Para começar, a pergunta que se impõe: Já votou, na consulta à opinião pública, do lado direito do seu ecrã? Já está? Então vamos ao prato de resistência.
A crónica anterior, citando dois excelentes jornalistas gauleses, um dos quais -Jean Daniel- grande amigo de Portugal e de Mário Soares, desde os tempos do exílio parisiense deste, mostra que:
- Fomos admitidos na União Europeia e na zona euro "pelo amor de Deus".
- Há pouquíssimas e muito fracas hipóteses de escaparmos à bancarrota.
- A austeridade é necessária e indispensável, mas inútil se entretanto não voltar a haver crescimento.
- Estamos a assistir ao fim de um ciclo do capitalismo.
- Sem novas soluções políticas, sociais e económicas não vamos conseguir dar a volta por cima.
E nós, tomarenses da cidade, do concelho, espalhados pelo país e pelo Mundo? Estamos mal, mas estamos vivos, que é o que conta. Além dos cinco pontos supra, temos mais os seguintes óbices:
- Uma autarquia falida, com um passivo da ordem dos 70 milhões de euros.
- Uma autarquia cuja dívida a fornecedores já vai nos 19,5 milhões de euros.
- Uma maioria relativa sem projecto, sem liderança e sem credibilidade.
- A economia local em acentuada recessão.
- Um péssimo enquadramento para residentes e investidores.
- Má relação preço/qualidade, tanto nos serviços públicos como nas prestações privadas.
- Funcionários desmotivados.
- População fortemente desmoralizada.
- Executivo incapaz de prover eficazmente às tarefas básicas, como por exemplo a limpeza ou a manutenção do património municipal.
Neste contexto, pode afirmar-se sem exagero que ou mudamos rapidamente ou estamos perdidos. Em linguagem médica, estamos com um "pé diabético", que já não reage aos antibióticos e cuja gangrena vai alastrando. Por conseguinte, apesar de muito incapacitante, vai ser inevitável amputar o pé quanto antes. Caso se espere demasiado, a amputação já terá de ser até ao joelho.
Para os tomarenses, compreensivelmente assustados com o evoluir da crise, o executivo que temos é o "pé diabético", porque nada tem a propor no campo das soluções, porque gasta demasiado, porque cada vez enterra mais o Município e porque desde há muito que perdeu toda a credibilidade. Assim sendo, é óbvio que há uma só solução digna, proveitosa e promissora para todos: DEVOLVER A PALAVRA AO POVO SOBERANO, CONVOCANDO ELEIÇÕES INTERCALARES NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2012. Têm a palavra as formações oposicionistas, que dispõem de maioria, tanto no executivo como na Assembleia Municipal.
Vantagens das eleições, qualquer que venha a ser o resultado:
- Pela primeira vez em muitos anos teremos Tomar na comunicação social nacional.
- Serão uma excelente ocasião para apresentar e discutir projectos novos.
- Darão um novo alento e uma nova esperança aos tomarenses.
- Permitirão definir as novas regras do jogo.
- Acabarão com a escandalosa situação de uma autarquia falida pagando a cinco vereadores em regime de permanência.
- Obrigarão as várias formações a apresentar soluções substantivas e adequadas.
- Constituirão um corte salutar no pestilento clima político local.
Também está de acordo com tudo isto, ou pelo menos menos com grande parte? Então vamos à luta, que a greve geral de amanhã só serve para mobilar a paisagem política. Como de resto você sabe muito bem, mas não tem coragem para o dizer.
Vote e peça aos seus amigos para votarem na nossa consulta à opinião pública, do lado direito do ecrã. Está em causa a nossa querida terra! Temos de fazer tudo o possível e legal para a salvar! Vamos a isso!
3 comentários:
Boa noite.
Apesar da minha opinião ser a de que se deveria ir para uma eleição intercalar vejo nesta opção um óbice. Depois de concluído todo o processo constataremos que, afinal, o benfica tornou a ganhar, que o sporting acha que vale a pena "comer da mesma gamela" e até o porto acha que o melhor é não levantar ondas.
Tudo como dantes, quartel-general em Abrantes...
Por lapso meu o comentário anterior está mal assinado.
E de Alfredo Caiano Silvestre.
O meu pedido de desculpa.
Penso que é um risco a correr. Mesmo que assim viesse a acontecer, a situação seria bem diferente, nomeadamente por dois motivos: 1 - Os eleitos não seriam exactamente os mesmos; 2 - de qualquer maneira e perante quaisquer resultados, já teria havido uma ruptura decisiva.
Enviar um comentário