca poderá vir a pagar essa ou qualquer outra soma da mesma ordem. Porque a oposição não consente, nem se antevê como ou quando poderá vir a consentir e porquê. Porque a tutela (leia-se Gaspar & Companhia) nunca irá em cantigas, uma vez que o seu dirigente máximo é um estrangeirado, muito credenciado no eixo Bruxelas-Berlim, onde nunca se brinca em serviço. Porque o Tribunal de Contas, se a isso fosse chamado, não deixaria os seus pergaminhos por mãos alheias. Porque os bancos estão com a corda ao pescoço e a troika à perna, situação muito desconfortável, que os obriga a evitar implacavelmente os clientes duvidosos ou problemáticos, entre os quais avulta a Câmara de Tomar, devido à sua gestão errática. Porque, em suma, somando ao que antecede o facto de o Município estar, desde antes do início da crise (já lá vão mais de 3 anos), a arrecadar bastante menos do que aquilo que gasta e a ser gerido por eleitos geralmente ineptos -a situação é insustentável, não podendo vir a durar muito mais tempo, sendo inquestionável que, quanto mais tardar, mais graves serão os problemas e mais elevados os encargos daí resultantes.
É por conseguinte imperioso encontrar uma saída quanto antes. No que concerne ao imbróglio ParqT/autarquia só há uma solução vantajosa para ambas as partes e para os tomarenses: A - Não pagar agora nem mais tarde, uma vez que não há abertura política nem folga financeira ou condições de mercado para isso; B - Conseguir um novo deal com a Bragaparques, naturalmente com outros jogadores e outras cartas na mesa, mas sem trunfos na manga. O para alguns saudoso Paiva não deixou boas recordações a toda a gente...
Desbravado o terreno, ultrapassado pela positiva o caso Bragaparques, o resto virá por acréscimo, embora com muito e profícuo trabalho, que o tempo dos amadores já lá vai e não volta. Agora só falta provocar eleições intercalares, condição sine qua non para que a ParqT volte à mesa da negociação.
Quanto à oposição PS/IpT e à relativa maioria PSD/Independentes, talvez seja conveniente recordar que, ao contrário daquilo que todos pensam e não assumem em público, quem provoca eleições nem sempre as perde. Passos Coelho ganhou-as folgadamente e Mariano Rajoy também. Trata-se portanto de mais um argumento a arquivar no contentor amarelo. Ninguém consegue travar o progresso de forma perene!
8 comentários:
SR. REBELO,
Para terminar o ano "em beleza", apetece-me citá-lo :
"Uma palavra, muito querida do nosso Presidente da República, é neste momento a mais adequada para qualificar a situação tomarense. Essa palavra é: INSUSTENTÁVEL. Dêem-lhe as voltas que quiserem ou puderem, tudo radica numa incompetente gestão da coisa pública que já se arrasta há mais de 14 anos. Com o passar do tempo, os problemas foram-se multiplicando e agravando."
SÓ FALTOU acrecentar :
Sem qualquer responsabilidade do venerável MIGUEL RELVAS, sempre alheio às escolhas de Paiva, Corvê-lo e Carrão, sempre contrário às políticas que conduziram ao LODAÇAL vigente, como o atestam os votos derrotados que caracterizam o seu consulado de 14 anos (até ver...) como Presidente da Assembleia Municipal.
Só Deus sabe o que o "rapaz" sofreu.
Ou melhor, Deus e o cidadão Francisco Oliveira Baptista que, não se contendo, desabafou no "Expresso" do passado dia 17 de Dezembro.
Boas entradas e Bom Ano Novo.
Com todo o respeito,
Virgílio Lopes
Obrigado senhor Virgílio. Desejo-lhe um 2012 o menos mau possível. Quanto ao resto, olhe que os juízes, por exemplo, não são responsáveis pelo que fazem os funcionários judiciais. Nem o presidente do Benfica pode ser responsabilizado pelos frangos do guarda-redes da casa.
Sr. Rebelo,
A si, fica-lhe mal "confundir" alhos com bugalhos de uma forma tão primária, tão intelectualmente desonesta.
De resto, cada um que tire as suas conclusões.
Com todo o respeito,
Virgílio Lopes
Ó senhor Virgílio! Tenha lá paciência, mas não confundi nada nem recorri a algo primário. O senhor pode citar-me alguma colectividade, maior ou mais humilde, na qual o presidente da Assembleia Geral já tenha sido ou possa ser responsabilizado pelas asneiras da direcção? A Assunção Esteves, presidente da AR, tem alguma responsabilidade nas medidas já tomadas pelo governo de P.P.Coelho?
Tenha a coragem ou a modéstia de reconhecer que, na política como no resto, os ódios pessoais, tantas vezes simples reflexo de invejas mal digeridas, conduzem sempre a conclusões precipitadas, que nada contribuem para resolver crises prementes.
De resto se não fora a inveja e a geral iliteracia política dos nabantinos, não estaríamos como estamos: em queda livre e sem pára--quedas.Infelizmente para todos.
Senhor Rebelo,
Essa sua conversa de "ódios pessoais" e "invejas mal digeridas" é o paleio recorrente da cartilha dessa ESCUMALHA que dá pelo nome de "boys profissionais", quando se sentem acossados pela indignação dos seus concidadãos.
Só não percebo porque, não sendo "boy", adoptou essa cartilha.
Enfim...mistérios.
De resto, a sua tese/argumento para o branqueamento dos responsáveis de topo levar-nos-ia a uma desculpabilização e desresponsabilização de todos (TODOS!!!) os responsáveis políticos.
Os CHEFÕES não passariam de uns coitados, de umas vítimas dos contínuos, dos porteiros, dos serventes de limpeza e outros da "arraia miúda" ou semi-graúda.
O SÓCRATES
responsável pelo endividamento do país?
NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O homem teve foi azar com os ministros...e estes com os secretários de estado...e estes, e aqueles e aqueloutros tiveram azar com o funcionário X,Y e Z...
E O SALAZAR?
E O ESTALINE?
E O HITLER?
E O POL POT?
E O PINOCHET?
Tadinhos!...
Todos vítimas da incompetência daqueles que ESCOLHERAM como homens de mão, como testas de ferro, para executar as suas políticas e os seus crimes...
Pôr em paralelo as responsabilidades (por exemplo) do Presidente da Assembleia Geral da Gualdim Pais em relação ao comportamento dos seus associados e as responsabilidades do CHEFE POLÍTICO MIGUEL RELVAS em relação aos seus ESCOLHIDOS PRESIDENTES DE CÂMARA, VEREADORES E DEPUTADOS MUNICIPAIS, é, em minha opinião, um verdadeiro e monumental DISPARATE.
É que o Presidente da Assembleia Geral da Gualdim Pais NÃO ESCOLHEU os sócios, nem estes lhe devem qualquer obediência, fidelidade ou disciplina de tipo partidário.
Tanto mais quando vindo de um professor de 70 anos, "cheio de mundo", como frequentemente invoca.
O Sr. Rebelo não pode ou não deve ter um discurso de crente fanático que se socorre de tudo para defender o "seu Deus".
A responsabilidade cívica que lhe advém da sua preparação intelectual e experiência de vida não pode ser confundida com visões grotescas que poderíamos e deveríamos desculpar se viessem (com todo o respeito) do "Cavalo de Pau" ou do "Cálim-Cálam".
Não deixo de registar o seu silêncio em relação à carta do Francisco Oliveira Baptista...
Para si, deve ser mais um odiento invejoso...
Quando a inteligêcia não faz LUZ, o tempo encarregar-se-á de a fazer.
Com todo o respeito,
Virgílio Lopes
Então Sr. Rebelo?
O meu último comentário foi visado pela sua "democrática" Comissão de Censura?
É proibido discordar de si, retomando os seus próprios argumentos?
O comentário, de resposta ao seu, incomodou-o assim tanto? Porquê?
Desafio-o a publicá-lo e a responder-lhe.
Esse é um direito meu e dos leitores.
E um direito e um dever SEUS.
Com todo o respeito,
Virgílio Lopes
Tenha calma, senhor Virgílio. Não se exalte. Olhe a sua tensão!
Os árabes, cujas revoluções estiveram muito na moda antes das vitórias de islamitas e salafistas, costumam citar um provérbio milenar a que não resisto: "Dá tempo ao tempo irmão. O tempo dar-te-à todas as respostas."
No seu caso, pode bem suceder que haja resposta já hoje. Devidamente ponderada, como sempre convém, sobretudo quando a outra parte se mostra cordata, enérgica, franca e de alto gabarito, como é o caso, que por ser muito raro por estas bandas aqui se deixa assinalado.
Entretanto, permita-me que prossiga na digestão do assunto, que eu rascunhos nunca faço.
Fraternalmente,
António Rebelo
Sr. Rebelo,
Eu nunca pus e jamais porei em causa o seu direito de resposta, ou de qualquer frequentador desta sua casa.
Tão pouco contesto o direito à sua ponderada reflexão antes de responder.
São direitos seus, inalienáveis.
O que não me parece bem é suspender a publicação do meu comentário até ter a sua resposta pronta, rascunhada ou não.
Com todo o respeito,
Virgílio Lopes
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