Nesta terra que é a nossa há coisas que levam a pensar sermos administrados por pândegos (para usar um vocábulo muito ao gosto de certo vereador...). É o caso desta sinalização, na Praceta Raul Lopes, para quem venha da Estrada da Serra. Uma vez que é obrigatório (conforme documenta a foto) virar à direita, aquela chapa a indicar a biblioteca para a esquerda, serve para quê ? É só para ornamentar ? Ou pretende-se que os automobilistas levantem vôo ?
O desejo de protagonismo, a que alguns chamam "penacho" e outros vaidade, pelos vistos faz parte do património genético de algumas famílias nabantinas. Praça de Touros José Salvador, Rua Rui Salvador. Afinal tanto um como o outro salvaram o quê ? Que acção ou acções extraordinárias levaram a cabo ? De que actos de heroísmo são credores ? Numa altura em que, na Assembleia da República, os deputados se preparam para votar uma lei proibindo a atribuição de nomes de pessoas vivas a artérias ou construções, nós em Tomar pimba ! Somos realmente uns pândegos !
Houve um tempo em que a comida, melhor dizendo, o peixe orçamental, chegava para todos e ainda sobrava. As aves indígenas comiam à fartazana, as aves de arribação medravam a olhos vistos, e mesmo assim o viveiro era algo quantitativamente extraordinário. Esse tempo já foi. Agora andamos todos aflitos com a falta de peixe orçamental, e até mesmo com as importações de Bruxelas. (Que de qualquer modo vão acabar em 2o13. O mais tardar...) As aves de arribação mais precavidas, desde há muito que perceberam ser melhor demandar outras paragens, mais clementes e pródigas. Houve, porém, duas excepções. Algumas aves do Boquilobo resolveram excursionar e alimentar-se por aqui. Tudo correu bem até que os gulosos corvos marinhos, vindos da Escandinávia, também descobriram o piscoso Nabão. Habituados a orçamentos bem mais rigorosos e a invernos longos que não perdoam, mais habilidosos e rápidos, foi um ver se te avias. Praticamente, só escaparam os peixes cuja envergadura era incomportável para as goelas destes transitórios caçadores alógenos. Dizimada assim a maior parte da fauna piscícola, foram-se, sem sequer agradecerem. Foi então que voltaram as aves do Boquilobo, algumas de penacho, como a garça da foto. Só que agora as coisas já não estão nada fáceis, seja para quem for, em termos de peixe orçamental. Reparem na pobre ave. Concentrada, tensa, pronta a bicar o primeiro exemplar que aparecer. Até parece um dos nossos autarcas à procura de ideias fecundas para ultrapassar a malvada desta crise que não há meio de acabar. Ou será de verbas, para poder mostrar mais algumas obras de utilidade mais do que duvidosa ? Que saudades dos tempos das vacas gordas e do peixe orçamental em abundância ! Ó tempo volta pra trás ?
9 comentários:
As situações são diversas.
Quanto ao nome da Praça, foi o Sr. José Salvador quem pagou o seu arranjo profundo, que até nem foi tão barato assim.
E como o Sr. faleceu está tudo certo.
Aliás é assunto privado.
Quanto ao nome da Rua, foi o Sr. Presidente da Câmara quem apresentou a proposta há poucos meses atrás, que foi aprovada e logo o Sr. Presidente escolheu a rua e mandou colocar a placa, antes que o homenageado deixasse o reino dos vivos.
Mas, não teve a mesma actuação em relação a mais deliberações, também aprovadas por unanimidade, de atribuição dos nomes de ilustres FALECIDOS - os Srs. Manuel Carlos Oliveira, Mário Guerreiro, Reis Santos, Luis Bonet, Vasco Pena Monteiro - a artérias desta cidade.
Realmente a lentidão e indecisão que caracterizam a Câmara e o seu Presidente têm, por vezes, excepções!!!!!
Pena serem tão poucas e em assuntos pouco ou nada relevantes!!!!!!!!!!!
Camarada Rebelo,
Jaa estamos habituados a que os forasteiros venham explorar esta nossa terra. E como noos deixamos e até gostamos...
Geninha
já chegou a "azeitona" a camara, aleluia aleluia
Para quando a atribuição a ruas, avenidas, centros comerciais e estádio do nome do excelso Paulino Paiva, nome que nenhum tomarense deve esquecer...por motivos mais que óbvios!!!
A Ponte do Flecheiro deveria ter o nome de António Paiva. Pois foi a sua teimosia que prevaleceu contra tudo e contra todos. Essa é a obra que ele deixou aos tomarenses, uma ponte com piores condições que a que dista a 100m e com 40 anos de construção.
Enfim.
O crime de injúria está previsto e tipificado no Código Penal (Artigo 181-1): “quem injuriar outra pessoa, imputando-lhe factos, mesmo sob a forma de suspeita, ou dirigindo-lhe palavras ofensivas da sua honra e consideração, é punido com pena de prisão até 3 meses ou com pena de multa até 120 dias”. São elementos constitutivos do crime de injúria a ofensa concretizada através da imputação de facto ofensivo da honra de outrem, ou por meio de formulação de um juízo lesivo da honra de uma pessoa, condutas levadas a cabo através da imputação directa de factos desonrosos como é o caso do comentário feito ao sr. arquitecto e aqui publicado com a conivência do ou dos responsáveis deste Blog.
Se têm vontade de gastar paciência e dinheiro, avancem ! A sede do blogue é onde se encontra o servidor. Neste caso em Cupertino, Califórnia, USA. Por outro lado, o comentário em causa não pode ofender quem quer que seja, porque não há nele qualquer nome. Em terceiro lugar e para concluir, como é óbvio, os administradores do blogue não podem ser confundidos com os directores de jornais, sendo que até para estes a jurisprudência já estabelece que não podem ser responsabilizados pelos escritos dos leitores, que neste caso nem se sabe quem possam ser...
Ora aí está uma bela discussão jurídica extremamente interessante. O Arquitecto que Paiva/Corvelo querem que volte, não é o que dizem ser, mas sim apenas um infiltrado dos interesses estratégicos do Paiva, que ainda não desistiu de mandar na Camara.
Estou certo no entanto, que o outro Arquitecto que por lá esta como responsável político e arqui-inimigo de Paiva, não deixara instalar o Lobo no galinheiro.
Vai ser interessante ver quem consegue ganhar a parada.
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