sexta-feira, 16 de abril de 2010

ESCLARECIDO E ESTARRECIDO

Foto DN/NS

Ao fim de tantos anos a viver em Tomar, cuidava já ter visto tudo. Estava redondamente enganado. Uma notícia recente, no site da Rádio Hertz, deixou-me embasbacado, estarrecido e esclarecido. Para sempre ? É o que falta saber.
De acordo com a referida peça noticiosa, na mais recente reunião do executivo, Carlos Carrão, Luís Ferreira e Pedro Marques afirmaram, cada um no seu estilo próprio, ser necessário, indispensável e urgente ajudar o União de Tomar. Ou seja, numa estranha e rara convergência, todas as tendências se declaram favoráveis a uma acção de socorro a favor do velho emblema nabantino. Apesar de manifestamente ignorarem a natureza, o montante ou a duração de tal ajuda. De tal forma assim é que Luís Ferreira declarou caber à direcção do referido clube indicar à autarquia que ajuda pretende realmente.
Temos assim que, numa câmara atascada em dívidas, de tal forma que até já contraiu novos débitos junto da banca para liquidar outros mais antigos a particulares; numa câmara que não consegue garantir sequer os serviços mínimos de forma decente; numa câmara que não tem meios para terminar as obras de saneamento na cidade antiga; numa câmara que deixa arrastar-se a conclusão das obras no Largo do Pelourinho; numa câmara que fechou os sanitários públicos, por não conseguir mantê-los limpos e em funcionamento; numa câmra, enfim, que tolera um cidadão tomarense a viver nuns sanitários, mesmo em frente da melhor unidade hoteleira da cidade; numa câmara assim, assiste-se ao despautério de todas as tendências políticas do executivo concordarem no desperdício de fundos públicos, para ajudar um clube local sem sede, sem estádio, sem património, sem jogadores negociáveis e sem qualquer projecto consistente, para além do pagamento da dívida ao fisco. Será isto realista e razoável ? Em nome de quê e de quem ? Terá sido para isso que vos elegeram ?
Não me venham com velhas glórias, com o prestígio da cidade ou com outras lampanas do género. Não sendo inimigo do União ou de qualquer outra colectividade tomarense, sou no entanto forçado, em nome da coerência e do realismo, a dizer que qualquer ajuda monetária apenas contribuirá para prolongar um pouco mais o martírio de um evidente cadáver adiado, que toda a vida esteve em crise. Quanto à razoabilidade dos seus actuais dirigentes, basta pensar que, quando o ano passado o Riachense renunciou à subida de escalão por si conquistada, logo o União pretendeu substituí-lo. Com que meios ? Bazófia ? Presunção ? Afigurações ?
Costuma dizer-se que "quando a esmola é grande o santo desconfia". No caso presente, temos até dois inimigos de estimação, que dizem um do outro o que Maomé nunca disse da carne de porco, perfeitamente de acordo para se avançar com mais uma ajudazinha. Não será fartura demasiada ? Têm mesmo a certeza que se trata de tentar ajudar a colectividade vermelha e preta ? Ou serão apenas episódios de uma encenação tendente a conquistar, em futuras consultas eleitorais, os votos dos unionistas ? Olhem que até já houve um candidato eleito assim, e depois verificou-se que afinal era só fumaça...
Poderão replicar que, igualmente endividado até às orelhas, o governo português vai, não obstante, ajudar a Grécia com a modesta soma de 877 milhões de euros. É verdade, mas totalmente diferente do caso nabantino autarquia/União. O Estado português só avançará essa soma se e quando solicitada, no quadro de obrigações internacionais livremente assumidas. E fá---lo-á a título de empréstimo, com um juro confortável de 5%. Dado que obterá tal soma a uma taxa mais modesta, ainda acabará por ter um retorno simpático.
No caso do União trata-se, pelo contrário, como sempre se tratou, de dar como esmola dinheiro proveniente do orçamento municipal, sem que alguém saiba em detalhe com que intenções ou objectivos.
Resumindo: O União merece ser ajudado ? Acho que não, admitindo que outros pensem o contrário. Devem todos os contribuintes tomarenses ser forçados a contribuir para o União ? É claro que não. E os que querem o contrário, têm bom remédio -metam a mão na consciência e a seguir ao bolso. Não andem sempre à mama do dinheiro dos outros, que tanta falta faz para outras tarefas mais úteis para todos. O tempo das vacas gordas já lá vai, e nunca mais voltará !

António Rebelo

17 comentários:

Anónimo disse...

Caro senhor,

É um facto que a autarquia se propõe avançar para ajudar o União de Tomar mas julgo que não está em causa o pagamento da dívida às Finanças. Está, isso sim, chegar a uma plataforma de entendimento com o clube para, de seguida, procurar que o Fisco aceite um acordo a prestações e que levante a penhora que, desde há meses, impede o União de ter qualquer receita. Leu bem: o clube não tem qualquer tipo de receita. Veja bem que nem de bilheteira, pois alguém se lembrou de deitar o estádio abaixo... A troco de quê, pergunto de forma ingénua? Falar-me-ão da pouca capacidade de utilização mas, então, que teriam as bancadas a ver com o relvado?! Enfim, só mesmo de alguém que, de desporto e em particular de futebol, pouco ou nada percebe. Pois mesmo sem receitas, o clube tem conseguido sobreviver e, graças a isso, cerca de três centenas de jovens têm alguém que lhes dá a mão para praticar desporto. Os encarregados de educação pagam uma verba? É verdade, mas há que ter em consideração que há equipamentos para pagar, há gasóleo para pagar, há treinadores (e não curiosos) que necessitam de subsídios para fazer face aos gastos inerentes às deslocações aos treinos e jogos. Julga V.Exa que tudo isto não carece de verbas?! A verdade é que se a autarquia (que tem elevada quota-parte de responsabilidade neste estado debilitado do clube) não ajudar, então não há futuro para estas crianças em termos desportivos. Nem no U. Tomar, nem na Escola, nem na Linhaceira ou na Sabacheira. E julgo que o interesse, depois, não irá passar pela utilização desses espaços procurados (ironia) que são os courts de ténis. O futebol foi, é e sempre será o desporto das multidões. Pedindo desculpa a V.Exa e aos eventuais leitores por esta longa escrita, lamento que utilize o termo «cadáver» para se referir ao U. Tomar. Dessa forma está a colocar debaixo do tapete toda a história gloriosa de quase cem anos, que fez da cidade e do concelho um ponto de referência nacional. E se a V.Exa não lhe basta a «conversa» das velhas glórias, então certamente também não deverá dar o devido valor a monumentos, sinagogas, conventos, etc, etc... Estamos a falar de histórias, de recordações... Se houve respeito pela memória de Lopes Graça e a sua casa foi recuperada, então que seja dada a mesma honra a todos quantos levaram o nome de Tomar dentro e além fronteiras graças ao União. Ou tem alguma dúvida que investimentos como a Casa dos Cubos, como a Casa Lopes Graça, etc, atraem um número incomparavelmente menor de visitantes do que atraiu o antigo estadio? Bem sei que vê o desporto como o degredo da sociedade mas, lembre-se... há espaço para todos. Muito obrigado pela oportunidade de manifestar a minha opinião. Bem haja.

Sebastião Barros disse...

Obrigado pelo seu comentário calmo e ponderado. Se fizer o favor de voltar a ler o que escrevi, verificará que já previra a argumentação por si usada. E até lhe respondera por antecipação. Dito isto, compreendo perfeitamente a sua posição, de resto cheia de razão no que diz respeito ao autêntico esbulho de que o clube foi vítima (estádio, bancadas, balneários, bar). Considere, no entanto, que tal acção velhaca não explica nem justifica tudo o que ocorreu antes e depois com o União.
Sobre as escolas de jogadores, permita-me uma opinião. Dado que a esmagadora maioria dos praticantes não terá qualquer hipótese séria de virar profissional competente, acho que seria melhor facultar-lhes menos desporto e mais ensino rigoroso, exigente e de qualidade.Criar-lhes falsas expectativas é a pior coisa que se lhes pode fazer. Como aliás já se está a verificar, em termos de marginalidade, violência, criminalidade, abandono escolar, exclusão social. O mundo, meu caro senhor, nunca foi de facilidades, e está a piorar de dia para dias. Se não habituamos os nossos filhos ao trabalho mental árduo, à persistência, à tolerância e à coerência,teremos o direito de esperar que venham a ser cidadãos responsáveis, conscientes de que têm mais deveres do que direitos ?
É a ler A Bola, o Record ou O Jogo que ficam a saber como está o país ?
Cumprimentos,

António Rebelo

Anónimo disse...

Dr Rebelo ouviu a entrevista do Ivo a Hertz na ultima 4.ª feira? Não? É pena. Dava para um posto seu.

Leonel Vicente disse...

Já aqui o tinha deixado expresso num comentário que, salvo erro, não terá sido publicado.

O que ganhará o Estado, a Câmara, os tomarenses, com o fim do União?

NADA!

O clube não tem património, não tem (actualmente) receitas; se fechar as portas, seremos todos, os contribuintes, que ficaremos lesados no valor de uma dívida que será então irremediavelmente irrecuperável.

A opção mais fácil seria fazer o que se fez no Entroncamento, ou a, outro nível, por exemplo, com o Salgueiros ou o Ac. Viseu: num dia fecham as portas; no dia seguinte reabrem com novo nome e - miraculosamente - sem dívidas!

Julgo que é de enaltecer quem trabalha para evitar essa solução 'demasiado fácil'...

Anónimo disse...

Sr. Dr. António Rebelo

Já se viu que vai pelo caminho mais fácil, mas o menos rigoroso e verdadeiro.

Numa escrita fluente e desapaixonada o anónimo das 00H19 explica-lhe toda a situação e sublinha-lhe argutamente que a intervenção da Câmara não passa por dar dinheiro ao União para ele pagar a dívida ao Fisco.

Já qui lhe explicaram que esta dívida assenta numa autêntica perseguição do fisco (leia-se direcção de Santarém e seu anterior aiatolah director!) que presume receitas e as taxa como se de chorudos lucros se tratasse.

O Sr. Dr. tem todo o direito a não gostar de futebol e até pode entender que todos os clubes estão cheios de mafiosos à ganância de "engordar".

Mas, no caso do União é uma parte da história de Tomar no século XX (a entrar já no XXI) que ele representa, queira ou não queira.

Como é?! Permite-se que o fisco a rasgue?!
Quem é que lucra com isso?! O fisco dum Estado que dá milhões e milhões aos amigalhaços do poder, que perdoa dívidas de milhões também a pessoas, a empresas, a clubes?! Que "rebentou" com a Nabância?!

Terá de concordar que a sua análise é anti-União, é a carregar para baixo.
Sem ofensa, o Sr. parece seguir a mesma estratégia do grande responsável pela situação actual do União - o Barão da Trofa!
Quererá ficar na história ao lado dele, de mão dada, como coveiro do União?!

Aliás, que tal também ir ao encontro dos actuais dirigentes do União e oferecer-se para os ajudar a dar a volta ao problema?! O Sr. Dr. podia ser aliado e não inimigo do União.
Não gosta de futebol?!
Tudo bem.
Ficaria responsável por uma secção cultural do clube em contacto directo com os jovens atletas a enriquecer e fortalecer os seus conhecimentos pela história de Tomar, por exemplo, ou a melhor dominar a língua francesa, em que o Sr. é um especialista encartado.

Sr. Dr. dê o seu contributo para tirar o União do buraco e levá-lo aos novos caminhos para bem de Tomar.

Aceita o desafio?

Anónimo disse...

DOUTOR REBELO FAÇO MINHAS AS SUAS PALAVRAS.
SEMPRE DEFENDI AQUI E NOUTROS LADOS O ENCERRAMENTO DO UNIÃO.
QUEM SEMPRE ANDOU POR LÁ SÓ TEM INTERESSES PESSOAIS MESMO O ACTUAL PRESIDENTE QUE DEVERIA SIM DEDICAR-SE A ESTUDAR EM PROL DELE PRÓPRIO.
JÁ EXISTEM ESCOLAS DE FUTEBOL POR ISSO PARA OS VELHOS RETRÓGRADOS DE TOMAR: CHEGA DE LAMÚRIAS NOS CAFÉS OU ENCOSTADOS ÀS PAREDES. BEBAM MENOS SELHAS DE VINHO E VÃO FAZER TRABALHO COMINITÁRIO. HÁ MUITOS BURACOS PARA TAPAR E SARGETAS PARA DESENTUPIR. VIVER DE PENSÕES E REFORMAS AOS 55 ANOS É TÃO VERGONHOSO MORALMENTE COMO TER REMUNERAÇÕES À ANTÓNIO MEXIA.
MEXAM-SE POIS TAMBÉM EU TENHO QUE ME MEXER TODOS OS DIAS PARA VOS AJUDAR A PAGAR O QUE RECEBEM TODOS OS MESES APENAS PARA DIZEREM BEM DE UM CANCRO SEM CURA. IRRA SÃO TEIMOSOS COMO OS BURROS E O BURRO SOU EU?
SÓ MAIS UMA NOTA: OS SENHORES QUE FORAM CITADOS E QUEREM O UNIÃO VIABILIZADO SÃO INTERESSEIROS E TODOS SABEMOS DO SEU PASSADO PARA EXTRAIRMOS ESSA CONCLUSÃO. FAZEM-SE DE SANTINHOS MAS ELES AJUDARAM A QUE O UNIÃO ESTEJA QUASE CADÁVER. É UMA QUESTÁO DE MESES.

O BURRO!

Anónimo disse...

Mas qual esbulho qual carapuça! Uma ova!

Tudo o que foi mal deitado a baixo (por insignes iluminados), não era do União!
Tudo era nosso, do povo, dos munícipes; porque tudo o que aquele inconsciente destruiu, foi construído com dinheiro dos papalvos: que somos nós! (e nós não somos o União!)

Infelizmente – e esta é a VERDADE – , o União não tem onde cair morto; portanto que possa e se faça cair com dignidade e no seu sítio: na rua!
A câmara não é a santa casa!... Se esta não resolve os seus problemas, vai querer ajudar a resolver aqueles doutros que, pela sua incompetência geracional, hoje, são completamente insolventes.

Construam um novo União´10; a partir dos alicerces! E que, daqui a cem anos, quem cá estiver, não se envergonhe (como hoje) dos despojos herdados…

É assim, a dura realidade!

Muitos golos



espião de bancada

Anónimo disse...

Doutor António Rebelo, acredito que a maioria dos tomarense aprecia e aplaude o seu empenho na defesa dos interesses de Tomar, mas não estou tão certo de que os mesmos tomarenses concordem com o Senhor no que diz respeito ao U. Tomar. O Senhor não gosta de futebol, está no seu direito. Não se percebe é que tenha uma aversão tão grande ao clube. Dada a maneira como dele fala parece ser o culpado de todos os males de Tomar. O que a maioria dos tomarense pretende, quanto ao apoio da Câmara, não é o dinheiro que o clube deve às Finanças. Quer, isso sim, que a Câmara, por razões que o Senhor deverá conhecer muito bem como cidadão informado sobre o papel que cabe às autarquias, o que o clube pertende - e a maioria dos tomarenses apoia tal pretensão - é que a Câmara ajude, através de iniciativas que podem passar pelo diálogo, por exemplo, com a entidade credora, sobre a forma como o clube deverá pagar o que deve. Como cidadão tomarense de verdade, fico triste face à maneira como o Senhor Professor António Rebelo se refere ao U. Tomar. Ao escrever no seu comentário que "a esmagadora
maioria dos praticantes não terá qualquer hipótese séria de virar profissional competente, acho que seria melhor facultar-lhes menos desporto e mais ensino rigoroso, exigente e de qualidade. Criar-lhes falsas expectativas é a pior coisa que se lhes pode fazer". Desculpe, mas leio isto e não acredito. Não parece de um Docente qualificado. Parece, sim, de alguém que odeia o futebol e não respeita a vontade de um jovem praticar a modalidade desportiva do seu gosto! O Senhor Professor diz que ouve a Rádio Hertz. Também oiço. E há dias foi dito lá mais ou menos isto: cinquenta escolas, cinquenta, repito, de uma cidade chinesa - terá que ser demograficamente muito maior do que Tomar, como é óbvio! - incluiram no HORÁRIO ESCOLAR um programa chamado Campos de Futebol, com o objectivo de promover a prática da modalidade. Incluiram no HORÁRIO ESCOLAR, leu bem! Aos fins-de-semana essas escolas organizam compeonatos entre si. Se calhar, vai responder que os chineses não sabem o que fazem...
Respeitosamente,
Um tomarense que gosta de Tomar

Anónimo disse...

Estou inteiramente de acordo com o que é escrito neste Post.

É bom que se lembrem que os tais tempos áureos do União de Tomar, que tanta projeção deram à cidade no país e além fronteiras (no dizer de um comentarista), só foram possíveis, porque havia ainda uma assinalável actividade industrial no concelho, alguns dos melhores jogadores jogavam no União a troco de empregos na autarquia e numa ou outra empresa privada, alguns dirigentes punham do seu das mais variadas maneiras. O concelho, já nessa altura, não reunia condições económicas para manter um clube de futebol com jogadores profissionais. Hoje, um clube de futebol, mesmo numa modesta terceira divisão, exige no seu plantel alguns jogadores profissionais que não ganhariam menos de 750, 1500 euros mensais. Até mesmo um clube de futebol na base do amadorismo puro, necessita muito dinheiro para subsistir. E nós sabemos o que vai normalmente na cabeça de muitos dos dirigentes desses clubes: querem protagonismo, subidas de divisão, entrevistas nos jornais locais. Não há míngua de exemplos.

Não consigo sequer vislumbrar que o renascimento do União possa de alguma maneira dinamizar algumas vantagens na vida económica da cidade, como o não fez nesses tais tempos áureos. Numa terceira divisão, com, por exemplo, 15 jogos em casa não arrastarão, numa época, mais de 1000, 1500 pessoas e a maior parte leva uma bucha para comer pelo caminho.

Com uma câmara afundada em dívidas, empresas a fecharem, comércio em crise, etc., etc., a situação crítica do país, pedir o renascimento de um clube de futebol à custa dos dinheiros públicos, não me parece justo. Quase todos os clubes de futebol em Portugal estão pelas ruas da amargura, arrastam-se com dívidas que nunca irão pagar e não é justo, nos dias que correm, responsabilizar a Câmara pela existência de um clube de futebol.

Bem perto de Tomar, em Leiria, está um bom exemplo da futebolomania das elites políticas locais, delapidador dos dinheiros públicos, que nem sequer foi capaz de ganhar ao Braga para que o Benfica carimbasse o título de campeão... Benfica, que também tem surrupiado dinheiro a rodos aos contribuintes.

Quantos munícipes são sócios do União de Tomar? Qual a receita de cotização? Nos velhos tempos teria pouco mais de 1000 sócios.

Quanto custa manter um clube de futebol amador (instalações, água, luz, equipamentos, assistência médica, seguros, manutenção espaços prática desportiva, deslocações, treinadores, monitores, publicidade, etc., etc.)?

A carolice na bola, hoje, já não é o que era... Jogava-se por vinte e cinco tostões, o bilhete do comboio Tomar/Santa Cita, e um dirigente trazía-nos de volta, combustível pago pela sua algibeira e umas sandes no final do jogo pagas pela Fábrica de Papel da Matrena, porque o União de Tomar, nessa altura, pelo menos por uma vez, que me lembre, já não tinha dinheiro para os campeonatos de júniores. Fomos jogar para a Matrena.

Anónimo disse...

não foi a câmara que ajudou a encavar mais o união??
antigamente o união jogava num estádio onde quem ia ver pagava o seu bilhete, o estádio tinha publicidade, etc etc, tudo fontes de receitas para o união, por mais dívidas que houvessem..e agora?? vão-se ver jogos à borla ( em pé e ao sol, logo menos gente a assistir e receitas zero), não há publicidade, etc etc

ass. Tomarense e Sócio U.T.

Anónimo disse...

Escola de Futebol versus União, sim senhor!

O "BURRO" pensa à Paiva e como o Paiva!

Claro que com brilhante resultado.

Ao estado a que isto chegou!!!!!

Só falta criar um grupo funerário para enterrar o União!

Depois do funeral sairiam ufanos e contentes a gritar vivas ao Polis, à Ponte do Flecheiro, ao tanque Cibernético ... e a preparar o próximo enterro ..... o da identidade de Tomar!!!!

Haja Deus!

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,

Esta questão do União de Tomar, geradora de paixões contraditórias, já começa a cheirar mal. Parece até que a cidade está divida em duas aldeias: a Aldeia de Cima e a Aldeia de Baixo. Uns querem-no continuar, outros querem deitá-lo abaixo. Enquanto uns pretendem prolongar a agonia do clube, patrocinando-lhe apoios inócuos que apenas servem de lenitivo mas não curam a doença, outros bradam aos ventos a sua pura e simples extinção, sem sequer terem em conta todo o historial que o clube carrega.

Se o problema do clube é "apenas" fiscal (como se não tivessem bastado as malfeitorias praticadas por Paulino Paiva num assomo de birra infantil que tão bem o caracteriza), há que tratar o caso de acordo com a situação. E das duas uma: ou aparece um "mecenas" disposto a liquidar ao fisco o montante em dívida, ou então parte-se para a extinção do clube.
Como me parece que a primeira hipótese é quase uma utopia para os tempos que correm, talvez a segunda seja o caminho a seguir.
Desse modo, salvaguardando o único património do clube que são os seus troféus, registos fotográficos, registos escritos e quaisquer outros que porventura existam (entenda-se salvaguardar por colocar em local seguro ao abrigo de qualquer arresto), declara-se a falência, e posteriormente arrancaria um novo clube, ao abrigo da imagem e do historial do extinto, chamando-se simplesmente União de Tomar, com outra identidade fiscal, tudo de forma a não se confundir juridicamente com o falido. Começaria do zero, dos escalões mais baixos, e com alguma sorte e organização ao fim de meia dúzia de anos estaria de novo onde o actual clube está no plano desportivo.
Matava-se assim dois coelhos: resolvia-se a contenda fiscal e os tomarenses continuariam a ter um clube identificado com a cidade.

Seguir pelo caminho que pelos vistos os politiquilhos da nossa praça defendem - ora dando subsídios, ora provomendo condições - não altera em nada a situação de corda no pescoço que o clube vive há já alguns (demasiados) anos...

Sebastião Barros disse...

Para anónimo das 15:49

Onde isto já vai! Na China, imaginem só ! Mas olhem que aquilo é um regime comunista, com todas as suas vantagens e inconvenientes. No que ao futebol diz respeito, seguem a mesma política da antiga União Soviética e seus aliados que, como é sabido, não deu grandes resultados. Se tivesse dado, os respectivos regimes não teriam implodido. É isso que querem para Tomar ?

Anónimo disse...

O BURRO converge com o autor do "Tomar a Dianteira". É impressão minha ou ainda vamos ter entendimento político num futuro próximo?

Anónimo disse...

Os cães ladram e a caravana passa, como vem sendo habito. Dupla Relvas/Carrao de um lado e do outro Cristovão/Ferreira.
Corvelo é o bispo da confraria e os outros meros figurantes.
Com bola ou sem bola. O jogo está dado. E agora é jogar.

Anónimo disse...

É errado, quanto a mim, esquecer o que bom o clube outrora trouxe à cidade! E apesar de, actualmente, o União Tomar estar nas divisões distritais também não concordo quando o Dr. Rebelo sustenta que o clube não tem projecto e que o melhor será facultar aos jovens "menos desporto" sob o pretexto de que "a maioria não terá qualquer hipótese séria de virar profissional!"
O União Tomar agrega hoje mais de 300 jovens entre os 6 e os 17 anos! Conforme refere a esmadora maioria não chegará a profissional, mas não é isso o mais importante! O mais importante é terem a oportunidade de praticar desporto, ganharem rotinas de grupo, entre outras experiências que lhes permita também crescer enquanto cidadãos! Utilizando o mesmo argumento poderia dizer-se que as escolas de música, por exemplo, criam "ilusões" em muitas crianças e jovens porque a maioria não seguirá a via profissional!
Mas voltando ao futebol, é importante notar que do actual plantel senior, mais de 90% dos jogadores são provenientes dos escalões de formação ou residentes em Tomar. Não há salários, ma sim subsídios irrisórios! Mas há outros encargos a pagar, como inscrição de jogadores, mesmos os de formação, policiamento, gasóleo, etc! Não há é receitas já que, por opção política, a bancada veio abaixo e os espectadores podem assistir aos jogos do lado de fora, limitando as receitas de bilheteira!
É certo que por esta altura o clube já deveria ter património próprio de forma a angariar receitas, porém, esta direcção não tem culpa de erros históricos! E é por isso que apresentou uma proposta à CMT para solucionar o problema do fisco, não para a Câmara o pagar, mas para se encontrar uma solução no sentido de este não ser penhorado e o União Tomar ter margem de manobra para dar sequência ao bom trabalho de formação e pedagogia que tem vindo a desenvolver! Mesmo que os jovens praticantes não cheguem a profissionais

Anónimo disse...

Há, sempre houve e haverá, argumentos para todos os gostos sobre qualquer tema ou assunto que nos motive.
Creio que há uma má fé, ou coinsciência recalcada por pecados de algumas pessoas, na interpretação das palavras do Dr. António Rebelo.
A - Nunca o ouvi renegar o historial do União!
B - Ele está, isso sim, preocupado com as soluções que alguns advogam para a resolução do União, num momento de contra ciclo financeiro e, como já foi aqui referido, sem que existam as mesmas condições históricas que presidiram à sua fundação e sustentabilidade.
C - Nunca António Rebelo colocou em causa a prática do desporto, tenha ela lugar no União ou em qualquer outra associação ou grupos de cidadãos que autonomamente se organizam para a prática do desporto.
D - Havendo, e há concerteza, muitos defensores do União, porque não dão o exemplo e fazem um peditório, começando por se cotizarem como exemplo da boa vontade que aqui vêm demonstrando?
E - Caso sejam bem sucedidos, será uma razão acrescida para obrigarem o actual poder autárquico a tratar o União como tratou a Comissão da Festa dos Tabuleiros do Mordomo Madureira.

Termino com um desabafo: HAJA PACHORRA para entendermos esta gente que pensa que os dinheiros públicos, ainda por cima numa situação de forte crise, são para resolver más consciências...