Uma visita à antiga Cerca Conventual (actual Mata Nacional dos Sete Montes), para ver o tão anunciado início das obras de requalificação da ligação pedonal Cidade-Castelo, leva um pacato cidadão a deparar-se com esta situação. Fazem-se sondagens arqueológicas (e ainda bem), mas os peões passam por onde ? Boa pergunta ! Quem é que os manda andarem a meter o nariz aonde não são chamados ? Arqueologia é tarefa para técnicos credenciados. Aos contribuintes compete apenas pagar os impostos, que hão-de permitir pagar aos arqueólogos. E cara alegre !
Logo adiante, mais um testemunho do nosso triste fado, como tomarenses: Há dinheiro para obras, que até vão incluir iluminação pública numa mata que fecha às 5 no Inverno e às 6 no Verão, bem como para escavações arqueológicas, mas não há quem faça a regular recolha do lixo. Este e outros contentores estão assim há meses.
E depois ficam muito ofendidos quando por aqui escrevemos que há na autarquia tomarense chefes e funcionários a mais, mas visivelmente faltam trabalhadores. A verdade é quase sempre inconveniente, nestes e noutros casos...
Saindo da Cerca e rumando ao Convento, observam-se as mazelas de sempre. Estrada em parte sem passeios e sem sumidouros capazes e suficientes; Calçada de S. Tiago lentamente tragada pela vegetação e pelo evidente abandono; Cerrada dos Cães com todo o aspecto de um campo de batalha, tantos são os buracos no pavimento.
Já no interior do Castelo, este magnifico exemplo das novas tecnologias -Uma máquina para efectuar uma visita virtual ao monumento, com as convenientes explicações, tudo mediante a introdução de uma moeda de euro. Para além da ideia insólita (Porque diabo se há-de fazer uma visita virtual, se o Convento está mesmo ali ? Porque fica mais barato ? Porque não há visitas guiadas ?). Pouco adianta responder, dado que a própria máquina também é só virtual. Na realidade trata-se apenas de um monte de sucata com ar moderno. Já estava fora de serviço o ano passado e assim continua. Há coisas que nunca mudam !
Cinquenta metros andados, este testemunho do temporal do Inverno passado. A história conta-se em poucas linhas. Tendo o IGESPAR determinado a requalificação das instalações sanitárias, que se apercebem ao fundo, do lado direito, as quais datam dos anos 30 do século passado, mas ignorando que cerca de 40 metros mais abaixo irá passar o futuro colector/emissário Convento/Rua da Graça, mandou abrir umas fossas. Azar dos azares, como era de prever, apareceram uns vestígios arqueológicos. Começaram as escavações...que nunca mais foram acabadas (basta observar a erva que já cobre a parte escavada). Os sanitários continuam fechados, as fossas por fazer...e o empreiteiro à espera do dinheiro. E esta hein ?!, diria o saudoso Fernando Pessa.
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