domingo, 27 de novembro de 2011

Mancebia à antiga e herança inassumível

Assinatura do enlace - Foto Rádio Hertz

Faça o favor de votar, aqui do lado direito do ecrã, antes de começar a ler o que segue. Recomende aos seus amigos que votem também. As aparências iludem. Apesar da anunciada ruptura, continua tudo como dantes. Desgraças só em Abrantes. Vamos todos fazer os possíveis para regenerar Tomar, a nossa terra bem amada.

A foto não engana. Foi uma união de papel assinado e tudo. Mas ainda assim uma mancebia à moda antiga. A noiva toda convencida que ia viver um quotidiano de diálogo e de partilha; o futuro "chefe de família" já sabedor de que quem paga é que manda e o resto é música. Durou 25 meses, com a manceba socialista visivelmente incomodada desde o início, todavia sem aparentemente ter em conta o tradicional rifão "quando a esmola é grande, o santo desconfia". Neste caso, a esmola demasiado generosa visava obter muletas para poder carregar uma herança inassumível -as sucessivas e nunca resolvidas rapaziadas de António Paiva. Uma delas de tal calibre que nem mesmo os seus apaniguados de então se querem arriscar a assumi-la sozinhos.
Trata-se, claro está, do intrincado processo ParqT. Tão opaco e complicado que acaba de provocar a ruptura da mancebia PSD/PS. Apesar de já ter havido entretanto pelo menos uma reunião sigilosa, com a presença de todo o executivo. O que significa que, além dos social-democratas, pelo menos os vereadores socialistas e os IpT já conhecem o cheiro do perfume. Só que deve ser tão incomodativo que decidiram seguir o exemplo dos três laranjas -moita carrasco, que o eleitorado não tem nada que meter o nariz nestas coisas, só para gente crescida.
Vai daí, embalado por tal prova de compadrio e tácito apoio, a relativa e transitória maioria deliberou como habitualmente -colocou os da mancebia e os IpT perante o facto consumado. Ou votam a favor, ou contra, ou abstêm-se. Assim do tipo ou vai ou racha. Logo no executivo, os socialistas engelharam o nariz e resolveram abster-se, que o assunto é demasiado melindroso. Já os IpT não estiveram para meias tintas: votaram contra, o que neles não é muito habitual.
Face à intransigência do "chefe de família", totalmente alérgico ao diálogo frutuoso, na Assembleia Municipal foi o que se viu e que os laranjas julgavam impossível -toda a oposição votou unida, tendo rejeitado a inclusão do imbróglio com a ParqT na revisão orçamental. Estupefacção nas hostes laranjas, ameaças, e o PS disparou primeiro. Anunciou o fim da mancebia, era já mais de meia-noite quando o passarinho cantou.
Tudo resolvido, portanto? Nem coisa parecida! Por um lado o manhoso caso ParqT continua por explicar aos tomarenses, sem o que persistirá um trauma profundo, susceptível de vir a provocar outros dramas. Porque o assunto é extremamente sensível. Quem aprovou a adjudicação inicial com a Bragaparques? Houve  prévio concurso público? Quais foram os concorrentes vencidos? Quem foi o júri do concurso? Em que se baseou para escolher o vencedor? Quem votou favoravelmente a deliberação para a construção do parque de estacionamento do ex-estádio, que foi depois o argumento utilizado pela Bragaparques para alegar ruptura do acordo? Porque não se tentou um acordo extra-judicial? O que levou Corvêlo de Sousa a nunca responder a uma proposta de negociação de base zero? Qual a fundamentação da actual posição de aceitação da irreversibilidade da decisão arbitral?
Mais cedo ou mais tarde, todas estas perguntas e algumas outras terão de ser respondidas publicamente, para tranquilidade do microcosmo político nabantino. Caso assim não seja, quando menos se espere haverá derrocadas inopinadas, mesmo nas coligações aparentemente mais sólidas. Entretanto a vida continua. Nova coligação PSD/PS? Executivo de salvação local? Eleições intercalares só para a Câmara e para a Assembleia Municipal? Imobilismo total, até ver em que param as modas? Nesta amada terra, infelizmente tudo é possível. Para desgraça nossa e gáudio dos nossos vizinhos dos outros concelhos.

6 comentários:

Virgílio Lopes disse...

AS APARÊNCIAS ILUDEM...

Esta foto realça a aparência e esconde a essência.

A mesa do casamento era em U e só aparece uma parte do topo.

Nas laterais, frente a frente, estavam os "irmãos" maçons, verdadeiros protagonistas do enlace - Miguel Relvas e Luís Ferreira.

Luís Vicente e Hugo Cristóvão eram meras "máscaras" de um e de outro.

Luís Vicente saíu, pouco tempo depois, pelas portas dos fundos do PSD local, tal como o Miguelito (apeado de presidente da Mesa da Assembleia de Militantes), derrotados pela candidatura de José Delgado.

Hugo Cristóvão, maçon menor, manteve-se tempo de mais como súbdito do "gabinete" e só recentemente "atirou com os aparelhos ao ar", deixando o caminho livre para a marida do "irmão" maior.

O casamento de conveniência foi combinado e concretizado entre "irmãos" para defender os interesses pessoais de ambos.

O Miguelito, à época afastado do poder por MFLeite, precisava, a qualquer preço, de manter um cargo com peso institucional, mesmo que a nível local.

O Luisito precisava de tacho bem remunerado, carregado de mordomias e coletes "de autoridade", mais perto de casa e perspectivando posicionamento estratégico para ambições futuras, já sem qualquer Vitorino à sua frente.

Os "interesses" de Tomar foram sempre, para qualquer deles, um simples veículo para satisfazer vaidades, ambições e tráfico de influências, em graus e patamares diferentes.

Os desenvolvimentos políticos nacionais e locais provocaram o agravamento das contradições de interesses e objectivos entre o Miguelito e o Luisito.

A "irmandade" foi de cangalhas logo que mais altos interesses se levantaram, logo que o Miguelito se assumiu com o "1º Ministro Sombra" que não podia continuar "ligado" tácticamente a um Luisito da ralé basista, agora "boy" sem eira, nem beira.

Assim, é o Miguelito que, com o seu decisivo voto de qualidade, afasta o "amigo" dos pelouros do Turismo e da Cultura, mantendo-lhe a beiça à gamela do Orçamento, pese embora só com um pelouro menor.

E o dito cujo, com a marida apeada de deputada, sem outro tacho no horizonte, foi berrando, mas sempre bem abocanhado na teta.

Entretanto, as contradições não paravam de se avolumar, o descalabro tornou-se em caos, o Miguelito retomou poder junto das hostes locais, força a substituição do Corvelo pelo seu indefectível Carrão, repõe o seu estilo autocrático, força a ruptura com o "gabinete".

Hoje, para o Miguelito, a Câmara de Tomar e a Presidência da AM são minudências sem qualquer relevância na sua rede/teia de forte influência política e económica.

E, SEM SURPRESA

Os "manos" maçons aparecem como tinham que aparecer. A matar e enterrar o concubinato ditado por interesses transitórios que nada tinham a ver com os interesses do concelho.

CURIOSAMENTE

Na decorrência da 1ª sessão da AM efectivamente presidida pelo Miguelito, desde que é a Sombra do 1º Ministro.

E A SEGUIR...O QUE VEM?

Infelizmente, quase de certeza, umas cortes de Carrõezinhos, de Luisinhos, de Pedrinhos, de Ivinhos, e dos mais que se irão apresentar ou insinuar.

OS OUTROS, os que poderiam ser alternativa, estão auto-afastados, enojados com a política dos INTERESSES E DAS VAIDADES PESSOAIS.

Com todo o respeito,

Virgílio Lopes

Anónimo disse...

Aproveitando para realçar a excelente qualidade panfletária do seu comentário e sem pretender defender os nele visados, que não precisam de advogados improvisados, peço-lhe um favor: Quando tiver vagar, explique-me, se tiver a bondade, em que país do sul da Europa a política é diferente da que denuncia, de resto com carradas de razão, no seu escrito.

Virgílio Lopes disse...

Sr. Rebelo,

Lamento ter sido forçado a tocar nos seus "dois amores". Mas, a realidade, a objectividade, a verdade, não me deixaram alternativa.

Por outro lado, registo o panfletário elogio do tolhido causídico político dos "manos".

E, sem prestação de favor, adianto-lhe que sobre o Sul da Europa e o Mundo não tenho a visão paroquial do inevitável, da resignação, do fatalismo Kaúlziano.

A política é, em cada zona do Mundo, aquilo que os Povos vão consentindo que seja.

Mas, com avanços e com recuos, com períodos de luz e de trevas, GLOBALMENTE, a Humanidade sempre caminhou no sentido do Progresso Civilizacional.

Desde a Época Primitiva até à Actualidade, dentro desses contextos variáveis, o Mundo está bem reflectido na síntese do poeta GEDEÃO, cantada e imortalizada pela voz de Manuel Freire.

A HISTÓRIA é muito mais que a nossa vivência.

FELIZMENTE!

Com todo o respeito,

Virgílio Lopes

Anónimo disse...

Uma vez que teve a amabilidade de voltar a comentar, permita-me que aproveite para esclarecer melhor a minha precedente intervenção, ao mesmo tempo que procurarei responder cordatamente (como sempre deve ser) aos seus dois comentários, que naturalmente agradeço.
Começo por afiançar que na política nunca tive nem tenho amores. Apenas pessoas em quem confio mais ou menos, consoante aquilo que vão fazendo em prol da comunidade. Sou portanto frio e amoral? É sabido que não. Acontece contudo que os meus amores, as minhas paixões, os meus gostos, as minhas ambições, tudo isso é do domínio da minha vida privada.Portanto ao abrigo da curiosidade alheia e da crítica, enquanto não transgredir as leis do país.
Creio aliás que é essa a grande barreira que nos separa. Você, se calhar involuntariamente, tende a misturar vida pública e vida privada, como por exemplo no comentário anterior com "os do avental" e a "marida" de quem nós sabemos. Desculpará mas não me parece correcto nem aceitável.
Procuro sempre cingir-me à actuação política e só a ela, pelo que, nos casos que focou, o que importa, cuido eu, é responder a estas perguntas singelas: Têm projectos aceitáveis? Estão a trabalhar menos mal? São minimamente honestos? Não nos envergonham em público?
O resto é lá com elas e com eles. Afinal todos os heróis da esquerda revolucionária foram uns conhecidos assassinos e ditadores, com duas únicas excepções -Salvador Allende e os comunistas que agora exercem o poder em Chipre, governando "à ocidental".

Cordialmente,

António Rebelo

Luis Ferreira disse...

Estimado Sr. Virgílio

Normalmente não respondo a pessoas que não conheço, mas dado o momento presente da situação Politica local, mesmo correndo o risco de estar a responder a um "fantasma" (avatar) de alguém, reconhecendo o estilo caceteiro e "menor" de anónimo, que persegue a minha pessoa desde que em 2004 fui eleito presidente do PS local, terei de o fazer, para que publicamente fique descrito por mim a grave e descabida insinuação que produz.

Entenda em primeiro lugar que estamos a falar de Politica, onde as questões pessoais ficam de fora.

Em segundo lugar, as coisas são o que são, os acordos o que foi publico e visível, tudo o resto é fruto de uma delinquinte mentalidade de procurar "fantasmas" em todo o lado.

Em terceiro lugar, o que as pessoas fizeram politicamente no PS, desde que a partir de 2004 eu o presidi em Tomar, falam por si: exercemos funções variadas, com vantagens objectivas para o nosso Concelho, as quais não cabe aqui detalhar, fosse no IPJ em Santarém, no Governo Civil, no Centro de Emprego de Tomar, na Equipa de Apoio às Escolas do Médio Tejo, no Parlamento nacional ou na Vereação do Município.

É evidente que quem não quer ver, nada verá, como parece ser esse o seu caso. Mas o que é facto é o que está à vista de todos, pode ser pesquisado na blogosfera tomarense, pode ser perguntado e visto em várias Associações do Concelho, da Linhaceira, às Serras da Sabacheira, de Vila Nova de Paialvo à Pedreira, do Sporting de Tomar, à Canto Firma, passando pela gualdimos-pais e pelo SCOCS, pelas Juntas de Freguesia do Concelho. Pode ser analisado nos registos e estatísticas oficiais do Turismo no ano de 2010, ou no número de serviços de bombeiros realizado e nas receitas arrecadadas aí, ou no número de processos de obras particulares despachado.

Claro que para quem não gosta que outros tenham sucesso, não individual, mas colectivo, para toda ou parte substancial da comunidade tomarense, nada disso interessa. Fica a pessoalização, a invenção de cenários, na lógica da "velha Politica" de que todos os ditadores e seus aprendizes baseiam a sua vivência.

Pena que queira ver o mundo pelos seus binóculos. Este mundo, que aqui fora da sua realidade virtual existe é bem diferente.

E estou convicto que em 2013 os Tomarenses não se deixarão, de novo enganar: escolher os mesmos, só pode ter um resultado: o mesmo! Há que mudar. E nós, socialistas, estamos a trabalhar para que tal seja possível.

E não se esqueça que na minha tomada de posse jurei, também, pela ética republicana de serviço publico. E estou a demonstrar ser possivel, politicamente, agir assim.

Chegou um novo tempo. Eu e os socialistas em Tomar estamos de braço dado com ele.

Cidade Templária de Tomar, aos 28 de Novembro de 2011
O vereador socialista
Luis Ferreira

Virgílio Lopes disse...

"DEIXA-ME RIR!..."

O que "eles" fazem e dizem para tentar esconder o sol com a peneira e distrair o maralhal.

Já a minha bisavó dizia:

"Quem não quer ser lobo, não lhe vista a pele"

Pese embora o enorme RESPEITO que me merecem todos os "maçons cívicos e genuínos" como António Arnaut e outros da mesma índole, não posso deixar de manifestar a minha repulsa pelos "maçons interesseiros" que hoje enchem os corredores dos vários poderes, designadamente político e económico, aos mais diversos níveis. (Vidé grande reportagem/investigação do Diário de Notícias)

O Luisito, exemplar de catálogo desta última categoria, exibe, ufano, no currículo, no blogue pessoal e em muitas enfadonhas arengas, o estatuto aventaleiro, mesmo com a baixa patente de M:.M:.GOL, pouco acima de recruta, assim uma espécie de 2ºcabo lateiro.

Exerce o poder efectivo no PS nabantino desde 2004,sendo que, desde o final das autárquicas de 2005(altura em que formalmente se demitiu), sempre por interposta pessoa - Hugo Cristóvão durante seis anos e, mais recentemente, mais cómodamente, mesmo entre-portas, através de Anabela Freitas, sua mulher,a quem, irónicamente e sem ofensa pessoal, tratei por "marida".

Estas questões, mesmo que aparentemente sem importância, são bem reveladoras de uma maneira de estar na vida, de fazer e estar na política.

O resto do currículo(divulgado e não divulgado)do dito Luísito fala por si, independentemente da auto-propaganda e de recentes e contundentes remoques de Antonio Rebelo. Basta ir ao arquivo deste seu T a D.

Quanto ao futuro, fiquem atentos aos próximos capítulos e, sobretudo, à futura ocupação profissional do invejado(!) grã-cavaleiro da "ética repúblicana".

Sobre o Miguelito também não vale a pena perder mais tempo, por agora.

O futuro próximo e sobretudo o longínquo vão ser pródigos em abundantes "novidades", que não deixarão de o tornar cada vez mais famoso, mais "estadista".

Basta olhar para sua rede de amizades, aquém e além-fronteiras, para antever brilhantismo e grandes sucessos.

Pena é que, tal como o Luísito, tenha sempre exercido o poder através dos interpostos Paiva, Carrão, Corvelo e outros, definido programas, estratégias e objectivos que, ao longo de 14 anos, atiraram a cidade e o concelho para a estagnação e o não desenvolvimento, para o retrocesso, para o actual caos institucional - económico, financeiro, social e demográfico, com reflexos terríveis em toda a sociedade.

Quanto aos fantasmas e papões que há décadas povoam a mente do Sr. Rebelo, faltam-me as competências técnicas para o ajudar e tranquilizar. Lamento, mas nada posso fazer.

Só pode contar comigo para continuar a defender o direito de pensar pela minha própria cabeça e a assumir(desde que não censurado), sem medo, nesta sua casa, essa liberdade de pensamento.

De resto, só tenho uma certeza:

A VERDADE CONTINUARÁ A SER COMO O AZEITE. CONTRA TUDO, CONTRA TODOS, VIRÁ SEMPRE AO DE CIMA. SEMPRE!

Esperemos para ver.

Com todo o respeito,

Virgílio Lopes