Salta à vista de qualquer curioso, minimamente apetrechado culturalmente, que estamos perante mais um desastre. As arestas já foram à vida, as superfícies lisas encontram-se irremediavelmente degradadas. Mais uns anos e começarão a desfazer-se, quer em lascas pequenas, quer em pó. Tudo por causa do líquido decapante que lhes foi aplicado, antes da lavagem por projecção mista água/areia.
Tentar convencer alguém de que o aspecto geral do calcário resulta de simples escovagem, não é de modo algum digno de um diálogo entre pessoas inteligentes e bem formadas.
Porque se obstinam os responsáveis do IGESPAR a tentar camuflar uma realidade tão óbvia e inquietante ?
Aqui há dias, um dos seus quadros superiores lastimou-se publicamente de que os jornalistas locais não respeitavam o contraditório. Equivocou-se. Na verdade, o IGESPAR é que nunca responde às perguntas dos jornalistas.
Para que não haja quaisquer dúvidas, aqui fica o convite: Publicaremos todas a respostas com que os responsáveis "igesparianos" nos queiram honrar. Mais ainda, solicitamos que nos indiquem, em tempo útil, qual ou quais as empresas especializadas que limparam os Jerónimos, a Torre de Belém, o Convento de Jesus, a fachada do Convento de Mafra, a Ermida da Conceição e o exterior do Corredor do Cruzeiro, no Convento de Cristo de Tomar.
Aqui ficam os nossos antecipados agradecimentos.
1 comentário:
De facto é de louvar todo o trabalho de denuncia de destruição do património edificado, que V. exa. está a desenvolver, contudo para lhe dar um pouco mais de credibilidade e honestidade, o que levará provavelmente os responsaveis do IGESPAR a prestar mais atenção ao que escreve, deveria-se documentar um pouco melhor, quem sabe com registos antes das referidas intervenções, durante e após, em relação ao referido procedimento é demasiado abrasivo para rocha/pedra calcária e não aplicavel nesta situação nem na maior parte dos monumentos nacionais.
Preocupa-me um pouco que uma pessoa com tão bom poder de observação, lhe custe a entender quais as motivações que levariam alguém a partir as arestas, dou-lhe uma ajuda, talvez as mesmas pessoas que escrevem em cantarias nos monumentos, deitam piriscas e papeis para o chão, está na natureza de falta de educação e cultura do nosso povo, num país em que toda a gente diz e faz o que pensa sem ter o cuidado de ter a certeza em relação às suas acções, não me admiro de nada o que se possa fazer no nossos monumentos.
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