O assunto não é propriamente de âmbito tomarense. Porém, como também somos eleitores e pagamos os nossos impostos pontualmente, pareceu-nos útil traduzir a parte que nos interessa da notícia enviada para Madrid pelo correspondente do EL País em Lisboa, Francesc Relea, que é catalão. Tanto mais que o nosso lema é "Os meios de saber e a coragem para o dizer."
Sob o título acima reproduzido, o citado correspondente estrangeiro, após analisar os debates já realizados, explica o entre nós chamado "Caso TVI - Manuela Moura Guedes".
"Nesta batalha pré-eleitoral, uma simples decisão empresarial converteu-se no tema que absorve a atenção dos políticos e dos media. A notícia produziu-se quando a cadeia de televisão TVI, cujo accionista maioritário é o grupo PRISA, igualmente editor do El País, deu a conhecer a mudança de formato do Jornal Nacional de 6ª feira, tendo em vista torná-lo semelhante aos restantes telejornais da semana. Tal decisão implicava a saída de Manuela Moura Guedes de directora do citado jornal. Foi então que vários outros dirigentes da área de informação da TVI, apresentaram as suas demissões, num gesto de solidariedade para com a jornalista.
Dá-se a circunstância que o Jornal de Sexta se tem caracterizado pelas suas críticas ferozes ao governo socialista, e especialmente à figura do primeiro-ministro, que chegou a qualificar o referido jornal televisivo de jornalismo travestido. As reacções de políticos, candidatos e comentadores surgiram então em cadeia. Em poucas horas, não só a TVI e a PRISA, como também"Espanha" e "os espanhóis", se tornaram protagonistas involuntários da campanha eleitoral e do fogo cruzado entre candidatos.
A utilização eleitoralista de um tema tão recorrente como as relações luso-espanholas, deslocou os grandes temas de fundo da campanha, que andam à volta da crise económica e das medidas para a ultrapassar. Os programas de todos os partidos realçam a luta contra o desemprego, que segundo as últimas estatísticas já chegou a 9,3% (meio milhão de desempregados).
Quanto a propostas, é outra música. O cavalo de batalha são as obras públicas, matéria que divide os dois grandes partidos, o PS e o conservador PSD, líder da oposição. Os socialistas defendem o TGV que ligue Portugal à Europa, com as linhas Porto-Vigo e Lisboa-Madrid para 2013, e Lisboa-Porto para 2015. Propõem igualmente uma terceira travessia do Tejo e um novo aeroporto na capital, bem como o prosseguimento do plano de novas rodovias, tendo em vista criar emprego e modernizar o país. O PSD, pelo contrário, pretende suspender o TGV e reanalisar as concessões rodoviárias, bem como a calendarização da construção do novo aeroporto, por considerar que, nas actuais circunstância, se trata de esbanjamento de dinheiros públicos."
Tradução e adaptação de A. R.
5 comentários:
Não vi, não vejo nem verei debates.
Não votei, não voto nem votarei.
É significativo que dia e meio depois de ter sido aberto este post não tenha comentários.
As pessoas livres e responsáveis não se deixam enganar, logo, não votam.
Quem vota é culpado pela situação em que vivemos. Gente sem consciência nem ambição. Retirem-lhe a cidadania.
Isto é um blog gay?
Concordo com a indignação expressa no comentário anterior, em que um anónimo refere que nenhum dos actuais políticos merece a nossa consideração, no entanto sou completamente contra a ideia que não votar é a solução, pois o facto de alguém não votar é facilmente entendido como falta de interesse pelo assuntos relevantes para o país, município ou freguesia a que a eleição diz respeito. Diferente entendimento é dado a um voto em branco, imagine o murro na barriga que levava esta classe politica se o número de votos em branco atingisse valores na ordem do 20%. Pense nisso!
Pensei nisso.
Nos EUA 54% do eleitorado, desde sempre, não vota. Os presidentes dos EUA são eleitos para aí com 10%, ou menos, dos votos potenciais. Os pobres não votam, os ricos também não, porque fazem o que querem dos políticos, só vota a classe média (média, mediana, medíocre). Os americanos votam muito com a desobediência civil.
Na Grécia, onde o voto é óbrigatório, nas últimas europeias, 50% não votaram. A Grécia vive um processo de de obediência civil.
Já viu se os portugueses entrassem em desobediência civil? Já viu o que seria em Portugal e Tomar se a população passasse a protestar todos os dias em vez de ir votar apenas de 4 em 4 anos?
A política não é só eleições. E um lugar onde a política pode ser importante é nas autarquias, desde que o povo esteja vivo.
Bastava que isso acontecesse em Tomar! Espalhava-se de imediato por todo o país! Não esquecer que Tomar é o barómetro do país...!!!
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