Aspecto parcial de uma das faces da planta ontem apresentada, que por motivos técnicos fomos forçados a amputar.
António Rebelo
Um excelente trabalho e um resultado sumptuoso, eis o que mostra a nova planta turística, destinada sobretudo a quem nos visita. Andaram bem os Serviços Municipais de Turismo, liderados neste caso por Paulo Alcobia, licenciado em Turismo Cultural. A demonstrar que a formação continua a ser importante para o cabal exercício de qualquer função, numa sociedade cada vez mais complexa. Além de tecnicamente apetrechado, Alcobia soube ser humilde, rodeando-se de colaboradores igualmente credenciados, como por exemplo João Fiandeiro e a Associação Portuguesa de Turismo Cultural, da qual este é fundador e dinamizador. Foi igualmente modesto quanto baste para pedir a opinião de quem sabe umas coisinhas destes assuntos, (um saber de experiência feito), casos de Luis Pedrosa Graça e de Manuel Bento Baptista, tomarenses ilustres, de há muito sobejamente conhecidos, e acostumados a colaborar em prol do berço nabantino, sem esperar qualquer retorno monetário. Basta-lhes a satisfação do dever cumprido. E assim é que está bem! Ou estava, que agora os tempos são outros...
Tudo portanto pelo melhor, no melhor dos mundos possíveis? Pois nem tanto, infelizmente. Quanto à requintada planta sobretudo para turistas, conseguimos saber que, nesta primeira edição, custará aos contribuintes 18 cêntimos cada uma.
Para os mais novos, uma ninharia. Para os mais velhos, porém, 18 cêntimos ainda são 36 escudos. E 36 escudos é dinheiro que até já deu para um bom almoço. Outros tempos... Isto para dizer que a autarquia faria bem em registar o seu produto (do qual sabemos que comprou os direitos de imagem) e dele fazer duas edições distintas: Uma promocional, gratuita para os profissionais do sector e a metade do preço para as escolas; outra para os visitantes, a um euro a unidade. Além de assim gerar receita, que nunca é demais, ajudaria a poupar papel, visto que as pessoas deitam fora o que lhes dão mas tendem a guardar aquilo que compram. Inculcaria também, nos alunos e até nalguns docentes, a ideia muito saudável e eficaz de que neste mundo nada é de borla, e deixaria mais sossegados os que, como o autor destas linhas, pensam ser uma anomalia continuar a subsidiar as férias dos outros (salvo em situações muito específicas, como por exemplo a terceira idade com fracos recursos documentados), quando o dinheiro faz tanta falta noutros sectores.
E finalmente o caso da noite. Apesar de o convite ter sido firmado pelo presidente da câmara, o único autarca presente foi o presidente da junta de freguesia de Santa Maria dos Olivais. Intrigados com tão estranhas ausências, foi-nos dito que membros da oposição, sobretudo do PS, terão tecido duras críticas de eleitoralismo, na sessão da assembleia municipal realizada anteriormente. Se assim foi, andaram mal tanto os críticos como os criticados. Aqueles, porque denota nítida falta de estaleca ignorar que, além de candidato, cada um dos actuais autarcas continua na plena posse dos seus direitos de cidadania, entre os quais o exercício pleno das funções para as quais foram eleitos em eleições livres e não contestadas. Têm até um excelente exemplo -sendo primeiro-ministro, José Sócrates nunca se inibiu de comparecer onde entendeu, ora como governante, ora como candidato, ora como secretário-geral do PS. E Fez muito bem. Os autarcas tomarenses porque, além terem cedido às críticas (o que levará os adversários de circunstância a considerar que têm razão), ao desertarem uma iniciativa organizada pela autarquia, que teve muito mérito, poderiam ter contribuído, se lá têm ido, para demonstrar que os verdadeiros tomarenses continuam a saber unir-se em torno das questões essenciais, nunca confundido luta política com questões pessoais. Ou estaremos a ver mal a questão ?
Diz-se além-fronteiras que quando a política partidária entra na sala por uma porta, o bom senso sai imediatamente pela outra. Eles lá sabem...
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