sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

IMPRENSA INTERNACIONAL E PROBLEMAS LOCAIS

Já aqui se escreveu antes sobre o "Club Med" e os "PIGS" (ver post "Continuamos a ser os pedintes da Europa"). Agora vamos ler uma pequena notícia do NOUVEL OBSERVATEUR, desta semana, sobre o mesmo tema.

"QUEM TEM MEDO DOS PIGS ?"
"Até agora não se falava senão nos BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), símbolos do crescimento económico mundial. Presentemente são os PIGS, Portugal, Itália, Grécia e Espanha, que fazem tremer o planeta. Depois da Islândia e do Dubai, estes quatro países sobre-endividados da zona euro são considerados como possíveis bombas ao retardador para a economia mundial. Na primeira linha, a Grécia, cuja dívida pública corresponderá a 135% do PIB, segundo o Deutsche Bank. Tal como o Dubai, socorrido por Abu Dhabi, a Grécia não conseguirá ultrapassar o problema sem a ajuda dos seus parceiros."

Natacha Tatu, Nouvel Observateur, "Les apprentis sorciers de Dubaï"
É claro que não temos de nos preocupar minimamente face a estas notícias. Nada disto nos irá acontecer. Não será por acaso que temos a maior percentagem europeia de novos casos de SIDA. Precauções para quê ? São coisas que só acontecem aos outros.
Realmente, houve nos USA a bolha dos "subprimes", na Islândia a bolha dos bancos, em Espanha a bolha imobiliária, e agora no Dubai a bolha do turismo, sendo certo que não tivemos até à data qualquer bolha em Portugal. Ou houve e há bolhas que não enxergamos ? Bem vistas as coisas, estamos como estamos precisamente porque quem governa, legisla ou administra, raramente ou nunca faz o que devia, mas sim aquilo que lhe dá na bolha. Temos assim bolhas a todos os níveis e em todo o país, desde Belém à mais pequena Junta de Freguesia. O caso mais evidente é o da Madeira, que não cabe contudo no âmbito deste blogue.
Aqui, nesta terra que me viu nascer, crescer e agora envelhecer, também estamos bem servidos de bolhas, embora o exemplo mais típico opere agora pela zona da Lusa Atenas. Na actual maioria autárquica, o tal quinteto três + dois, em que uns vêem mal e outros não vêem bem, há naturalmente duas bolhas -a laranja e a rosa, pelo que vamos continuar a ter, nos próximos tempos pelo menos, bolhas laranja com sabor a rosas e bolhas rosa com sabor a laranja. Quem não gostar que procure alimentar-se noutras paragens.
Reparo agora que fui injusto, quando escrevi mais acima que, pelo menos em termos políticos, uns vêem mal e outros não vêem bem. Na verdade, há uma evidente excepção. O habitual mentor dos rosas locais demonstrou há poucos dias que, apesar de politicamente não ver bem, procura ter uma visão poliédrica e circular de grande angular.
No caso da ameaça que paira sobre a integridade da Janela do Capítulo, escreveu o nosso autarca, no blogue vamosporaqui.blogspot.com, que foi visitar "o nosso símbolo maior". Só por isso já valeu a pena o apelo que temos vindo a fazer. Não é todos os dias nem todos os mandatos que o vereador da cultura se digna subir ao Convento. Deus seja louvado, portanto. Mas há muito mais.
Em quatro frases "tuiteiras", o motor do PS nabantino consegue dar uma cravo, outra na ferradora, outra na cavalgadura e outra no dono. Assim: "Visitei o nosso símbolo maior" = uma no cravo; "Suja...espero que a sua óbvia limpeza" = outra na ferradura; "Se eu fosse Janela gritaria "deixem-me em paz", como não sou, espero que...saibam o que estão a fazer e a dizer" = outra na cavalgadura; "Temos assim voluntários para o património e cultura. BOA !" = outra no dono. Ah ganda Luís ! Assim é que é ! Tentar contentar toda a gente. Pelo menos até ao momento em que terás de desabafar como o outro, no já longínquo século XVI -Estou de mal com os súbditos por amor ao Rei e de mal com o Rei por amor aos súbditos. É só dares tempo ao tempo...

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