terça-feira, 15 de dezembro de 2009

TOMAR CIDADE JARDIM

Em certos assuntos, sou retintamente tomarense -de compreensão muito lenta. Tenho, porém, consciência disso, o que não parece ser o caso de muitos dos meus estimados conterrâneos. Adiante...
De forma que, não conseguia atinar com aquela do "Tomar cidade jardim", que alguns autarcas e outros tomarenses continuam a usar. E está até escrito, com grande evidência, nalguns camiões de recolha do lixo. Andei assim intrigado durante meses e meses, anos e anos. Com os espaços verdes, as margens e o leito do rio no estado em que estão, com o Mouchão totalmente descaracterizado, com a Mata dos Sete Montes ao abandono, não entendia a razão de ser do tal "Tomar cidade jardim".
Até que, de supetão, na minha paupérrima mente se fez luz. Foi com aquele inopinado acordo de incidência orçamental Sócrates/João Jardim, mediante o qual o caudilho madeirense pode contrair mais um empréstimo de dezenas de milhões de euros. De acordo com os seus bons hábitos, abtido esse, o referido cacique apressou-se a declarar que pretende agora autorização para aumentar o endividamento até aos 535 milhões de euros. Para uma parcela geográfica do país equivalente ao distrito de Santarém, não está nada mal, não senhor. Mas foi o que me levou ao tal brusco clarão de entendimento.
Tudo indica que, tal como na Madeira, os autarcas tomarenses não têm qualquer projecto fecundo, nem tencionam vir a ter. Limitam-se jardinescamente a encomendar obras e mais obras, sem cuidar sequer de saber se são úteis, prioritárias ou pelo menos oportunas, e como poderão ser pagas. O que interessa é assegurar a reeleição e, como é sabido por estar demonstrado, os eleitores gostam de obras. Donde a máxima madeirense, pelos vistos também tomarense -Sacar milhões e esbanjar, esbanjar, que os parvalhões hão-de pagar. Falta apurar quanto tempo poderemos continuar por tal caminho.
Está portanto esclarecido o lema "Tomar cidade jardim". Nada tem a ver com os espaços verdes. Apenas indica que os autarcas tomarenses praticam a política do Jardim madeirense. Haja saúde. E pachorra !

Sem comentários: