terça-feira, 15 de novembro de 2011

Uma hecatombe muito preocupante - 2


Tal como esta árvore foi vítima das fracas raízes, conjugadas com a idade e a inteligência dos homens, também a economia local está em queda livre, devido à conjugação da crise com a ignorância, que é o recurso mais abundante e bem distribuído no concelho de Tomar, como se verá mais adiante.

Pela primeira vez desde a guerra em Angola, estou assustado

Começo por pedir desculpa pela péssima estética da listagem do texto anterior. A minha habilidade informática não chegou para mais. Mas o essencial é o conteúdo. E que conteúdo! Se o leitor quiser fazer o favor de pegar na sua calculadora e, olhando para a já citada listagem, for dividindo a população pelo total de falências de cada cidade, obterá como cociente o número de habitantes por cada falência. Exemplo: Lisboa 513.488 habitantes, a dividir por 715 falências que originaram penhoras = 1/718 = uma falência por cada 718 eleitores inscritos.
Se tiver tempo e paciência para efectuar a mesma operação em relação aos 55 círculos judiciais, vai ver que valeu a pena. Tenho os resultados aqui ao lado, mas penso que será mais gratificante e pedagógico cada leitor conseguir as suas próprias conclusões.
Limito-me a publicar aquilo que considero mais alarmante e que, ao fim de tantos anos de calma plácida, me assusta de verdade. O melhor resultado é de longe o de Aveiro, com uma falência por cada 8.588 eleitores inscritos. E o pior? Adivinhou!!! É Tomar, com 191 falências para 38.070 eleitores inscritos = uma falência por cada 199 eleitores inscritos!
E estamos sozinhos? Não, mas lideramos destacados o ranking da desgraça económica:
  • Tomar 1/199
  • Lamego 1/232
  • Mirandela 1/313
  • Abrantes 1/341
  • O. de Azeméis 1/347
A média nacional é de uma falência seguida de penhora por cada 1023 eleitores inscritos. Tomar está tão abaixo da média que a sua doença pode bem tornar-se incurável em poucos meses e mortal após uma longa e dolorosa agonia. As coisas são o que são e não adianta fingir que não se conhecem.
Em tempo útil, anunciei neste blogue e na imprensa local a minha disponibilidade para tentar reabilitar a cidade e o concelho, informando que tinha um plano para implementar, caso os tomarenses assim o entendessem. Perante estes novos dados, referentes a 2010, estou convencido que nos restam poucos meses para mudar de rumo. Depois será demasiado tarde e tudo o que se faça a partir daí será em vão.
Nestas condições, é meu dever de cidadania informar que, caso até Junho de 2012 não haja em Tomar alterações substantivas no poder autárquico, que terão de passar por eleições intercalares, seguidas de um executivo de salvação local até às autárquicas de 2013, serei forçado a declarar a minha indisponibilidade para a governação nabantina. 
Não se trata de chantagem nem de catastrofismo. Apenas de realismo prático. Não fui eu que inventei os números agora publicados...
Sei um bocadinho da vida, de economia política, de economia do turismo, de política e de gestão. Sou um ignorante total em matéria de ressuscitação de cadáveres adiados.

2 comentários:

Anónimo disse...

Eleições intercarlares?!

Tire o cavalinho da chuva!

Colocariam Miguel Relvas no centro de um remoinho político que mobilizaria a atenção de todo o país, e depressa se transformava num furação. Toda a vida política nacional durante duas ou três semanas estaria focada, não só em Tomar, mas no ajuntador de bandos que está a levar este país à ruína. Um ano depois voltariam novas eleições..... Já viu o incómodo?

O próprio Governo ficaria em maus lençóis, pois no PSD não faltam pessoas que queiram ajustar contas com o perigoso aventureiro Relvas.

Estes trafulhas meteram-se numa alhada daquelas e duvido que em 2013 ainda sejam governo.

O descalabro, a desorientação e a divisão nas hostes deste governo e de quem o apoia e lhe deu sustentação propagandística, vão obrigá-los ou a sair ou a demitirem-se. Não há restos (despojos) para satisfazer as expetativas dos bandos. Vão-se revoltar. Já estão a revoltar-se. Todos os dias. Parece que não está a acompanhar a coisa... Não me admira que a própria troika, ao ver o seu plano a andar para trás, lhes dê com a pança cheia.

Há agora uma operação em marcha de humanização destes farsolas, e até mútua (governo/oposição), é a fase da farsa - e ainda a tragédia está, após o Prólogo, na entrada em cena do Coro. Os Episódios estão prestes a ocupar a cena.

Não reparou no Henrique Neto vir agora tentar humanizar José Sócrates, conforme citações no seu blogue? "Não estava praparado...", "Negou a crise por impreparação..."

Estão a tentar sacudir a água do capote pelo crime que cometeram

Está tudo à rasca e tentam humanizar-se mutuamente para ver se passa... Está tudo na retranca. A vida fora da esfera estatal cheira a escravatura..., para eles sem dignidade social, que satisfaça a sua cagança e roncar.

Correto, correto é preparar uma boa alternativa para as próximas autárquicas. Miguel Relvas deve ter tudo preparado para isso.

Sabe qual é o problema político em Tomar?É os agentes políticos fazerem muitas contas de cabeça..., desligados das comunidades. E não usam a inteligência.

Tomar não é só a Praça da República e a Corredora. E o Dr. Rebelo é desmasiado citadino...

Deixe-me cá ver o que posso fazer.

I HAVE A DREAM!

Unknown disse...

Esses pontos de vista não serão algo impressionistas e exagerados? Não se trata para o actual governo de fazer o que lhe agrada, mas aquilo que Bruxelas impõe. A este e a qualquer outro.
Novos tempos, novas ideias, proclamam agora os franceses, julgo que com toda a razão.
Sobre as intercalares, limitei-me a explicitar aquilo que penso e tenciono fazer se... O resto não depende de mim.
Discordo que o problema político tomarense provenha das contas de cabeça. Não será antes da grande densidade de ignorantes que ignoram aquilo que são? Da sobranceria? Da auto-suficiência? Da pretensa omnicompetência? Do preconceito social?