domingo, 11 de abril de 2010

ASSIM ESCREVE UMA TRABALHADORA QUE MADRUGA...

Aqui há dias, a nossa leitora Ana Santos foi interpelada por outro seguidor de Tomar a dianteira, de modo menos cordato, sobre um comentário por ela escrito, numa linguagem menos respeitadora dos padrões sociais. Eis a resposta que nos enviou, "endireitada" aqui ou ali, de modo a não ferir susceptibilidades mais à flor da pele, ou cidadãos menos tolerantes para com os outros.

A MINHA JUSTIFICAÇÃO PERANTE VÓS, E NADA MAIS

Sou uma humilde cidadã, que gosta de dar a sua opinião. Não tenho preferências políticas. Apenas procuro defender os interesses da minha cidade. Acho que todos temos o direito e o dever de dar a nossa opinião. Não é com computadores que se varrem as ruas, que se amassa e coze o pão, ou que se plantam hortaliças. É com as mãos. E esses trabalhadores manuais também têm massa cinzenta, também são cidadãos e também votam.
Quando eu era estudante, há 25 anos, ainda não havia amas pagas pelo Estado. Por isso, ou continuava a estudar, os meus pais pagavam a uma ama e eu não comia, ou interrompia os estudos, que foi o que fiz. Como sempre pensei em continuá-los, quando pudesse, estou agora a frequentar a Escola Jácome Ratton.
O facto de não lidar com a escrita no meu trabalho não me impede de tentar fazer algo pela minha cidade. Se ouvissem as pessoas que vêm do povo, como eu, não faziam tantos disparates. Ainda na passada quarta-feira liguei para a Rádio Cidade de Tomar, no sentido de chamar a atenção para as obras que estão a fazer aqui na Choromela, onde há mais uma grande asneira. Tinham dito que iam fazer uma rotunda, mas não se vê nada disso e ouvi dizer na rádio que vão pôr sinais de limitação de velocidade. Fica mais caro e não resolve o problema. Basta ver aquilo que se passa em Carvalhos de Figueiredo.
O meu mal foi ter votado Pedro Marques, pois faço parte daqueles que sofrem com uma das grandes asneiras dos mandatos dele. Mandou fazer os passeios da Zona Industrial tão altos que dão cabo dos carros.
Já agora que falamos de coisas mal feitas, aqui vai outra que ele e os outros vereadores desconhecem, porque não sofrem na pele, como eu sofro, o ter de se levantar de madrugada para ir trabalhar. Eu e outros trabalhadores passamos todos os dias, por volta das cinco da madrugada, ali entre Vale Cabrito e a Zona Industrial, onde não há um único candeeiro de iluminação pública. Se em dias normais já não se vê nada bem, agora imagine-se em dias de nevoeiro. Até já ali perdeu a vida um cidadão, abalroado por um veículo.
Peço desculpa, mas nem sempre tenho tempo para corrigir o que escrevo. Estou a fazer o jantar ao mesmo tempo e tenho aulas às sete, o que não me impede de passar revista aos sites, pelo menos aos da cidade.
Para terminar, permitam-me o desabafo: GOSTO DE DAR A MINHA OPINIÃO E PENSO QUE VALE MAIS DÁ-LA AQUI, POIS PELO MENOS ALGUÉM A LÊ. SE FOR NUM CAFÉ, NÃO DÁ NADA. AS MINHAS DESCULPAS PELO INCÓMODO. OBRIGADA. BEIJOS.

ANA

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