quarta-feira, 7 de abril de 2010

A NOSSA OPINIÃO SOBRE A FESTA GRANDE


Temos por norma de boa conduta responder atempadamente às perguntas que nos fazem. No caso presente, além de cumprirmos tal norma, temos também o grato prazer de responder a um importante eleito local, que Tomar a dianteira conseguiu identificar (apesar do anonimato) como o amigo Hugo Cristóvão, lider do PS local e da bancada socialista na AM (ou alguém usando o seu estilo).
Quer os tomarenses estejam de acordo ou não, e a esmagadora maioria parece não estar, "O mundo pula e avança/como bola colorida/ entre as mãos de uma criança", escreveu Gedeão. Temos portanto que a coisas mudam constantemente e a um ritmo cada vez mais difícil de acompanhar, mesmo pelos adeptos da mudança. Dos conservadores empedernidos nem vale a pena falar.
Nestas circunstâncias, antes de começar a cumprir o ritual nabantino de "deliberar" se haverá ou não festa dos tabuleiros em 2011, para a seguir "escolher" o mordomo, deveria ter-se procedido a um debate sereno e profundo. No nosso pobre entendimento, o único ponto de tal troca de ideias deveria ser "Que objectivos pretendemos alcançar com a realização da nossa festa grande?" Tal não foi feito em tempo útil, pelo que vamos, mais uma vez, navegar em equívocos, a começar pelo ajuntamento popular, paradoxalmente convocado pelo presidente da câmara, como é habitual. Dizemos paradoxalmente, porquanto Corvêlo de Sousa exerce o seu cargo por evidente delegação do eleitorado tomarense, na qualidade de gestor executivo. Assim sendo, que o leva a solicitar a presença dos eleitores, para decidir se há ou não festa e, havendo, quem será o mordomo ? Nesta mesma vertente da legalidade democrática, além do executivo, não tem o município um parlamento municipal, com representantes eleitos pelo povo ? Se têm de recorrer ao ajuntamento popular para resolver um assunto, por mais importante que seja, servem para quê? Só para ornamentar ? Unicamente para cumprir a lei ? Já imaginaram a Assembleia da República a convocar um ajuntamento popular em Lisboa, para decidir, por exemplo, se haverá comemorações do 10 de Junho, e havendo, onde terão lugar ? Ou a câmara de Lisboa, para apurar se haverá marchas populares e, havendo, quem serão os mordomos ?
Logo aqui existe, por conseguinte, um evidente mal entendido. No tempo do regime anterior, ainda se aceitava, porque as coisas eram como eram; agora, com delegação democrática livre e genuína de todos os cidadãos, é algo de patusco. (Para ser comedido na linguagem, pois o que interessa é juntar e não dividir).
Passando ao ajuntamento em si, é sabido que se trata de um acto teatral, com a sua faceta hipócrita, cujo desfecho nunca surpreendeu quem se interessa por estes assuntos, visto que que as coisas já para lá vão bem combinadas. Desta vez, como na anterior, será decidido fazer a festa e escolher João Victal como mordomo. Na mesma linha, a câmara vai comprometer-se a arcar com os eventuais prejuízos, os meios materiais da autarquia (transportes, pessoal, telefones, instalações, etc.) estarão ao serviço do mordomo, (não sendo contabilizados) e Corvelo de Sousa será presidente da Comissão Central.
Haverá um magnífico trabalho comunitário, um desfile de vaidades, com todos os autarcas e outras "personalidades" em carripanas de tracção hipo, chamado Cortejo do Mordomo, gastar-se-ão centenas de milhares de euros, teremos uma enchente de turistas que deixarão tudo conspurcado, alguns comerciantes locais, e outros de visita, aproveitarão para "meter a mão", bem como o beija-mão da Praça da República . A chamada bênção dos tabuleiros, que é a explícita negação da tradicional autonomia dos Impérios do Espírito Santo, (é por isso que há as saídas das coroas), verdadeira origem da festa. A câmara "entrará" com 20 ou 30 mil euros e o Turismo de Portugal com 100 ou 120 mil, como habitualmente, após o que se dirá, caso não haja nenhum percalço de maior, que a festa deu lucro.
Tudo bem, então ? Pois depende. Se acham que é normal desperdiçar o magnífico esforço comunitário, o extraordinário espectáculo que é o cortejo dos tabuleiros, as qualidades do mordomo e dos restantes colaboradores benévolos, os fundos e outros meios da autarquia, bem como o subsídio governamental, tudo em época de grave crise, sem que se perceba para quê; nesse caso, e só nesse, tudo bem. Se pelo contrário pensam, como nós, que a nossa festa grande, quando adequadamente estruturada, poderá vir a ser (falta saber quando...) uma das quatro molas impulsionadoras do desenvolvimento local (conjuntamente com o Convento, o Nabão e a Albufeira), então concordarão decerto ser não só indispensável como urgente efectuar o tal debate, em moldes a definir, para adoptar objectivos e escolher caminhos racionais para os atingir. (Ourém acaba de o fazer...) Persistir na negação objectiva da cada vez mais acelerada mutação do mundo e do contexto tomarense, será uma via suicidária, que as gerações mais novas, a seu tempo, dificilmente nos perdoarão.
Aqui fica o nosso recado, mais uma vez. Sem rancor, mas com muita tristeza. Porque dá Deus nozes a quem não tem dentes, e dentes a quem não tem nozes. Anda tudo trocado ! O costume, afinal !

4 comentários:

ANA SANTOS disse...

descupem a minha pergunta.mas eu ouvi no rádio cidade o Pedro Marques queixar de não ter sido avisado da data da decisão. mas eu fui a diamacom fazer um exame e qual não o meu expanto quando um senhor se senta ao meu lado com uma resvista á anúnciar a reunião. uma resvista não se faz de um dia para o outro? ou ele vai poucas vezes á camara? e já agora era nesseçário? estamos a falar numa decisão á muito anuncia só faltava a data que por demais anunciada nas rádios. não estou a concodar com o ele,porque quando lá esteve sabes DEUS cá para ele devia era de estar lá no consultório dele,porque ele andar.COMER MUITO QUEIJO COM ISTO NÃO DEFENDO NINGUÉM!......

Anónimo disse...

PARA ANA SANTOS

Das duas uma: ou não sabe escrever à máquina e nesse caso é muito pouco assertiva porque a obrigação de cada um de nós que aqui vimos debitar as nossas ideias é rever o texto antes de o enviar e emendar os erros, ou então à senhora falta-lhe qualquer coisa que a impede de se expressar: ou massa cinzenta ou a quarta classe.

Francamente Dª Ana, um texto assim nem no Carnaval de apresenta...

Tenha dó!

Anónimo disse...

Ana Santos esconde quem?

Certamente um papagaio do poder!!!!!!!!!

Anónimo disse...

(DEIXAR O SEU COMENTÁRIO) NÃO PARA SE DAR A OPÍNIÃO? QUE SE SAIBA JÁ NÃO HÁ ANALFABENTOS NOS DIAS QUE CORREM! Ó SÓ OS SENHORES DOUTORES É QUE PODEM DAR A SUA ÓPINIÃO?POIS O POVO SÓ INTERESSA NA ALTURA DE ELEIÇÕES. PARA METER LÁ OS PAPAGAIOS!