quinta-feira, 17 de setembro de 2009

OS JAVARDOS DE SERVIÇO...

Tem sido um descanso. Estabelecida a necessária identificação prévia de cada comentador e accionada a moderação de comentários, os habituais javardos de serviço revelaram, mais uma vez, a sua real coragem, indo obrar para outras paragens, se as houver. Já se esperava que assim fosse, mas será certamente útil assinalar a confirmação.
Entretanto, houve amáveis correspondentes que não concordaram com o motivo invocado. Estão no seu pleno direito. Tal como nós estamos no nosso. Afinal é na aceitação imediata das opiniões contrárias que se demonstra a nossa tolerância. Acresce que o pretexto avançado não foi o único detonador da decisão. Existiram na verdade vários outros, entre os quais avultaram as ofensas gratuitas e boçais, as calúnias, os ataques despropositados à vida privada das pessoas. E sobretudo a péssima qualidade de tudo aquilo, tanto no fundo como na forma ou no tempo. Ao longo dos meses foi-se procurando, debalde, alguma coisa de útil, de interessante, com qualidade, com oportunidade. Para quê então continuar à mercê dos broncos? Por simples masoquismo? Para alardear uma extrema mas nefasta tolerância? Um comentarista chegou até a escrever que demos um tiro no pé. Como assim? "Tomar a dianteira" continua à inteira disposição de todos os internautas de boa vontade. Só dos internharros é que não.
Remetidos os labregos ao merecido silêncio, para que possam fazer os respectivos exames de consciência (se souberem realmente o que isso possa ser...), é agora tempo de meditar sobre a ou as forças políticas que nitidamente procuraram apoiar. Não por uma questão de rancor, represália ou vingança; apenas para, na altura própria, lembrar duas questões. A primeira é que "quem não se sente, não é filho de boa gente", pelo que aqueles que nunca recusaram ou denunciaram energicamente tais práticas e tais apoios, não merecem certamente o voto dos tomarenses honestos e respeitadores. A segunda tem igualmente a ver com os próprios candidatos. Todos aqueles que já exerceram funções no executivo camarário, mas ainda não reconheceram publicamente que cometeram muitos erros, uns involuntariamente, outros de propósito, visando servir determinados interesses menos legítimos, tão pouco merecem os nossos votos. Afinal, tudo aponta no sentido de que procuram apenas uma oportunidade para nos voltarem a enganar. Não é certamente por acaso que tanto a igreja como a justiça, ambas com muitos séculos de experiência, têm sempre em grande conta o arrependimento, como condição prévia fundamental para evitar a reincidência...
Dizia o grande e saudoso actor italiano Vitório de Sica que a Igreja manda perdoar aos nossos inimigos como se fossem nossos amigos, se calhar por saber que geralmente são os mesmos.

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