Colaboração PAPELARIA CLIPNETO
Esta semana temos muito gosto em abrir com "CIDADE DE TOMAR", uma edição rica em motivos de grande interesse. Logo na primeira página, dois títulos merecem atenção -"Multas por estacionamento no Agroal atingiram cerca de 150 veraneantes" e "Casa Vieira Guimarães registou 900 visitantes no mês de Julho".
No caso do Agroal, está-se mesmo a ver a lógica da questão. Com todas aquelas obras e com os impostos a diminuir, por causa da crise, se não for com as multas, onde é que o estado vai buscar dinheiro para mais obras públicas ? Já sobre os visitantes da Casa Vieira Guimarães, o assunto é mais complicado. À primeira vista deve querer dizer que ficaria ali bem bem um posto de atendimento turístico. Mas como já há um mesmo em frente... Outro ponto de vista consiste em interrogar-se acerca da relação existente entre a Vieira Guimarães e o Museu de Arte Moderna, que não fica longe. É que se a referida casa recebeu 900 visitantes, apesar de não ter nada digno de uma visita turística, aquele museu teve no mesmo período 940 entradas nas suas exposições e eventos. Surge a pergunta inevitável -Foi a Casa Vieira Guimarães que teve bastantes visitantes? Ou Museu de Arte Moderna que teve poucos? Obtida a resposta, é só comparar as despesas respectivas e tomar as decisões mais convenientes.
Além destes dois assuntos, o semanário dirigido por António Madureira inclui nesta edição bastante propaganda política, uma entrevista a Graça Costa, dos IpT, e outra a Luis Ferreira, do PS, bem como, sobretudo, duas peças subscritas pelo jornalista António Freitas. Na página 30, as já habituais "Conversas ajardinadas", desta feita com acidez quanto baste. Na página 12, uma opinião em forma de pequena reportagem, intitulada "Algumas diferenças entre a Câmara de Tomar e a de Ferreira do Zêzere". Trata-se tão só de um dos melhores textos (em termos de conteúdo e de coragem, que não de forma) lidos na imprensa local e regional nos últimos anos. Com muitos factos e pouca adjectivação, António Freitas descreve cabalmente um dos aspectos do cancro camarário tomarense: o cambalacho crónico como forma de actuação de alguns funcionários da autarquia. Diz o citado jornalista: "Falta de controle, programação é o que se sente e, depois uma grande empatia, ar de frete e penduranço para almoços pagos pelas juntas e horas extra. Tornou-se prática e não há volta a dar. Mudam-se os políticos, que elegemos para gerir, mas os "livros velhos" passam de mão em mão e é o deixa andar."
O que isto quer dizer, caro leitor, é que desde há anos e anos que a autarquia tomarense se encontra na realidade ao Deus dará. Criaram-se hábitos de cambalacho crónico com alguns contornos mafiosos, que podem configurar casos de extorsão, abuso de autoridade, peculato de uso, fuga ao fisco e assim sucessivamente. Tudo por falta de coragem política e de pulso forte perante determinados núcleos de pessoal que estão há anos em autogestão, no sentido pejorativo do termo, sem que haja quem ponha cobro a tal situação vergonhosa. O melhor, porém, será o leitor comprar o semanário e ler as duas referidas peças com atenção. Garantimos que não vai dar por mal empregue o seu tempo de leitura.
No Mirante desta semana, pouco ou nada de relevante em termos políticos, para a cidade ou para o concelho. Apenas noticiam coisas correntes, do tipo "Incêndio destrói apartamento e mata idosa", ou "Câmara de Tomar dá subsídios de estudo a alunos do primeiro ciclo". Igualmente o "Primeiro plano", na página 3, dedicado a Santa Cita, com foto e o título "Voltar a vestir a bata 40 anos mais tarde".
Concluímos com O TEMPLÁRIO, que noticia o incêndio, o caso Platex, a Cerâmica da Portela a saque, as apresentações de candidaturas, uma crónica de Sérgio Martins, identificado como Manuel Traquina, as percentagens de colocação de alunos no IPT (baixas, como já era esperado), várias fotografias da procissão de Santa Cita, a interessante secção Pelourinho e o habitual suplemento desportivo, agora com 6 páginas, em vez das antigas 8. A crise bate a todas as portas...
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