Geralmente bem informado e bem escrito no que a Tomar se refere, O MIRANTE padece esta semana de uma daquelas maleitas que só não acontecem a quem não escreve em jornais. Certamente assoberbada com trabalho, a correspondente em Tomar equivocou-se sobre o caso da carrinha-quiosque, que realmente já foi retirada há uma mês, ao contrário do que é noticiado na página 9. Repondo a verdade factual, o que a edilidade deliberou foi conceder mais 60 dias de estacionamento na FAI, uma vez que a proprietária não tem onde a aparcar. Quanto ao resto, tudo certo. Os vereadores PS defendem mesmo que seja dada preferência aos proprietários da carrinha, no futuro concurso para exploração da cafetaria em construção. Pelo caminho que as coisas levam e com a empresa adjudicatária falida, lá para daqui a um ano ou mais.
Ainda na mesma página, uma boa fotografia do cadáver do Convento de Santa Iria, já em avançado estado de decomposição e sem recuperação ou sepultura à vista. Conforme referido na notícia, bem andou a vereadora Graça Costa ao lamentar a triste situação daquele monumento, vítima da improvisação e da incapacidade da actual maioria relativa.
N'OTEMPLÁRIO será melhor começar por esclarecer desde já que aquela do "Chichi só com BI na estação de Tomar" é afinal a resposta mais lógica, adequada e eficaz ao galopante abandalhamento da sociedade portuguesa. Infelizmente, cada vez mais habitantes confundem liberdade com libertinagem e protesto com destruição, sem se darem conta de que aos poucos acabarão por não dispor livremente de quaisquer equipamentos, mesmo dos mais indispensáveis, como é o caso. Mais uma ilustração do aforismo "Quem semeia ventos, colhe tempestades".
Noticiando o 80º aniversário do Colégio Nun'Álvares, o semanário dirigido por José Gaio titula "De aluno do colégio a superministro" uma bem documentada biografia de Miguel Relvas, com três fotos a não perder. Igualmente meritória a série de fotos dos diversos locais quando atingidos pelo tornado e como se encontram agora.
Finalmente, a crónica "Sem esperança?", assinada por Sérgio Martins, versando apenas matéria já dada, alerta para a nossa triste situação: quanto mais mudamos mais decaímos; quanto mais escolhemos mais erramos; quanto mais evoluímos mais recuamos. Marcar passo não é andar. Triste sina!
O incêndio na Padaria Combatente faz a manchete de CIDADE DE TOMAR, o que se compreende pelas ligações familiares do repórter Manuel Subtil. Logo abaixo, o desafio de Américo Pereira, presidente da junta da Junceira, IpT, para que Miguel Relvas venha dizer à população que aquela autarquia vai acabar. Ignoro se o visado aceitará ou não o repto. Se fosse eu, era já, que esta questão da supressão de freguesias está a ilustrar a nossa real natureza, enquanto população sem grandes diversidades regionais. Somos afinal um país, um povo, uma língua, um religião. É esse um dos nossos óbices. Dado não temermos qualquer risco de fragmentação, como em Espanha ou na Bélgica, por exemplo, contestamos tudo, ousamos tudo. De Gaulle dizia ser extremamente difícil governar um país como a França, com mais de 300 variedades de queijo. Pois em Portugal ainda estamos pior, pelo menos a julgar pelo que costuma ocorrer aqui em Tomar. Aquando de cada Festa dos Tabuleiros, os habitantes da cidade antiga nem sequer conseguem manter-se unidos rua a rua, apesar de algumas não serem nada longas. É o caso, por exemplo, da Rua do Camarão, cujos moradores se dividem em dois grupos distintos -Rua do Camarão de Cima e Rua do Camarão de Baixo. O mesmo tem ocorrido em várias outras artérias do Núcleo histórico, apesar de uma sã convivência de dezenas e dezenas de anos. De forma que, cá para mim, deveria proceder-se como referi oportunamente. Apenas duas freguesias. De um lado do Nabão, Santa Maria dos Olivais + restantes sete = Santa Maria de Tomar. Do lado oposto, S. João Baptista + restantes sete = Santa Maria do Castelo. Assim se acabava com as reivindicações de equipamentos, que depois não há dinheiro para assegurar a indispensável manutenção. Novos tempos, novos hábitos, novas exigências. A Europa do norte não está mais para nos sustentar. Apesar de Jardim, Sócrates e muitos outros pensarem o contrário, doravante as dívidas públicas são não só para gerir, mas também para liquidar quanto antes. Sob pena de severas represálias, na sequência do próximo Conselho Europeu. O tempo das farturas já foi!
O maquiavélico Nicolau foi claro e sintético: "Faz o mal todo de uma vez e o bem a pouco e pouco."
6 comentários:
O Dr. Rebelo é daqueles cidadãos que olha os tomarenses, os portugueses e Portugal como ele imagina que deviam ser e não como o que são na realidade. E aqui seria um nunca mais acabar de especulações sobre o que vai nas suas cabecinhas. Por princípio, estas coisas vislumbram-se, com precisão, em movimento - os movimentos da história, que são sempre os "movimentos" de pessoas, de famílias, de grupos de famílias, de comunidades, de regiões, de estados, de impérios, etc., etc., sempre subordinados às transformações das forças produtivas em cada situação. José Sócrates apostou em dar-lhes poderoso impulso de modernização e todos sabemos a natureza das reações que provocou. O Mundo Velho uniu-se contra o Mundo Novo.
Oh da Guarda! E os meus interesses?! Nós sempre estivemos bem num Portugal pequenininho!
É por isso (talvez sem se aperceber), que o Dr. Rebelo escreveu - numa de incompreensão(?!) sobre o que se está a passar-se neste momento em Portugal e no Planeta - para combater o justo desafio do Presidente da Câmara da Junceira, (quiça desejoso que Miguel Relvas levasse uma valentíssima carga de porrada aí nos termos da cidade de Tomar). Só se perdiam as que caíssem no chão...:
"Assim se acabava com as reivindicações de equipamentos, que depois não há dinheiro para assegurar a indispensável manutenção. Novos tempos, novos hábitos, novas exigências." Logo a seguir, maquiavélico, cita o Ti Nicolau: "Faz o mal todo de uma vez e o bem a pouco e pouco.", num veemente apelo ao Dr. Miguel: avance, reduza aqui no concelho as freguesias a apenas duas, e conte cá com o seu amigo, esta raia miúda tem a mania de reivindicar.... É preciso é actuar rápido e de chofre. O maralhal vergará.
O Dr. Rebelo nunca mais se vai curar desta sua maneira de olhar os tomarenses e os portugueses. Vício adquirido na diáspora. Eu sei que, à sua maneira, os ama. Admirando a sua intervenção no espaço público tomarense (admiro mesmo!), nunca votaria nele para Presidente da Câmara - por isso mesmo.
Prontos. Está dito!
Fico por aqui com esta arrochada de arrocho almofadado e nozinhos de algodão.
Acabo de ler no Templário um importante artigo sobre o resort dos Pegões que hoje de manhã não vi referenciado nos temas da imprensa regional do seu blog.
Neste tempo agoirento, espero que tão estranha omissão não signifique o princípio do fim de nada!
Como decerto compreende, não me é possível abordar todos os temas constantes de cada edição da imprensa regional. Se o tentasse fazer, sairia um "pastelão" que ninguém teria a coragem de ler de fio a pavio.
No caso que foca, a omissão ficou a dever-se especificamente a dois factos: Por uma lado, o texto em questão, conquanto muito bem estruturado, não acrescenta qualquer elemento novo. Por outro lado, o principal visado está com baixa médica e eu nunca fui nem sou capaz de atacar um adversário político, seja ele quem for, quando já "está por terra".
"biografia de Relvas bem documentada e com 3 fotografias a não perder".
Porquê? O que é que isso interessa?
Ou... o que é que Relvas terá prometido para tanto encantamento?
O esclarecimento com que respondeu ao meu comentário desvaneceu qualquer dúvida que em mim houvesse sobre a possíbilidade de uma deriva do TOMAR A DIANTEIRA e abriu uma oportunidade para lhe agradecer tudo quanto tem feito, e certamente continuará a fazer, a favor de uma opinião pública esclarecida e responsável.
Posto isto, devo dizer-lhe que não estou nada de acordo consigo quando diz que o artigo do TEMPLÁRIO não acrescenta nada ao caso do resort dos Pegões.
A Câmara concedeu elevadíssimos benefícios a um grupo privado no âmbito de um contrato em que este se obrigava à execução de determinados investimentos. Se agoa a Cãmara suspende as obrigações de investimento do grupo privado e mantem os benefícios que lhe concedeu, é evidente que, no mínimo, estamos perante um gravíssimo caso de administração dolosa.
Alguma coisa o artigo do Templário acrescentou à história deste caso...
Para Pedro A.
É o seu entendimento, que respeito mas do qual divirjo, tendo em conta a conjuntura económica que se vai prolongando. Congelar os investimentos previstos é a única atitude que a autarquia podia tomar, uma vez que a banca não empresta e os negócios estão praticamente paralisados. De resto, não me consta que a relativa maioria alguma vez tenha tido uma política particularmente favorável aos investidores em geral.
Está a dar a entender que... Então força! Avance com factos documentados. Não com meras opiniões, por mais respeitáveis que possam ser.
Obrigado pelas suas palavras de incentivo. Continuarei a fazer o melhor que possa.
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