Uma vez realizadas as eleições para o Parlamento Europeu, cuja pré-campanha já começou, as diversas formações políticas iniciarão uma longa campanha, visando obter bons resultados, tanto nas legislativas como nas autárquicas. Em ambos os casos, distribuirão pelo eleitorado milhares e milhares de impressos, geralmente muito vistosos e com uma linguagem atractiva. No âmbito autárquico vão até, com toda a certeza, publicar aquilo a que chamarão "programas". Tratar-se-á, na melhor das hipóteses, de meras listagens de (boas) intenções, que supostamente serão executadas durante o mandato, caso ganhem as eleições, caso haja cabimento orçamental, caso a União Europeia subsidie...
No que se refere ao nosso concelho, qualquer dos tais "programas eleitorais", ou de candidatura, deve ser lido e interpretado com todas as cautelas, nunca esquecendo que alinhar argumentos e boas intenções é extremamente fácil. No passar à prática é que aparecem os problemas, em quase todos os casos inultrapassáveis.
O primeiro e enorme obstáculo é o cabal conhecimento da situação da autarquia, condição indispensável para que os redactores dos citados documentos possam produzir trabalhos credíveis. Acontece, todavia, que neste momento ninguém sabe ao certo, nem mesmo a actual maioria PSD que nos governa a nível local, qual é o verdadeiro panorama local em termos de estruturas, eficácia, custos e benefícios dos serviços autárquicos, incluindo os SMAS. Tal "fotografia", ou série de "fotografias", só poderão ser elaboradas após auditoria a todos os serviços. Não uma auditoria do tipo sindicância, visitando apurar responsabilidades, mas uma acção informativa previamente preparada e orientada para a abtenção das respostas que se pretendem. Sem nunca perder de vista que, regra geral, só se encontra aquilo que se procura.
Por motivos que a generalidade dos cidadãos eleitores e pagadores não entendem, basta falar em auditoria para que os responsáveis interessados comecem logo a tentar mudar de assunto, a assobiar para o lado, ou a fingir que não ouviram ou não perceberam nada. Porque será?
É óbvio que tal iniciativa implica gastos relativamente avultados, numa altura em que a situação económica da autarquia pode ser tudo menos brilhante. De qualquer modo, é evidente que sem dados precisos e actuais, qualquer documento eleitoral não passará de mera propaganda, tendo em vista unicamente intrujar os eleitores, apesar de, naturalmente, os seus autores garantirem o contrário, até com as mãos postas, se for preciso.
Perguntarão os leitores, incluindo os autarcas e responsáveis partidários -Mas uma auditoria para apurar o quê? Embora sabendo de antemão que uma vez lido este texto, praticamente todos garantirão que "estava-se mesmo a ver que era assim!", "melhor o gajo estivesse calado!", aqui vão algumas pistas.
Antes de mais, determinar quantos são os funcionários, onde estão colocados, que tarefas desempenham realmente e qual é a cadeia hierárquica, desde quando e porquê. Depois, fazer o rastreio das instalações, serviço a serviço, gabinete a gabinete. A seguir, elencar os edifícios ou parcelas alugadas e respectivas afectações, bem como os imóveis propriedade da autarquia e para que servem concretamente. Finalmente proceder aos cruzamentos necessários para obter custos mensais e anuais, bem como as receitas cobradas. Sem pelo menos isto, nada feito! Subsistirá sempre a desculpa sacramental -"Sabe, nós bem tentámos, mas as dificuldades foram tantas que resolvemos aguardar por melhores dias." Que nunca mais virão, se nada for alterado entretanto. E o progresso não pára, nem os outros concelhos vão ficar à nossa espera...
14 comentários:
Socialistas prpõe verba para União de Tomar numa altura de forte crise em Tomar.
Mas se o União de Tomar não consegue pagar dívidas antigas, porque é que continua a funcionar?
Qual a razão porque os socialistas, já em 2 anos seguidos insistem em querer dar viabilidade a um clube que é um buraco?
Não tinha razão António Paiva ao querer acabar de vez com este clube?
Ora aí está uma opinião desassombrada, partilhada por gente aqui do blogue. Infelizmente, e para usar uma frase feita, "a política eleitoralista tem, por vezes,razões que a razão desconhece". Neste caso a proposta do PS, embora aparentando grande interesse pelo União,tudo indica que teve como objectivo retirar margem de manobra a Pedro Marques, que em tempos foi eleito graças ao apoio massivo dos adeptos desportivos. Os do PS pretendem que isso não volte a acontecer e, em simultâneo, entrar no "círculo dos benfeitores do desporto e da cultura". Ou não é verdade que outros autarcas são igualmente dirigentes e/ou simpatizantes de agremiações concelhias, usuais destinatárias de subsídios camarários? Para já não falar na nomeação para certo lugar de um familiar próximo de determinado autarca eleito pelo PSD, conquanbto o não seja...
A ética é excelente, mas apenas como proclamação ocasional aos eleitores. Praticá-la sempre é demasiado complicado.
Candidatem Vitorino a presidente do União!
Já!
Ao União de Tomar não se deve virar as costas. Já foi o maior emblema da cidade e nessa altura em aqui baquearam Sporting, Guimarães, Porto, Belenenses, CUF e tantos outros, ninguém se atrevia a por em causa a sua existência. Agora, com a facilidade com que se bebe um copo de água, toma-se como normal, banal, a sua extinção.
Mais uma vez aparecem "meninos de última geração" para quem a cidade não diz nada...
Provavelmente se vissem no União uma oportunidade de sacarem algum...
Concordo com o último comentador.
E bem estiveram José Vitorino, em 2008 e Carlos Silva, este ano, a propor este subsídio extraordinário para o União, que está cheio de gente séria e empenhada em dar nome a Tomar, apesar das dificuldades.
E não confundam esta ideia com eleitoralismo, que se saiba o ano passado não havia eleições e foi quando o arquitecto candidato do PS a a apresentou.
O senhor pode não ser grande coisa, mas pelo menos apresentou proposta em momento que não pode ser confundido com eleiotralismo, ou então qualquer proposta que qualquer vereador ou grupo político faz é sempre eleitoralismo? Acho sinceramente que não. Acho apenas que são pessoas preocupadas com o futuro de uma instituição relevante no Concelho e de que eu muito me orgulho.
Ainda a propósito do União de Tomar, não posso deixar passar a oportunidade para expor aqui a minha revolta pelo ataque feroz que o ex-presidente Paiva levou a cabo durante os seus mandatos contra este clube de que já fui sócio e colaborador, ainda o sr. Paiva não morava em Tomar.
Aquilo que se fez ao Esyádio Municipal teve como único objectivo entregar aquele espaço à escola de futebol do sr. barrinha e comparsas. Cuidava o sr. Paiva, na sua triste ignorância, que transformando aquele espaço num sintéctico ganharia dinheiro porque por um lado teria menos custos de manutenção, e por outro poderia alugar aquilo à dita escola durente o máximo de horas possível por dia. Para o União de Tomar foram as sobras, ainda assim pagas a peso de ouro, tanto quanto sei.
Ora um clube de futebol de uma cidade anémica, sem receitas dos jogos, sem condições de treino, que pode esperar do futuro? Aquilo que Paiva lhe prometeu: a morte!
Com esta atitude Paiva mostrou ser aquilo que atrás disse: um produto da geração última, rasca, rasteiro, sem decência e sem respeito pela cidade que o elegeu e pelo seu historial. E no historial de Tomar figurará sempre, quer se queira quer não, O União de Tomar...e já agora o Sporting de Tomar, que aqui não vem ao caso, mas que faço questão de mencionar para não correr o risco de ser acusado de sectário. Isto sem esquecer outras instituições de carácter desportivo que aqui não refiro para não ser fastidioso.
O União e o Sporting são as bandeiras desportivas da cidade e aos dois o sr. Paive fez questão de prejudicar, sem motivo aparente, talvez por birra, demonstrando deprezo pela cidade e seus habitantes, agindo como se a cidade lhe pertencesse, fosse o seu "playground"!
Resta ao União de Tomar ir vegetando, qual árvore carcomida em tempo de seca, na esperança de melhores dias que possam chegar pela mão dum autarca com a sensibilidade necessária para perceber a sua importância e o lugar que deve e tem de ocupar na vida tomarense.
As reacções de indignação já tiveram a sua época. Agora já não comovem ninguém. Por um lado, porque não basta afirmar que o União, etc. etc. etc. É preciso demonstrar para que serve na realidade, uma vez que se trata de lá enfiar, a fundo perdido, dinheiro dos contribuintes, numa altura de crise em que todas a moedas fazem falta para dar de comer a quem tem fome, uma necessidade básica e por isso prioritária. Por outro lado, os nossos vizinhos espanhóis, apaixonados pelos toiros, já anunciaram a anulação de três mil corridas até ao final do ano, por falta de patrocínio das autarquias. Em 2008 os diversos "ayuntamentos" contribuiram com 600 milhões de euros para a festa brava. Não há bem que sempre dure...
Vão-se habituando à ideia de que os subsídios passarão em breve a ser só recordações.
Será sempre muito difícil o União de Tomar levantar a cabeça. O futebol de hoje já não é em nada parecido com o de há alguns tempos atrás. Mesmo nos seus tempos áureos o União nunca pôde contar com os comerciantes desta terra. Os comerciantes é que contavam com o União para aumentar as suas vendas, quais chupistas que nunca reconheceram o papel importante que o clube poderia ter para a cidade se fosse apoiado consistentemente.
Valeram sempre os "mecenas" que há sua maneira, de acordo com as práticas da época, andaram com o clube às costas. Alguns construtores civis, o sr. Mário Gonçalves, João Lopes da Costa entre outros, deram muito do seu esforço em prol do clube, com resultados muito dignos como muita gente ainda se lembra.
E veio um "menino bem", dengoso, vaidoso, narcisista, armado em "quero posso e mando", "agora eu é que sou o prlesidente!!" atirar com todo o esforço antes feito por água abaixo, escorraçando o clube das instalaçoes e do estádio, sabendo que não havia alternativa.
Podem-lhe chamar o que quiserem! Eu chamo a isto política de terra queimada!
Pois, não se pode dar subsídio ao União porque faz falta para matar a fome aos desgraçadinhos, mas há dinheiro para fazer fontes cibernéticas, ou melhor, cagadas cibernéticas, para virem a ser destruídas meia dúzia de anos depois para se voltar a fazer não sei o quê!
Sabe o que lhe digo? Mal por mal que enterrem o dinheiro no desporto!
...para não falar noutras aplicações financeiras...
Eu não defendo de forma fundamentalista que o União de Tomar viva de subsídios, como um comentador atrás pretendeu deduzir das minhas palavras. O que eu defendo é que quem lhe retirou os meios de subsistência lhos devolva para lhe permitir seguir em frente com dignidade.
Tomando a velha significa dar-lhe a cana para pescar em vez de lhe dar o peixe.
E se isso acontecesse não tenho dúvidas que o clube ressurgiria até um patamar desportivo condizente com as capacidades da região.
Assim, o União de Tomar debate-se todos os anos entre a vida e a morte.
Para anónimo das 13:48:
Aparentemente você até acredita naquilo que escreveu. Mas olhe que está redondamente enganado. Conhece algum clube ou associação do concelho, ou mesmo dos concelhos vizinhos, que já tenha vivido ou viva sem a ajuda das autarquias? Estava-se a referir, concerteza, às instalações do ex-estádio. Não foi na época em que o clube ainda beneficiava dessas instalações e dos subsídios anuais e extraordinários, que ficaram por pagar as dívidas que agora se pretendem liquidar, outra vez com o dinheiro de todos nós? Para quê andarmos a enganar-nos uns aos outros? Quais são concretamente os objectivos actuais do União ou do Sporting de Tomar? Não aprenderam nada com o caso do Campomaiorense? Cresçam! Deixem-se de fantasias, qua a vida custa todos e não está para devaneios.
E não pensem que tenho alguma coisa contra os clubes, tomarenses ou outros. Trata-se apenas de tentar que os arautos dos subsídios tenham finalmente a coragem de encarar a realidade nua e crua. Bem sei que o Sporting de Tomar conseguiu recentemente, após anos e anos de pedinchice do autarca Rosa Dias, aquela prenda do subsolo do Pavilhão Jácome Ratton. Quer apostar que mais ano menos ano estão como agora o União, ou ainda pior?
Não acreditar na capacidade das pessoas é sinal e estilo dos DERROTADOS.
Para anónimo das 11:34:
Será aquilo que você quiser, desde que se habitue a ler com cuidado. Não está em causa a confiança nas pessoas, que é tudo muito boa rapaziada. O grande problema é que têm o hábito lamentável de contarem sempre com o dinheiro dos impostos dos outros, sob a forma de subsídios, subvenções, facilidades, ajudas, e por aí fora. Como essa época das vacas gordas, cujas carnes davam para tudo, está a acabar, o melhor será começar a pensar noutras formas de incremento do desporto. Essa de entregar as chaves à Câmara já não pega. No caso do União, entregar as chaves de quê? Daquele cubículo camarário onde guardam o rol dos calotes? Ganhem juízo, enquanto não é demasiado tarde. O Ateneu, a Tuna, os Tomarenses, os Fixes, a Floresta do Nabão e os Zebras do Alvito desapareceram. Porque é que o União não pode ter o mesmo destino? É algo de sagrado?
Entreleio nas suas palavras uma certa antipatia patológica e uma raiva surda pelo União de Tomar! Será por ter sido corrido de lá? Não lhe deram o tacho que queria? Não comeu nem bebeu o suficiente? Foi apanhado com a boca na botija?
...ou nem sequer lhe permitiram lá por os "côtos"?
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