A litania é geral. Dos especialistas de topo aos mais modestos jornalistas de província, todos concordam que, no turismo como no resto, sem qualidade nada feito. Até o Algarve já está a sofrer as nefastas consequências do desmazelo. Segundo os últimos dados, desde há 10 anos que o total anual de turistas estrangeiros vem diminuindo. Outro tanto acontece no Convento de Cristo, onde o fluxo de visitantes, em vez de aumentar, diminui. Tudo por manifesta falta de qualidade e de vontade.
A local acima reproduzida, da página 26 do DN de hoje, é mais um mau exemplo de tal estado de coisas. Foi certamente redigida por algum serviço tomarense de promoção turística, presuntivamente municipal, pois os barcos são de iniciativa autárquica e o Público publica uma notícia muito semelhante. Por conseguinte, trabalho tomarense de redacção. Péssimo, diga-se em abono da verdade. A foto é um caso nítido de publicidade enganosa, visto que os barcos não navegam por ali, mas da parte de baixo do açude. Não se informam os leitores sobre os melhores percursos para chegar a Tomar, nada se lhes diz sobre locais pagos e/ou gratuitos para deixar o carro e, sobretudo, cai-se no ridículo de escrever que "o ponto de partida é no cais, onde poderão comprar-se os bilhetes". Mas então o ponto de partida de qualquer barco, grande ou pequeno, não é sempre no cais ? É sim senhor ? E como se chama e onde fica este anunciado cais? No Flecheiro ? Na Arrascada ? No Mouchão ?
No fundo, estamos ante mais um resultado de alunos formados no ensino que temos. Que noticiam com alguma frequência a venda de um "quartel militar" ou o traficante que surpreendido pela polícia "saiu para a rua e fugiu". Teve foi azar. Alvejado por dois tiros disparados para o ar, veio a falecer no hospital local, vítima "de paragem cárdio-respiratória", de acordo com a fundamentada e esclarecedora declaração médica. Curiosamente, ou talvez nem tanto assim, nunca vi um quartel civil, nem alguém alguém sair para dentro de casa. E tenho até a certeza, apesar de não saber ainda quando, que vou morrer infalivelmente de paragem cárdio-respiratória. Só fica por determinar, além do momento exacto, a causa ou causas da aludida paragem.
Convirá acrescentar que a evidente falta de qualidade está presente e a aumentar a grande ritmo, em todos os sectores da micro-sociedade tomarense. O exemplo recente mais gritante é a situação praticamente sem retorno do União de Tomar e a posição dos respectivos dirigentes e dos senhores autarcas. Todos proclamam, uns por umas razões, outros por outras, que pretendem salvar o velho clube tomarense, porque mais isto e mais aquilo. Nem uns nem outros, porém, têm qualquer projecto consistente sobre a questão. Por isso vão adiando, pois não sabem o que fazer, quando fazer, como fazer e para que fazer. Oportuno e maquiavélico como quase sempre, o vereador Luís Ferreira foi rápido e eficaz a atirar a batata quente para as mãos dos fantasistas dirigentes do clube, bem como autarcas a ele estreitamente ligados. "Cabe ao União dizer à Câmara o que pretende que se faça, para então podermos decidir", disse o autarca PS na última reunião do órgão. Está bem visto sim senhor. Mas incompleto. Falta que os cidadãos eleitores e contribuintes se manifestem. Porque é muito fácil afirmar que a maioria da população é a favor. No demonstrar é que reside o problema...
Por outro lado, a argumentação simplista e demagógica, que consiste em apodar de inimigos do União todos os que não concordam com mais ajudas da Câmara, poderá ser muito tentadora mas já não cola. O que se passa é que os adeptos ferrenhos do clube falam com o coração, enquanto que nós nos apoiamos na razão. E a razão obriga a dizer, em linguagem popular bem conhecida, "Quem não tem dinheiro, não tem vícios !"
Faria algum sentido gastar no desporto ou na cultura, meios que fazem tanta falta na limpeza, no saneamento, na recolha de lixo, na assistência social, ou na educação ? Primeiro o essencial. Só depois o supérfluo.
Enquanto assim não for, nunca mais vamos saír da cepa torta ou parar de definhar. Por isso, já basta o que basta !
13 comentários:
Grave é que a publicação das peças em causa, anunciando os fantasticos barcos, é por certo proveniente da assessoria de comunicação em tempos contratada pela Câmara (ou pelo Presidente?) por uma avença "de ricos".
Sendo esta uma amostra de resultados, estamos falados...
Grave é que a publicação das peças em causa, anunciando os fantasticos barcos, é por certo proveniente da assessoria de comunicação em tempos contratada pela Câmara (ou pelo Presidente?) por uma avença "de ricos".
Sendo esta uma amostra de resultados, estamos falados...
E a foto é de actualidade extraordinária. Reparem nops telahdos do Convento...ainda exixtiam...os homens da Agência de Comunicação avençada são profissionais, mas a sério...
Doutor António Rebelo, até a notícia mal alinhavada sobre os barcos de recreio colocados no rio publicada em dois diários nacionais serviu para o Senhor voltar a 'bater' no U. Tomar. Ninguém conhece as razões porque insiste num assunto que parece ser o mal maior de Tomar. Se calhar, será também o U. Tomar o culpado por as recentes obras, nas quais se gastou tanto dinheiro, não tenham evitado que as cheias aconteçam logo que 'S. Pedro' abre as torneiras e deita cá para baixo uns litros de água. Queria dizer-lhe que o subscrevia por inteiro, mas não posso fazê-lo. Chame-me o que quiser. Acho que está a bater demais na mesma tecla. O mal do U. Tomar será um pequeno 'pingo de água' no oceano de problemas que afectam Tomar. O Senhor, pessoa bem formada, inteligente, conhecedor do Mundo e com grande experiência como Docente, poderia ajudar a resolver o problema do clube, apontando um caminho que não o da destruição pura e simlples, como os seus comentários parecem querer que se faça. O concelho tem um universo de mais de quarenta mil habitantes. Se o senhor fizer um inquérito sobre o destino a dar ao clube, verá que a grande maioria vai dizer que ele deve ser mantido vivo. A solução passa por uma medida que seja justa e adequada. Qual? O senhor poderia ajudar a encontrá-la! No seu 'post' de de ontem, às 19:28, parece ter ficado surpreendido e diz que o assunto já chegou à China. Não compreendeu a citação. Sem comentários...
Respeitosamente,
Um cidadão tomarense, que gosta de Tomar
Ó Sr. Dr. Rebelo
Já começa a cheirar mal, malíssimo.
O Sr. não descola do União de Tomar, tem uma obsessão doentia contra o clube.
Arre porra que é demais.
Como se o União fosse o culpado por todos os gravíssimos problemas de Tomar.
O Sr. está mesmo um militante da causa "enterrem o União".
Já agora passe no Fernando Mendes ou no Zé António encomende o caixão e pague o funeral!!!!!!
Do “Barlavento”, nº 1702 de 15 de Abril de 2010, Semanário Regional do Algarve lemos a seguinte notícia na página 26:
A Câmara Municipal de Albufeira exige aos clubes rigor na utilização das verbas e na requisição dos transportes, não pedindo transportes por tudo e por nada, sob pena de um dia quererem um transporte e a autarquia não o ter. As palavras são de Desidério Silva, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, considerada das mais ricas do País.
Na sessão da assinatura de protocolos de cooperação entre os clubes e associações do concelho, que envolve neste ano uma verba na ordem de 500 mil euros, disse ainda que nos últimos oito anos de mandato a autarquia já investiu na área de infra-estruturas desportivas e apoio aos clubes cerca de 45 milhões de euros, numa política que o presidente da Câmara considera de grande utilidade, porquanto é um investimento feito a nível dos quatro mil jovens que praticam diferentes modalidades.
Qualquer concordância com o que se passa em Tomar é somente uma pura coincidência.
Onde está a exigência da Câmara de Tomar ao rigor na utilização das verbas que são despendidas?
Tanto se tem falado aqui no União de Tomar e da secção de futebol juvenil, mas é somente uma e não diferentes modalidades desportivas.
Também é de esperar que os apoios juvenis não sejam encaminhados para os seniores. Ou será que isso nunca se passou?
Faz algum sentido falar em União de Tomar ?
Tomar está desunido há muito, e vai continuar em desunião.
Escutaram o que o presidente da Câmara de Torres Novas disse à Hertz sobre Tomar ?
Ele avisou que Tomar precisa de desenvolvimento e tem de ir procurar empresas para o Concelho, como ele fez. Tomar não procura nada.
Ele criticou os acessos a Tomar, e reconheceu ser preferível que o IC3 não tivesse sido feito, os tomarenses já entenderam isso?
Ele classificou as obras no Estádio Municipal de Tomar de bárbaras, criticando António Paiva, o grande educador dos tomarenses, tornou-os ainda mais amorfos.
O problema do União de Tomar, como o do falido futebol português e dos clubes insolventes, é mais vasto. Continuem a discutir o sexo dos anjos.
Barquinhos de brincar a quase um conto de réis à hora? Vai lá vai...
Caro Dr. Rebelo,
o fim de semana foi offline, por isso actualizei-me agora. Deixe-me dar-lhe os parabéns pela lucidez na questão do União de Tomar e juntar umas breves notas.
Em relação aos barcos, dar conta que bastará um dos dias de horário mais reduzido, ter os seis barcos a navegar para o concessionário facturar mais do que a Câmara vai receber por ano, pela concessão.
É de rir, não fosse a débil situação financeira da Câmara e saber-se que os próprios barcos são do município...
Segundo aspecto. O União de Tomar tem mais uma multa às costas. O primeiro relatório da auditoria aponta para mais 50 mil euros mas é bem possível que uma reclamação bem sustentada possa reduzir este valor.
A questão não é essa mas sim o que de mais substancial terá por detrás do que disse o Vereador Luís Ferreira: alguém pode honestamente garantir que hoje não estão a ser cometidos todos os dias os meus erros de gestão que têm ditado multas sucessivas ao União?
A senhora Presidente da Assembleia Geral/Vereadora pode assegurar isso aos sócios do clube? E se lhe apresentasse contas também seria muito bom, porque acabavam as histórias que alguns papalvos vêm aqui contar segundo as quais o clube não tem tido receitas...
É interessante ver como este blog criou uma maior dinâmica, no que diz respeito aos assuntos que interessam verdadeiramente a Tomar, de participação pública do que as decisões políticas ali para o lado dos paços do concelho.
A descrença é tal que os cidadãos já nem só não acreditam nos políticos, com já deixaram de se interessar pelos assuntos públicos que lhes dizem também respeito.
Este é o estado de abandono e de letargia em que se encontra esta terra que é nossa, de todos os que nela vivem.
Sempre tive uma estima pessoal pelo Dr. António Rebelo. A verdade é que hoje, ainda mais do que no passado, as suas intervenções são um autêntico tesouro que devemos guardar e preserver para bem da memória futura.
Com enorme estima.
José Soares
É pá o zé do pífaro saiu da sombra e para ajudar a constituir mais um grupo de independentes candidatos a tudo. Boa!
Força zé. Força António. O povo está connvosco.
Eu também tenho um gato que se roça! Não sei se é só para largar o pêlo, se é para pedir alguma coisa...
O zé pifaro vai resolver a crise do união
põe-se a tocar e encanta as serpentes que querem lançar veneno nessa velha associação cultural e desportiva
até o rebelo vai dançar ao som da melodia mozartica
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