Num tempo de crise ainda sem fim à vista, Grécia, Itália e Espanha acabam de mudar de governo, tal como sucedeu em Portugal no passado mês de Junho. Apesar disso, aqui pelo Vale do Nabão aparentemente vai tudo bem. O presidente declara-se motivado, entusiasmado e persistente; vamos ter iluminações natalícias como habitualmente, só que desta vez para alumiar o velório do comércio local; a autarquia vai admitindo funcionários, apesar do entendimento com a troika indicar uma redução obrigatória de 2%; as chefias parecem estar de pedra e cal, em todo o caso sem qualquer sinal da inevitável redução; a dívida de curto prazo vai aumentando todos os meses, sem que se anteveja de onde poderão provir recursos para a pagar; não há qualquer projecto, consistente ou outro, para a cidade e o concelho, pelo que vamos indo ao sabor da corrente; o rosário de problemas à espera de solução vai crescendo e a população continua muda e queda, quiçá aguardando um qualquer milagre de última hora, que permita salvar pelo menos os móveis e a situação presente. Simples sonho fantasista, está bom de ver. Nada voltará a ser como já foi e ainda é.
Num tal clima de desgraças e de incertezas, nada melhor que uma auscultação do eleitorado que já sabe usar a internet, habilidade que o transforma em grupo liderante da comunidade, por muito que possa desagradar aos mais tradicionalistas. Do lado direito do ecrã de Tomar a dianteira está uma aplicação destinada a recolher os votos dos leitores em relação às hipóteses formuladas. Cada eleitor só pode votar uma vez. Se quiser fazer batota terá de ir a outro computador, ou pelo menos arranjar outra conta de utilizador. Não se vê qual possa ser o interesse de tal manobra, mas como estamos numa terra de grandes complicólogos, tudo é possível.
E agora, aos votos cidadãos! Até ao presente ainda ninguém arranjou outro modo mais satisfatório de "ouvir" os eleitores.
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