sexta-feira, 2 de abril de 2010

LÁ COMO CÁ ? - 2


Permitam-nos a insistência. Já os latinos diziam "se quereis saber, observai e perguntai aos mestres". Neste caso, o autor é, como já aqui foi referido, uma das grandes "cabeças" francesas, europeias e mundiais. Foi conselheiro do presidente Mitterrand, como o é do actual presidente Sarkozy. Presidiu ao "grupo de sábios" que elaborou, a pedido do presidente francês, o relatório "130 medidas para modernizar a França". As suas opiniões de homem livre, apesar de tudo, têm por isso especial interesse, pensamos nós. Estaremos enganados ?
Em qualquer caso, será importante fixar que ambos os analistas, Barbier e Attali, consideram indispensável e urgente a elaboração, debate e votação de um programa credível. Sem o qual...
(Nalgumas passagens, onde está país/nação/França, convirá ler igualmente Tomar e o concelho. Da mesma forma, onde se lê esquerda, deve ler-se também maioria e oposição na autarquia nabantina...)
"A HISTÓRIA VAI-SE REPETIR ?"

Se há uma constante nos últimos trinta anos em França, é sem dúvida a derrota na eleição principal do vencedor das eleições secundárias. Assim, quando a esquerda ou a direita vencem eleições legislativas, ou regionais, perdem a eleição presidencial imeditamente a seguir. Agora, como em 2004 a esquerda venceu folgadamente as regionais. Por conseguinte, em 2o12, tal como aconteceu em 2007, deverá perder as próximas presidenciais.
De acordo. As circunstâncias são muito diferentes e tudo parece, desta vez, estar a favor da esquerda para o Eliseu (equivalente francês do Palácio de Belém): a sua recente vitória nas regionais foi ainda mais folgada que nas anteriores; a eleição presidencial de 2007 colocou frente a frente dois candidatos que assim cumpriam o seu baptismo de fogo (ambos se apresentavam pela primeira vez), enquanto que em 2012 se tratará de reeleger ou não o presidente em exercício, em relação ao qual a opinião pública parece rejeitar à priori a própria hipótese de um segundo mandato; finalmente, há as consequências da enorme crise económica e financeira, sendo que nunca se assistiu à reeleição de uma maioria, ou de um presidente, considerados responsáveis durante um período em que o desemprego se agravou.
Para vencer em 2012, a esquerda deverá, mesmo assim, ser capaz de ultrapassar cinco obstáculos, se possível pela ordem seguinte: 1. Escolher um candidato capaz não somente de ganhar mas também de gerir o país. E idealmente escolhê-lo depressa, para lhe dar tempo de formar a sua equipa, evitando assim a improvisação na condução do governo, em caso de vitória. 2. Efectuar uma análise honesta da situação. Neste momento, ouvindo com atenção os representantes da esquerda, fica-se com a ideia de que não entendem, pelo menos em público, nem a gravidade da situação do país, nem o facto que ela não resulta só da política da direita, mas igualmente de uma crise de grandes proporções: quem vier a gerir a nação entre 2012 e 2017, vai deparar-se com um país cansado, um orçamento exausto, um desemprego maciço e um fraco crescimento económico. Será igualmente confrontado com a obrigação de reduzir os défices e de financiar as despesas estratégicas. Não haverá, portanto, lugar para a demagogia. 3. Ter sucesso na questão das alianças. Com efeito, a vitória só é possível se toda a esquerda e uma parte do centro se unirem; cada um deverá, por conseguinte, poder encontrar na estratégia presidencial sinais da sua própria visão do futuro. 4. Propor um programa credível, que não seja um mero resumo de promessas para as categorias sociais eleitoralmente mais importantes, mas antes que permita melhorar a competitividade do país, a formação dos que nele trabalham e a justiça social, sem hipotecar as exigências ambientais nem as da construção europeia, tão vitais para o nosso futuro. 5. Finalmente, convencer o país. Perante um presidente em exercício que não deixará de explorar as fraquezas da esquerda em relação aos quatro pontos precedentes, a campanha não vai ser nada fácil: o candidato Sarkozy já mostrou ser temível. Aureolado com um eventual êxito no G20 (que só podemos desejar, no interesse da França), que se terá realizado em Paris menos de um mês antes da eleição presidencial, o actual presidente será, face a qualquer outro candidato, um adversário de enorme gabarito."

Jacques Attali, Março 2010, notas, tradução e adaptação de António Rebelo (os negritos são da nossa autoria)

3 comentários:

Anónimo disse...

(Política)
Miguel Relvas apontado como futuro secretário-geral do PSD
(© Jornal O Templário, em 01-04-2010 19:12, por Jornal O Templário)

O presidente da Assembleia Municipal de Tomar pode via a ocupar o cargo que já ocupou no PSD em 2004-2005


“Miguel Relvas é um nome imprescindível na futura direcção e deve acabar por ser o secretário-geral, cargo que exige pessoa da absoluta confiança do líder”, escreve hoje o semanário Sol.
O ex-deputado e actual presidente da Assembleia Municipal de Tomar, que foi o responsável pela campanha de Passos Coelho a líder do PSD, é apontado como futuro secretário-geral do partido, cargo que já exerceu nos anos 2004 e 2005.
Segundo o “Sol”, “os convites para a equipa de dirigentes do novo líder do PSD serão feitos apenas na próxima semana e, como é habitual, só mesmo no próprio congresso as listas ficarão fechadas”.

Anónimo disse...

Os tomarenses devem dar continuidade á opção que fez nas últimas eleições locais: AFASTAR COM OS RELVAS que nada fez que dignifique Tomar!

Só os fracos é que se deixam iludir pelos lugares que alguns politiqueiros vão ocupando, mesmo que provisoriamente.

O Relvas faz parte daqueles que vivem do expediente politiqueiro que grassa neste país.

É por causa destes "rapazolas" que o país está como está!

Nada é mais pacóvio do que bajular um qualquer Relvas apenas porque está de momento na ribalta.

Há razões para festejar???

Não me parece!!!

Aguardemos...

Anónimo disse...

É bom saber isso.
Se o templário não escrevesse nós nunca advinharíamos.
A novidade delgado-tenreiro-Lopes estava votada desde logo à transitoriedade.
Problema resolvido. Relvas de novo no comando.

Isto é que vai uma açorda!