Uma das principais encrencas arranjadas por este executivo e que continua por resolver é o problema do mercado. Há duas grandes correntes de opinião: a dos apóstolos de S. Paiva da Trofa, que continuam a aguardar melhores dias, para depois avançarem com o almejado fórum; e a daqueles que advogam a modernização dos velhos pavilhões, encerrados compulsivamente pela ASAE, após anos e anos de desmazelo e várias intimações ignoradas pela autarquia. Os primeiros querem um forum, à grande e à rica, à custa dos fundos europeus e dos contribuintes portugueses, para encher os bolsos de mais uns empreiteiros e outros espertalhuços de circunstância. Os outros contentam-se como melhorias graduais, havendo também os que defendem ampliações, para implantação de lojas. Neste contexto, vem mesmo a propósito, sendo muito instrutivo, o seguinte texto noticioso, transcrito com a devida vénia do JORNAL DE LEIRIA.
Esclareça-se que, de acordo com os dados mais recentes, Leiria tem 112.101 eleitores inscritos, com tendência ascendente, enquanto Tomar se fica pelos 38.070, praticamente apenas um quarto, com evidente tendência mergulhante.
"Espaço está sobre-dimensionado para a procura actual "
"Mais de metade das bancas do mercado de Leiria está desocupada"
"Dos 648 espaços de venda existentes no mercado municipal de Leiria, apenas 316 estão ocupados. Ou seja, mais de metade das bancas (332) encontra-se vazia. Os números reflectem a evolução da procura registada nos últimos anos e revelam um mercado sobre-dimensionado para as necessidades actuais.
Isto mesmo é reconhecido por Isabel Gonçalves, vereadora responsável pelo pelouro dos Mercados e Feiras Municipais. "O mercado foi construído em 1984, quando não havia grandes superfícies comerciais. Os hábitos das pessoas mudaram muito ao longo dos anos, de tal forma que já não se justifica uma estrutura com estas dimensões", afirmou a autarca.
A vereadora admite que Leiria precisa de um mercado de dimensões mais reduzidas e com melhores condições par feirantes e clientes, mas sublinha que não será um projecto para concretizar no imediato. Adianta que a prioridade do município passa por fazer "pequenos melhoramentos" no espaço actual "que corrijam algumas anomalias e permitam criar melhores condições de funcionamento."
Segundo a mesma fonte, estão previstas intervenções nos sanitários e na zona da peixaria, onde será melhorado o escoamento de águas usadas. "São pequenas obras, a executar por funcionários da câmara, que dotarão o espaço de condições mínimas", disse-nos a vereadora, esclarecendo que após a conclusão dessas reparações todos os vendedores deverão ser concentrados num único piso, em vez dos dois actuais.
Nenhum dos vendedores instalados no mercado municipal, incluindo as lojas, paga qualquer renda à câmara, uma isenção que já vem do anterior executivo e foi questionada por um munícipe, na reunião de câmara da semana passada. Apesar de compreender a aplicação da medida aos vendedores das bancas, Anjos Fernandes considera a isenção "injusta", nomeadamente em relação aos comerciantes que vendem no mercado semanal e que pagam terrado.
Responsável pelo pelouro de Desenvolvimento Económico no último mandato, Neusa Magalhães explicou que a isenção "está sustentada numa deliberação aprovada pelo executivo, que entendia que, para cobrar qualquer taxa, deveria disponibilizar um espaço com as devidas condições, o que não é o caso do mercado municipal." Esta autarca, que agora integra a oposição, lembrou ainda que a medida surgiu num momento em que havia a intenção de integrar o mercado no projecto de construção de um mega-centro comercial, que esteve previsto para aquela zona.
Na reunião da câmara, Neusa Magalhães deixou ainda "uma palavra de reconhecimento aos vendedores que trabalham no mercado municipal, em condições que não são as mais adequadas nem as mais desejáveis, mas que se têm mantido sem grandes reclamações." Esse enaltecimento é também subscrito pela actual vereadora do pelouro, que quando questionada sobre a continuidade da isenção de pagamento por parte dos vendedores, esclareceu que "ainda não há decisão relativamente a essa matéria".
Maria Anabela Silva, JORNAL DE LEIRIA, 10/11/2011, página 19
Nota final de Tomar a dianteira
Excluindo o lamentável incidente do encerramento compulsivo pela ASAE do mercado municipal tomarense, bem entendido imposto por aquela entidade fiscalizadora unicamente porque os seus inspectores não gostam dos tomarenses -particularmente dos autarcas, lendo o texto supra até parece que tudo aquilo se passa nas margens nabantinas. Até estava previsto um mega-centro comercial = Fórum, e tudo. Só nos falta a população, que dá à sola a olhos vistos. Mas isso tem lá alguma importância? Desde que os vencimentos e mordomias dos senhores eleitos continuem pingando atempadamente, siga a música, que estamos em festa!
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