Teve forte impacto na traumatizada e triste comunidade tomarense a entrevista de António Rodrigues, presidente da câmara de Torres Novas, ao programa "Directíssimo", da Rádio Hertz. E compreende-se que assim tenha acontecido. Começando por afirmar que "O segredo é trabalhar, como em tudo", o autarca torrejano foi alinhando um discurso claro, estruturado, amadurecido e convicto, numa linguagem despida da usual roupagem gongórica, ao alcance de todos. Enunciou cinco grandes objectivos para este mandato, que será o último; fez comparações implícitas com Tomar; considerou a nossa cidade como a mais rica do distrito em termos de património; lamentou a nossa falta de acessibilidades; condenou a destruição do estádio, que considerou fazer parte da memória colectiva do distrito; acabando por explicar como tem conseguido fazer face à crise económica e desenvolver Torres Novas.
Sobre as acessibilidades foi claro: Tomar "perdeu o comboio" quando a A 23 lhe passou demasiado longe e mesmo o IC3, passando onde passa, "quase que valia mais não ter sido feito". Para ele, não será tão cedo que vamos conseguir ultrapassar estas evidentes desvantagens competitivas.
Falando da situação financeira da autarquia vizinha, referiu duas situações. Uma é praticamente sem solução, mais valendo passar uma corda à volta do pescoço e pendurar-se. A outra é a de Torres Novas -Descontando os enormes investimentos em obras, tem um saldo estrutural positivo anual de 2,5/3 milhões de euros, entre as receitas e as despesas. Educado, escusou-se a referir quais as autarquias que teimam em ter, anos a fio, mais despesas do que receitas, saldos negativos por conseguinte. Mas se meditarmos no facto de saber muito bem a que auditório se estava a dirigir, só um néscio não atingirá onde pretendeu chegar...
Para não alongar demasiado, que o pessoal está todo farto de palavreado barato, concluímos com algumas das frases que nos parecem mais significativas e úteis para os autarcas e os eleitores desta zona, caso pretendam realmente secar o pântano nabantino e iniciar vida nova, rumo ao progresso.
"Fui buscar investidores, empresas, à Inglaterra, à Bélgica e a Espanha." "Não podemos estar à espera que chovam notas de mil; temos de as ir procurar." "Não é possível haver cidade criativa se não houver emprego." "A programação do Teatro Virgínia é feita numa óptica de investimento." "A cultura e o desporto, sem emprego serão um drama." "Torres Novas tem menos desempregados que Tomar ou que Abrantes." "Estamos num concelho onde a votação no Bloco de Esquerda chegou aos 17%."
Será preciso escrever mais sobre o assunto ? Julgamos que não. Todos aqueles que não se recusam a aceitar a triste realidade, já estarão elucidados. Os outros... bem os outros é melhor deixá-los na milenar paz das múmias. Para que não possam alegar, respeitando a verdade, que exageramos na má-língua, quando afinal, como é o caso, até os autarcas vizinhos já nos vêm dar lições...Tempos difíceis, tempos de decadência, tempos de vergonha para Tomar e para os tomarenses ! E quem não se sente...
21 comentários:
E vamos lá Rebelo, porque não diz que o Presidente Antonio Rodrigues é do PS, foi Presidente da Distrital dos socialistas e amigo do Hugo Cristóvão, do Luis Ferreira e da Anabela Freitas. Estes dirigentes locais dos socialistas com ele trabalharam, tendo sido o garante da sua vitoria, contra o "excluído" Presidente da câmara de Abrantes Nelson, grande amigo de Paiva e da empresa para quem ele agora trabalha?
Porque não o afirma?
E porque não diz que essa foi precisamente a agenda dos socialistas nabantinos nas ultimas eleições, lideradas pelo arquitecto Vitorino?
Não dá jeito?
Pois...
António Rodrigues mostrou as razões que levam os torrejanos a confiar no seu trabalho. Frontal, astuto, determinado, visionário... Não é, de todo, um homem da política. É, isso sim, um homem de política, que sabe quais as reais necessidades da população, que não perde tempo com lamúrias. É homem de acção. As comparações com Tomar acabaram por ser inevitáveis e, nesse particular, há que salientar a sua honestidade ao referir que não iria conseguir fazer neste concelho a mesma obra que tem feito em Torres Novas. Chapeau!
Para 23:37
Gosto de ler de tempos a tempos O Nicolau (o Maquiavel, pois claro) mas não uso nem gosto das suas manhas. Por conseguinte, errou ao atribuir-me intenções que nunca tive nem tenho.
Não falei da filiação partidária de António Rodrigues por vários motivos. Eis alguns: 1 - Foi eleito pela primeira vez como independente; 2 - Afirmou na sua entrevista que "Os eleitores votam no cidadão, não no partido"; 3 - O seu posicionamento prático na política, poderá ser considerado de esquerda, socialista não é de certeza; 4 - Se tivesse salientado a sua filiação partidária, haveria logo quem viesse comentar que estava a fazer propaganda do PS; 5 - Tal como nem você nem eu somos responsáveis pela lamentável atitude cívica da maioria dos tomarenses, também António Rodrigues não pode ser culpado por haver no PS tomarense, torrejano, distrital ou nacional, filiados que nunca lá deviam ter entrado.
Espero ter desfeito as suas dúvidas e aproveito para o cumprimentar cordialmente. Como dizem os nossos vizinhos "Hablando, uno se entiende".
António Rebelo
Olá,
Vinha pedir ao Sr. Dr. Professor, António Rebelo, para não falar dos supostos, provaveis apoios da câmara ao clube de pontapés na bola da cidade que se encontra em fase moribunda.
É deixa-los esticarem a corda, ao duplo queixo ao corvelo ou à vereadora transfugida, com um pouco de sorte acontece o mesmo que a este.
Luís Coelho foi condenado a um ano e meio de prisão com pena suspensa. O antigo presidente da câmara de Faro foi condenado pelo crime de participação económica em negócio na utilização de dinheiros públicos para salvar o Farense da bancarrota.
Portantos, era uma benesse que fazia ao município.
"O seu posicionamento prático na política, poderá ser considerado de esquerda, socialista não é de certeza;"
É capaz de explicar isso melhor?
"também António Rodrigues não pode ser culpado por haver no PS tomarense, torrejano, distrital ou nacional, filiados que nunca lá deviam ter entrado."
Portanto, como os únicos socialistas referidos, além do presidente da câmara de Torres Novas, são "Hugo Cristóvão, do Luis Ferreira e da Anabela Freitas", conclui-se que...
É assim mesmo Rebelo, chame os bois pelos nomes!
Com tanta obra no concelho de Torres Novas e tanto trabalho à custa do endividamento da autarquia. Não foi por acaso que o Governo teve que autorizar um empréstimo suplementar porque a Câmara se encontrava em situação de falência técnica!
Pois é a galinha da vizinha é melhor que a nossa. Sr. Rebelo porque não se muda para Torres Novas, talvez ficasse a conhecer melhor esse presidente, que também é dos tais: quem não concorda comigo é contra mim, há que abater!
Todas sabem que TRABALHAR por aqui não é discurso muito apetecido.
Tomar é como uma pequena república das bananas que gosta de dormir sobre o sucesso.
Quem não se recorda do tecido industrial tomarense que nos seus tempos áureos empregou sobretudo operários oríundos de outros concelhos?
Quem não se recorda dos serviços públicos (militares, hospitais, escolas e politécnico) que receberam de braços aberto mão-de-obra de fora porque os filhos da terra... bem, os filhos da terra preferiam viver à custa dos rendimentos. Preferiam alugar casas e estabelecimentos comerciais aos forasteiros. Exploração? Claro que não. Apenas as leis da oferta e da procura a funcionar.
E agora?
Agora, estes forasteiros, que nunca terão sentido verdadeiramente a cidade, vão-se embora e deixam ao concelho um rasto de degradação económico.
O último que apague a luz!
AA
O senhor de Torres Novas, direta ou indiretamente, põe em causa a política autárquica tomarense dos últimos anos.
Como respondem os comentaristas que não concordam com o tal senhor de Torres Novas?
Nem uma palavra sobre o desempenho dos autarcas tomarenses. Chutam para longe e dizem que o autor do post está a defender o seu partido.Essa é muita boa! O grande mérito deste blogue´, para além de muitas outras qualidades, é o de não ser "Língua Alugada", melhor dizendo, "Escriba Alugado".
Não seria melhor endireitarem-se e darem as suas opiniões sobre o que tem sido essa política em Tomar, e a produção dos seus autarcas?
Acima de tudo, questionarem-se sobre se o concelho tem, de facto, o Presidente de Câmara que o concelho precisa.
Essa é que é essa.
Não é nada bonito atribuir a outros aquilo que eles não disseram. Claro que António Rodrigues e os socialistas tomarenses têm as suas qualidades e defeitos, tal como qualquer um de nós. Dito isto, os actuais filiados do PS - Tomar não serão os principais responsáveis pela presente situação lastimosa. Antes deles já por lá passou gente bem pior, em termos de honestidade, de credibilidade e de capacidades.
Quanto ao comentador, ou comentadora, que perguntou porque não vou eu viver para Torres Novas, ganharia muito se tivesse um pouco mais de vergonha, de tacto e de educação. Acha realmente educado e feliz perguntar a alguém que cá nasceu, foi baptizado, andou na escola e por aqui reside há mais de 50 anos, porque não se vai embora ?
Acha ? Então permita-me o retorno: E vossemecê, o que é está cá a fazer? Peso ao chão e sombra ao sol?
Que se saiba, o socialismo, democrático ou não, propugna a apropriação pelo estado dos principais meios de produção, ou já se esqueceram ? E acham que é isso que António Rodrigues anda a fazer quando vai ao estrangeiro procurar investidores, oferecendo-lhes facilidades administrativas, financeiras, (incluindo a exportação dos eventuais lucros), rodoviárias e de mão de obra qualificada ?
Façam o balanço do Concelho de Tomar nos últimos 23 anos e verão que, a partir de 1987, houve, no PS nabantino, quem, antes de Torres Noves, tenha proposto a captação de investimento para Tomar, quem tenha criticado o Plano Rodoviário Nacional, quem tenha dito que o IC3 não servi a Tomar e só iria causar desvios de comércio, quem tenha avisado que as novas superfícies comerciais dependem de uma série de factores, quem tenha estabelecido ligações de Tomar aos níveis nacional e internacional, quem tenha proposto tanta coisa e previsto a decadência de Tomar. Porque é que as sua propostas não foram aceites? Porque a alguns sectores económicos em Tomar não convinham. Porque em pequenas almas do PS havia inveja e recentimento. Porque a outros concelhos da região convém o enfraquecimento de Tomar. Porque um político, que hoje é ministro, sentia-se ameaçado. Porque alguns grandes tomarenses não querem desenvolvimento para Tomar. Porque alguns querem ser os donos de Tomar. Porque os tomarenses falharam.
Os socialistas são os maiores culpados na crise de Tomar. Alguns dos que hoje estão na direcção do PS de Tomar, e Distrital, também o estavam na altura. São culpados !!!
Epá, os socialistas de Tomar são os culpados!? Eu nem morro de amores por eles, mas culpados só se for de terem andado com o Pedro Marques ao colo, de resto, e como da câmara de Luís Bonet já ninguém se lembra, não se vê que mais possam ser culpados.
Quer dizer, só se for de sucessivamente depois disso terem escolhido candidatos ou que ninguém queria, António Alexandre e José Mendes, ou quem ninguém acreditava, Carlos Silva e José Vitorino.
Mas daí a dizer que são os maiores culpados da crise de Tomar, cheira a ressentimento. Quem é que andaria por lá há 23 anos?
Podiam ser mais directos quando falam nas coisas, porque não se deixam de bocas e chamam os nomes das coisas e dos sujeitos!?
Boa tarde António Rebelo,
Se o "segredo é trabalhar..." é o caminho para o sucesso, então estamos muito mal em Tomar! Desde sempre esta terra foi considerada boa para viver mas má para trabalhar.
E, subalternizados que estamos de tão pasmados ouvir as "bocas" do presidente da autarquia vizinha, mais parecemos aqueles desgraçados das aldeias do interior beirão nos anos cinquenta, que quando um carro passava por lá quase havia procissão.
É bom saber, mais do que apreciar o discurso, quem é aquele que o profere! Já Bernardim Ribeiro dizia "...faz como eu digo, não faças como eu faço..."
E se alguém tiver real interesse em saber quem é de facto este senhor António Rodrigues, pergunto à dona Rosa, proprietária das Padarias Rosa. Se a senhora quiser desbobinar, garanto que não darão o tempo por mal empregue!!!
Muito boa noite eleitores de Tomar.
O Camarada de Torres Novas, Rodrigues, vem à procura de emprego certo para as proximas eleições em 2013. Se não é parece!
Com um discurso destes até eu votava para ele ir para Tomar enganar outros. Porque será que em Torres Novas nem gosta de falar em futebol, ai critica a opção de um relvado para todos. Em Torres Novas controla os orgãos de Comunicação Social em Tomar está a lançar os tentáculos para conseguir o mesmo. Em Tomar critica as acessibilidades. Em Torres Novas, esqueceu O Centro de Ciência Viva, A Praça do Peixe, A Torre Nova, As Zonas Industriais, O Boquilobo - Golfo, O ChivaSon, A Quita da Leziria, O Museu do Briquedo. Fez algumas obras outras estragou-as por exemplo: estragou o Ténis, estragou as piscinas, arruinou o Clube Desportivo ao rebentar com os sócios e tirar-lhes a Sede Social. Os Empreiteiros e os particulares que querem construir... só com condições especiais.
Este é o astuto, determinado e visionário Presidente de Câmara de Torres Novas.
O ultimo comentador usa a típica conversa dos comunas torrejanos. Nada de novo a leste da honestidde.
Antonio Rodrigues é uma referencia: bruto mas eficaz.
Nunca seria eleito Presidente em Tomar. Nao tem pedigree
Acho que há veracidade nas afirmações do penúltimo comentador. Aliás, o cenário é um pouco comum com o de Tomar onde a falta de cumprimento de promessas eleitorais adicionada á gestão danosa do reinado paulino Paiva deu os frutos que deu e que estão bem à vista de todos.
Curiosamente...
Não percebo o enaltecimento das qualidades (que não sei se as tem em dose respeitável) do António Rodrigues.
Sinceramente até estranho. Não é o António Rodrigues, enquanto autarca do PS, que nega o acesso às dos vereadores da oposição à muita documentação que estes lhe pedem? Pelo menos em tempo útil?
A sorte do dito autarca é a nossa desgraça: Tomar tem tido o azar de ter autarcas autistas e sem uma cultura democrática de trabalharem com todos os eleitos; aliás veja-se o exemplo dos actuais autarcas com o seu comportamente verdadeiramente autista em relação aos vereadores dos IPT.
Leiam as palavras do ex-presidente da República, Jorge Sampaio, hoje no DN a propósito da DEMOCRACIA e da PROMISCUIDADE entre PILÍTICOS E PODE ECONÓMICO.
É preciso refundar a Democracia. A questão está precisamente, como diz Jorge Sampais, entre outros distintos cidadãos, o problema fundamental da falta de qualidade da nossa Democracia está na lógica de funcionamento dos Partidos...
Uffa...!!!
O Dr. Jorge Sampaio foi Secretário Geral do PS. Foi-lhe denunciada a falta de democracia no PS, e soube como o PS Tomar vivia no oportunismo político, e nada fez.
Foi Presidente da República, e nada fez para melhorar a democracia.
Agora, como o Mário Soares, também se queixa da falta de solidariedade na União Europeia. Tão inocentes que eles foram.
O nível dos lideres reflecte o nível dos liderados, é dos livros.
Concordo com os dois últimos comentários, cada um com o seu ponto de vista.
Se um fala dos problemas que a Democracia tem associados à sua realidade, e aqui as palavras de Sampaio são preciosas porque são um testemunho, mesmo que tardio, da pura realidade do país.
O segundo comentário lembra, e bem, a má consciência do senhor Sampaio, no que diz respeito à sua inócua actuação para melhorar a Democracia, enquanto actor político com poder para influenciar. A nossa ver.
Porém, não é de desprezar as suas palavras, agora que ele está "desvinculado" dos compromissos a que os cargos lhe impuseram concerteza. Isso não o desculpa.
Aliás, basta ver as declarações do Marques Mendes para encontrar a mesma fórmula: enquanto exercem são coniventes com tudo o que há de pior; quando fora, são dos mais cândidos que existe no mundo.
É o mundo dos patetas e a política partidária é o seu ninho encubador.
Não. O que é dos livros é que os líderes reflectem os liderados.
E as críticas ao presidente de câmara de Torres Novas são estranhas. Não conheço o senhor, não vivo lá, não sei como é. Mas que gostava que Tomar tivesse o dinamismo, e a visão que Torres Novas tem tido, isso seguramente.
Se os líderes reflectem os liderados, a que nível estão os lderados, e a que nível se colocam os líderes?
É dos livros que as sociedades têm estados de desenvolvimento diferenciados. Os líderes nos Estados Unidos da América têm de se colocar a um nível diferente do que se colocam os líderes na Rússia. Os líderes na Dinamarca (que rejeitou o Euro) colocam-se a níveis diferentes do que se colocam os líderes em Portugal (onde o Euro, e tudo o mais da UE não foram referendados, porque os liderados não exigem, só querem que os protejam)
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