quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

A CHAROLA E O RELÓGIO, ANTES E DEPOIS

Antes de 1937, a Charola do Convento de Cristo tinha este aspecto exterior, aqui numa fotografia de Silva Magalhães, da última década do século XIX.


Em 1937, especialistas alemães que vieram restaurar o castelo, concluíram que a velha igreja-mãe dos Templários estava em perigo. A torre sineira, que é posterior, ameaçava ruína e, se isso viesse a ocorrer, arrastaria na queda grande parte do próprio templo. Foi então decidido consolidar a estrutura da torre, mediante uma nova estrutura em cimento armado, que assim foi usado pela primeira vez em Portugal no restauro de monumentos. A implantação da armação de ferro a cobrir posteriormente com massa de cimento (a que agora chamamos betão), implicou a retirada do relógio (ver mais abaixo). Ficou apenas o respectivo mostrador.
Já depois de 1974, os mesmos especialistas que mandaram retirar o telhado da cúpula de S. Gregório e as capelas laterais de Santa Maria dos Olivais, acharam que o mostrador do relógio estava a mais, visto que já não havia relógio. Era assim uma espécie de nódoa, do mesmo tipo da sujidade da Janela do Capítulo. E o mostrador, que já não era o do século XVI, desapareceu.


Resta-nos agora, devidamente preservado numa das muitas salas do Convento, o maquinismo do dito relógio, idêntico ao que ainda hoje existe e funciona na Igreja de S. João Baptista. Pelo menos até que os habituais especialistas não se dêem conta de que o templo é do reinado de D. Manuel, mas o relógio foi mandado colocar por seu filho D. João III. Quando se derem conta, lá se vai o relógio, uma vez que não é coevo da construção da torre sineira. Lagarto! Lagarto! Lagarto!



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