terça-feira, 13 de abril de 2010

ESTRANHA FORMA DE VIDA - 2

Foto 1 - Edifício Escavação. Instalações provisórias há mais de 10 anos. Renda mensal das lojas e cave 2.413 euros. Renda mensal do 1º andar direito e esquerdo 724 euros Total: 3.137 euros mensais.

Foto 2: Travessa de Gil de Avô - Serviços de Museologia. Tanto quanto conseguimos apurar, o prédio (ou parte dele) foi comprado pela autarquia.

Foto 3: Loja do gaveto Silva Magalhães/Sacadura Cabral - Serviço de coimas e contra-ordenações. Renda mensal 887,34 euros.

Foto 4: Rua Joaquim Jacinto. Serviço de apoio ao consumidor e Serviço de feiras e mercados. O prédio é da autarquia, que exerceu a dada altura o seu direito de opção.

SERVIÇOS CAMARÁRIOS -UMA EVOLUÇÃO DE TIPO CANCEROSO

Parafraseando a conhecida frase da TV, "Nós ainda somos do tempo em que..." nos Paços do Concelho cabiam a Câmara, a polícia, o tribunal, a cadeia e a central leiteira. Com o andar dos tempos, o cancro burocrático foi-se desenvolvendo, criando sucessivas metástases. Primeiro foram os SMAS, depois os pavilhões da FAI, e por aí fora.
Com o 25 de Abril, o advento da democracia à nossa moda, e um relativamente longo período de vacas gordas, foi crescer até mais não. A dada altura, para reabilitar o edifício quinhentista da Praça da República, os serviços camarários foram transferidos, a título provisório, para o Edifício Escavação (ver foto 1), onde antes funcionara uma delegação do Instituto Nacional de Estatística, entretanto encerrada. Terminada a dita reabilitação, verificou-se que afinal os serviços já lá não cabiam todos, pois os senhores autarcas, e outros chefes, tinham tratado de arranjar instalações "à larga e à rica". Resultado: manteve-se o DAU no Escavação, o DOM nos SMAS, e foram-se arranjando outras instalações (fotos 2, 3 e 4). Tudo implicitamente baseado em duas certezas, que afinal se revelaram falíveis: 1 - Vai haver sempre dinheiro para tudo; 2 - Os contribuintes pagam e não bufam.
Os resultados estão à vista de todos. Temos os autarcas e os funcionários bem instalados, mas a cidade e o concelho a definharem a olhos vistos. E com tendência para piorar...que afinal o dinheiro não chega para tudo. Ou se esbanja, ou se investe.

8 comentários:

Anónimo disse...

Dou uma sugestão: acabem com os cubículos, os aquários, reduzam gabinetes e sigam o princípio do

"open space", onde todos estão à vista de todos, chefias, vereadores, todos se controlam mutuamente, naturalmente. O rendimento do trabalho triplica, e no "open space" triplicam os lugares de trabalho. Acabam os cochichos, as ausências incontroladas, as intrigas e aumenta a competitividade entre os funcionários. Acabam as "quintas", os "quintais", as reuniões secretas e pessoais, os telefonems particulares, os atendimentos de favor, etc., etc.

Anónimo disse...

ESTE ANO NÃO HÁ SEMANA ACADÉMICA DE TOMAR E PORQUÊ ?

A resposta do presidente da Câmara para não dar licenças para depois das 2h da manhã foi: " se vós der licenças ate mais tarde, vem a população criticar o meu trabalho..."

SEM COMENTÁRIOS

ASS: TOMARENSE E EX-ALUNO IPT

Anónimo disse...

Defacto isto é uma estranha forma de vida!
A cidade de Tomar está cheia de edificios públicos os quais poderiam albergar todos os Serviços do Municipio sem ter que recorrer a rendas. Se por um lado é preciso fazer-lhe obras, que as façam, porque pagar rendas àquele preço é esbanjar dinheiros, sem aumento de património.
Como diz o comentario os Paços do Concelho antigamente chegavam para todos os serviços, será que aumentaram também a qualidade do serviço ao Munícipe? Não, está tudo na mesma. Esse era o tempo em que Câmara e SMAS Tinham o dobro dos funcionários a fazer bem feitorias no concelho, mas hoje é mais importante terem as gaiolas cheias de gente que nada faz, à espera do fim do mês. Esta situação passou-se ontem, passa-se hoje e háde-se passar amanhã, porque não há gente com responsabilidade, servem apenas para comprometer o futuro.
A todos eles deveriam ser imputadas responsabilidades e pagarem pelo triste futuro... Miseráveis!

Anónimo disse...

Conversa da treta, da inveja e de quem não percebeu ainda que há 30 anos se vivia em 50 m² quando hoje se vive em 200 m².

Gastos superfulos? Sem duvida. Agora confundir isso com as necessárias condições de trabalho para os funcionários.

Anónimo disse...

"...as necessárias condições de trabalho para os funcionários..."

- Cerca de 25 m2 de área disponível por funcionário.
- Uma secretária com, pelo menos 2 m2 de superfície e uma mesa de apoio com mais 1/2 m2.
- Um computador de secretária, último grito da tecnologia, com ligação rápida à internet.
- Um telefone fixo com número directo de ligação à rede fixa.
- Um candeeiro de secretária.
- Dois armários verticais. Um para guardar dossiers e outro para guardar documentos e objectos pessoais.
- Um bengaleiro.
- Um rádio-leitor de CD para poder acompanhar as notícias da cidade.
- Um placar para afixar os desenhos dos míudos e as fotografias das férias.
- Uma pequena mesa redonda com mais quatro cadeiras para reuniões de serviço.
- Um computador portátil pra acompanhar o funcionário aquando de saídas em serviço.
- Um telemóvel para chamadas de serviço.
- Uma máquina de café (ou para fazer chá). A moda está nas novas máquinas da Nespresso...
- Um pequeno frigorífico para guardar os iogurtes "diet" e a maça do meio da manhã.
(Também não seria mal pensado uma máquina para tirar cerveja de pressão...)
- Uma casa de banho sempre limpa e asseada.
- Um micro-ondas para aquecer a lasanha quando por conveniência do serviço (ou própria) o funcionário permanece no local de trabalho durante a hora da refeição.
- E já agora uma pequena poltrona (ou esperguiçadeira) para recuperar forças depois dos almoços mais pesados.

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,

Com o dinheiro das rendas espalhadas por aí, a que acresce o custo, invisível mas real, decorrente da dispersão dos serviços, e com o montante da venda do edifício da rua da Sinagoga retratado nesta peça, cuja alienação advogo por razões que no final desta minha intervenção invocarei, a que se acresceria um eventual empréstimo bancário, poderia recuperar-se o palácio da rua Doutor Sousa onde funcionou até há pouco tempo a PSP, concentrando aí a maior quantidade possível de serviços. O local é excelente devido à proximidade com o edifício da Câmara Municipal, e até o sistema informático sairia beneficiado porque seria possível implementar "nas calmas" uma rede intranet em sistema WiFi que funcionaria sem problemas dada a proximidade dos edifícios.
Por outro lado toda a logística sairia beneficiada. O custo seria elevsdo é certo, mas rentabilizado no futuro.

No que ao edifício da rua da Sinagoga diz respeito, aproveito para chamar a atenção uma vez mais para o desprezo com que a Câmara trata o seu próprio património, neste caso desprezando em absoluto uma peça arquitectónica de autor, premiada, de traça lindíssima, e que o bom senso manda que deva ser devidamente recuperada.
Provado que está à saciedade o desmazelo camarário, entendo que só a alienação e posterior recuperação por um particular poderá devolver alguma dignidade àquele pequeno prédio.

Tomar é isto! Um conjunto de maus exemplos que infelizmente começam a abundar por aí aos pontapés!!!

Anónimo disse...

Para o anónimo das 10:55:

A inveja é uma coisa muito feia!

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,

Gostaria que publicasse esta minha intervenção apesar de estar desenquadrada do tema.

Acabo de ler na página "Local" na Sapo que a Câmara Municipal de Tomar deliberou encerrar ao trânsito um troço da Rua Joaquim Jacinto, mais concretamente aquele que vai da rua dos Mpoinhos à rua Everard. A decisão é aceitável face aos argumentos invocados.
Se me é permitida uma opinião, gostaria de dizer que a mesma medida devia ser aplicada à rua dos Moinhos, e explico porquê!
Se atentarmos à actividade que se desenrola hoje em dia nessa rua, verificamos que, apesar de manter alguns residentes, trata-se de uma das mais bonitas artérias da zona mais antiga da cidade onde predominam lojas, restaurantes e snackbars, e por isso, condicionando o trânsito, permitir-se-ia o usufruto do espaço através de pequenas esplanadas que emprestariam ao local alguma vivacidade. Lembro, como já o fiz noutra ocasião, que a rua Silva Magalhães foi tratada da forma que advogo, sendo apenas cortada pelo trânsito que circula nas suas perpendiculares.
A rua de S.João, a rua Joaquim Jacinto (até á rua dos Moinhos) e a rua Aurora de Macedo são predominantemente ruas de habitação. Por isso, na minha modesta opinião, poderia dar-se ao troço da Joaquim Jacinto acima referido e à rua dos Moinhos a oportunidade de se tornarem um verdadeiro centro comercial ao ar livre. Basta que quem tem poder para decidir visite o local, faça um levantamento das suas características, e pondere de acordo.

OBRIGADO