A entrevista com Carlos Carrão, publicada esta semana n'O TEMPLÁRIO, tem várias qualidades. Uma delas é a frontalidade. O entrevistado não recorreu ao usual "politiquês" e daí resultou uma série de posições sem ambiguidade. Infelizmente, a maior parte carece de justificação, pois não basta afirmar. Há que fundamentar, sobretudo em política e no estado em que estamos. Por exemplo, Carlos Carrão afirma que "as nossas equipas são as melhores", mas não fornece quaisquer referenciais susceptíveis de adequada verificação. Diz igualmente que "o eng. Paiva foi um grande presidente e Corvêlo de Sousa também está a sê-lo". Como assim? Um presidente que prejudicou comerciantes e industriais, mandando encerrar o parque de campismo; que prejudicou os taxistas e a saúde da população, instituindo os transportes urbanos à custa do orçamento; que prejudicou as agências de viagens com as inumeráveis excursões+petiscos+tintol = caça-votos, tudo à custa do erário público; que mandou fazer uma série de obras recheadas de mazelas; que teve um comportamento pouco consentâneo com o regime pluralista em que vivemos; foi um grande presidente? E o actual? Está a sê-lo em que aspecto ou aspectos?
Já sobre os candidatos do PS, o respeitável vereador foi mais explícito. Não são alternativa, segundo disse, não tanto pelo cabeça de lista, mas pela equipa. É, naturalmente, uma opinião respeitável e de peso, porquanto o entrevistado tem estado sentado à mesma mesa decisória com o actual cabeça de lista socialista, durante os últimos quatro anos. Ou será apenas um amável agradecimento implícito pela fraca actuação da oposição, que poucas ou nenhumas dificuldades criou ao PSD?
Outro aspecto significativo é que o referido autarca atribui a sua popularidade à ida a todas as festas, refeições, inaugurações e excursões, considerando tudo isso uma coisa normal. Enquanto os eleitores vão murmurando que "não há festa nem excursão onde não esteja o Carrão", a sua posição denota aquilo que poderemos designar como "recusa do novo tempo". Na verdade, em toda a entrevista percebe-se um ar de "nunca me engano e raramente tenho dúvidas", totalmente inadequado para os tempos que correm e para os que aí vêm. De acordo com a generalidade dos especialistas dos mais variados quadrantes, o país não aguenta durante mais tempo o actual estado de coisas. Sem meios adequados, adeus modelo social europeu, adeus obras de fachada, adeus gastos sumptuários, do tipo 40 mil contos em publicidade e comunicação. Enterrada em dívidas e sem recursos para assegurar sequer as despesas correntes, que tenciona fazer a maioria PSD, se vier a ganhar a Câmara? Recorrer a mais empréstimos? Para pagar como, se os conseguir obter?
Os próximos anos vão ser de brasa e pensamos que quem já esteja aposentado graças à política, o melhor que terá a fazer é retirar-se discretamente. Em período de forte tempestade, todos os barcos metem água, uns mais do que outros. Que o mesmo é dizer que, como proclamava uma publicidade anterior ao 25 de Abril, "Quem procura acha, Triunfo é a bolacha!". Nem mais, nem menos!
14 comentários:
se estivesse no cartaz: eu vou semear o meu futuro... estaria mais certo. marques qdo mandava era só semear casas, viagens, carros, mulheres e favores.
"o entrevistado tem estado sentado à mesma mesa decisória com o actual cabeça de lista socialista, durante os últimos quatro anos".
está enganado!
o actual cabeça de lista socialista só tem estado na vereação esporadicamente, porque o vereador efectivo e com presença é o Carlos Silva,
o tal cabeça de lista está no banco e tem sido um fugaz (muito fugaz, mesmo) vereador em rotação!!!!!
Se a competência de um autarca se avalia pelas excursões e bailaricos que frequenta com muita assiduidade, então vamos todos para casa. Fechem as portas Câmara e vamos daí passear e fingir que se trabalha. Isto é vender gato por lebre e tomar o povo por parolo e parvo.
O Observador
Para 23:37
Uma de duas: ou está outra vez a tentar ludibriar os outros, ou não puxou o suficiente pela cabecinha.
Estamos fartos de saber como se processam as coisas com o vereador do PS. É substituído quando convém, de acordo com as matérias a discutir. Além disso, toda a gente sabe que as corriqueiras declarações de voto lidas por Carlos Silva, não são da sua autoria. São feitas geralmente pela dupla José Vitorino/Luís Ferreira. Por exemplo aquela sobre o arranjo da Cerrada dos Cães, era José Vitorino puro. Não adianta, portanto, estar a tentar sacudir a água do capote, pois só contribui para agravar as coisas. Quem anda à chuva molha-se, e está tudo dito.
Ainda bem que, com a "burridade" do anónimo de 17 de Julho 23:37, o Sr. Dr. António Rebelo disse preto no branco aquilo que insinuava nas entrelinhas.
Realmente o PS tem um vereador nominal ou presencial e dois que estão por detrás da cortina, é um jogo de sombras, um xico-espertismo que deve ser sempre apontado para não criar dúvidas.
Vivó xoxialismo!
E não vejo qualquer inconveniente nisso.
É expectável que um vereador, sem pelouro, domine todos os assuntos que lhe são presentes nas reuniões do Executivo? É óbvio que o vereador tem um staff de apoio, normal e natural, e dele faz uso.
O que a mim me admira é que com tanto inteligentes, capazes, audazes, sapientes, informados e capacitados que pululam aqui pelos blogues não tenha sido conseguido um consenso para uma candidatura à CMT que enquadre tanta sapiência e a direccione para tratar dos problemas de Tomar.
Quando leio os vossos comentários e alguns posts fico com a ideia de que estou a ver e ouvir velhas comadres ao solheiro, conversas de escárnio e mal-dizer verdadeiramente inconsequentes.
Porque aquilo que fazem não é criticar, é "morder", dizer mal, amesquinhar e apoucar, mas se formos ver das vontades e capacidades para fazer mais e melhor, estamos conversados.
Não produzem uma única ideia que se aproveite, uma única acção que seja digna de realce e apenas se vê um gastar de tempo a teclar barbaridades, falsidades e inutilidades.
Tentem fazer qualquer coisinha. Pouco que seja, dentro das vossas (poucas) capacidades. Empenhem-se. Candidatem-se. Mostrem o que valem. Cresçam. façam-se homens e mulheres. Deixem-se de cachopadas.
Muitos (todos?) não têm qualidades nem para chegar aos calcanhares de quem criticam. Carlos Silva é mau vereador? O Dr. Corvelo é mau presidente da Câmara? Mas eles deram a cara e foram lá. Não se acobardaram nem ficaram na retranca, à espera dos erros dos outros para "soltar os cães". Podem ser maus mas não creio que vocês conseguissem fazer melhor. Podem ter defeitos mas deram a cara e o trabalho em prol de Tomar, com a sua marca de classe, com as suas opções, sujeitos a influências e a pressões, defendendo interesses, mas o mesmo não se pode dizer de vós, quietinhos lá em casa, no recesso do lar, inactivos e ineficazes mas com a convicção de que são os maiores.
Carecem de prová-lo.
Rui Mendes Ferreira
Não se irrite, senhor Rui,a quem respondemos uma vez que teve a boa ideia de se identificar. Mas olhe o coração!
Pelo que escreve no seu comentário, fica-se com a impressão de que é ainda bastante novo e (por isso)pouco vivido. Pelo menos o seu nervoso texto, que, em determinadas passagens, é cá de uma candura que chega a enternecer, não permite outras leitura. Sem pretender de modo algum ofendê-lo, mas apenas para saber as linhas com que nos devemos coser futuramente, seria pedir-lhe demasiado que nos diga onde estava e que idade tinha há 30 anos? Aceite os nossos antecipados agradecimentos e, por favor, em futuros comentários, procure medir melhor o alcance real daquilo que afirma. E desmarcar-se um bocadinho do seu homónimo do PS. Ou trata-se da mesma criatura?
O comentador anterior tem completa razão, só mesmo os dois ou três que se entreteêm a comentar-se a si mesmos ainda não perceberam isso.
Quanto à crítica ao Carlos Silva e à forma como o PS prepara as reuniões é absurda. É absolutamente coerente com o que o PS defende quer agora na liderança do Cristóvão, quer ao tempo das últimas eleições na liderança do Ferreira. Trabalho de equipa.
Que ninguém nega, nem vereador nem PS, e pelo contrário defende com orgulho que há uma equipa, maior do que a descrita que trabalha as reuniões de câmara, na perspectiva de que o vereador não se representa a si mesmo mas ao partido pelo qual foi eleito. Assim todos fossem.
O que se passa aliás com os outros? No PSD só o presidente tem a palavra, já era assim com Paiva. Além do mais, fazem a reunião no dia anterior à reunião oficial.
Dos independentes, todos sabem que é o relegado Simões que, na sombra, faz todo o trabalho, porque não criticam esses?
E o PS que faz tudo às claras, com coerência e ética é que atacam?
Tanto fel...
Caro Sebastião.
Há trinta anos estava em Tomar e tinha 20 anitos.
E não estou irritado, nem nervoso, nem consigo vislumbrar donde foi retirar essa do "nervoso texto", mas enfim, quem sou eu.
Não sou e não quero ser "do PS", logo sendo homónimo do tal militante do PS, que nem conheço, não sou a mesma pessoa.
Quanto à candura. Deixe que prefiro assim. Prefiro acreditar nas pessoas. E se combato ideias não combato as pessoas, não insulto, não vilipendio.
Coisas que oitenta/noventa por cento dos seus comentadores tem como comportamento cívico e natural.
E, querendo, muito gostava de saber porque devo medir melhor o alcance real do que afirmo.
Paternalismo, é o que é.
Dispenso.
Rui Mendes Ferreira
Senhor Rui:
Estamos mais esclarecidos.Muito obrigado. O "nervoso texto" resulta do nosso entendimento: Como decerto não ignora, as nossas mensagens nunca são aquilo que dizemos/escrevemos/desenhamos, mas aquilo que os outros ouvem/lêem/vêem. Vai daí...
A nossa pergunta sobre a década de 70 do século passado tinha por fim determinar a sua experiência societal, pois há aqui no blogue quem se tenha retirado da política activa por essa altura, e esteja agora na contigência de regressar, visto a situação ser muito pior em todos os sentidos.Daqui o conselho para mais cuidado com a escrita, porque o mundo não começou anteontem...
Também não atacamos nem vilipendiamos, nem rebaixamos, nem denegrimos, nem caluniamos pessoas. Apenas as ideias e obras que (não) têm ou que (não) fazem.
Que não insulta, não vilipendia, não denigre ou insulta resulta óbvio quanto ao(s) autor(es) do blogue.
Não se pode dizer o mesmo dos comentadores. Era a esses que me referia porque se o autor o fizesse não contaria com a minha disponibilidade para o ler.
Não concordo quando deixa(m) passar comentários como alguns que aqui se fizeram e onde um candidato a vereador, do seu partido, é "acusado" de ser e cito "ladrão de computadores".
É consentir e dar crédito a calúnias neste espaço.
Que de disponibilize a dar a cara e ir para a frente com uma candidatura, ou mera intervenção cívica, é algo que saúdo. Embora tenha dúvidas que um "saco de gatos", como são as listas de independentes, amontoados de vontades sem grande coerência e muito sensíveis à discordância, seja a melhor opção. Mais isto o senhor saberá melhor que eu.
Antes que perguntem direi que estou legalmente impossibilitado de ter, nesta altura, intervenção política partidária dada a minha vida de militar.
Um dia...
Rui Mendes Ferreira
p.s.
O caro comentador deste blogue, senhor Rui Ferreira, que me perdoe, eu sei que tinha feito um registo e que ficava aqui azulinho e tudo, mas a PDI já afecta e não me lembro da senha.
Há por ali uma duplicação de "insulta" e mais abaixo um "isto" que devia ser um "isso".
Tenham paciência.
Como dizia um dos brilhantes comentadores deste blogue, quem é que manda estes velhadas meterem-se nisto.
Não tem que pedir desculpa!!
Intervenha, desabafe, discuta...
O Sebastião, tem umas tiradas um bocado fortes... é um iluminista!
Sr Sebastião,
Não é bem assim o que escreveu acerca de Luis Ferreira no post em que colocou a fotografia, deixou-lhe cair a máscara! Mostrou ser "um nadinha invejoso" e pelo menos conhecer muitos adjectivos. Vá lá porque perdeu seja humilde e não ofenda qual seria o qualificativo que lhe deveríamos endereçar... já tive muitas discordâncias com o senhor LF e nunca de atribui tantos defeitos... até porque não é das minhas relações pesoais nem partidárias, mas não quer dizer que não critique as suas opções e as combata com as minhas!
PARDAL DE TELHADO
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