terça-feira, 29 de dezembro de 2009

FAZ E DESFAZ - 2

Nos anos 20 do século passado, o Mouchão, então propriedade particular, ainda não tinha os plátanos que agora conhecemos. Mas tinha um casino, com dupla escadaria e, do lado esquerdo, um ringue de patinagem.


Comprado pela autarquia nos idos de 40, logo ali se projectou e edificou uma estalagem municipal com a fabulosa capacidade de...quatro quartos ! Os tomarenses sempre viram grande e longe. Entregue a um concessionário, cedo se constatou que quatro quartos era realmente muito pouco. Procedeu-se então, já nos anos 60, a uma ampliação para 11 quartos. Por enquanto não dispomos de fotografias dessa ampliação, que aliás também aqui não poderiam figurar, pois o blogue só admite um máximo de três fotos por post.



Veio o 25 de Abril e com ele, a par de muitas coisas boas, outras que nem tanto. Com o advento do reino das farturas, o concessionário foi-se embora e procedeu-se a novas obras importantes, que deram à estalagem o seu actual aspecto. Foi antes dessas obras e logo a seguir à saída do concessionário, o saudoso Henrique Pinto Merino, um senhor à moda clássica, que teve lugar o "milagre do desaparecimento do recheio". Propriedade da autarquia, desapareceu praticamente sem deixar rasto. Móveis, decoração, roupa, loiça, talheres, e até um piano, coisa fácil de levar no bolso, como é sabido. Ainda hoje a opinião pública tomarense ignora o ou os destinos finais de tanta coisa. E depois digam que não há milagres em Tomar...


2 comentários:

Anónimo disse...

Boa tarde António Rebelo,

Realmente a savana, como já lhe ouvi chamar, em que o ex-presidente paulino paiva transformou o Mouchão, nada tem a ver com a sua história, sobretudo a mais recente. Tratou-se duma acção de descaracterização que só identifica como energúmeno e como inculto quem a projectou e a levou a cabo. Das muitas faces que o Mouchão já teve esta é a pior e a que pior defende a sua história. Deixou de ser um local de charme, de romantismo, para ser um descampado mal amanhado, mal mantido e mal aproveitado.
Não restam dúvidas que duma coisa o consulado do eng. paiva se pode orgulhar: ter varrido a cidade com uma onda, qual "tsunami" de vandalismo autárquico, mudando radicalmente a cidade Tomar, outrora cidade-jardim, numa espécie de capital do "pimba".
Como você muitas vezxes diz, e bem, os tomarenses têm o que merecem, porque se portam como um rebanho de carneiros sem pensamento activo, sem opinião, sem coragem para criticar de frente.

aldeõesbravos disse...

Realmente a foto do meio, não tem nada a ver com aquilo que agora me deparo, tanto dinheiro gasto para quê?