ANÁLISE DA IMPRENSA DESTA SEMANA

Esta semana, como habitualmente, O TEMPLÁRIO apresenta uma primeira página bastante variada e de opção "tabloid": "Ela quer ser Miss Facebook, INEM mandou-me chamar um táxi, Turistas não têm onde fazer chici, Tomarense relata como se livrou da tuberculose e Oficinas assaltadas". Na página 2, notícia com foto sobre a merecida homenagem a Luís Carlos Santos, uma das principais "traves" da Festa Grande de Tomar. Mais um sinal do agudizar da crise, na página 4: "Escola de línguas em risco de fechar a meio do ano lectivo". Por falta de alunos, acrescenta. "Quinta do Adro para exploração turística -Câmara de Ferreira lança concurso". No corpo da notícia refere-se que o imóvel, com 16 quartos, será cedido gratuitamente, mediante certas condições. Quando se sabe que a Câmara de Tomar pretende milhão e meio de euros, pela cedência definitiva do ex-Convento de Santa Iria, nota-se que qualquer coisa não bate certo. Um dos municípios está certamente equivocado. Qual será ? "Faz falta em Tomar um investimento que crie postos de trabalho", refere um pequeno empresário local, na página 15. Seguem-se duas páginas ilustradas sobre a procissão da Aleluia, em Cem Soldos, antes conhecida pela "Matança dos Judeus". Fecha com a habitual secção "Pelourinho", na qual, entre outros temas, esclarece que a "notícia" da semana anterior sobre a mudança da estátua de Gualdim Pais, era a mentira do dia 1 da Abril.

"Centro de dia de S. Pedro de Tomar inaugurado sem apoios" e "Jovem parte braço e queixa-se de falta de assistência do INEM" são os únicos títulos referentes a Tomar da 1ª página d'O MIRANTE. Nas páginas interiores, destaque para a 8: "Utentes do mercado municipal de Tomar queixam-se de novo acesso através de escada".

De sustância parece-nos ser a leitura do CIDADE DE TOMAR. Logo em manchete, confirma aquilo que ontem aqui escrevemos sobre a Festa dos Tabuleiros. Se os nossos autarcas não andam a brincar com os cidadãos, pelo menos parece: "Festa dos Tabuleiros sem sede própria, com material guardado numa garagem particular". E depois querem candidatar a festa a Património Imaterial da Humanidade ? Carregueiros é uma pequena freguesia suburbana, que faz a sua festa dos tabuleiros todos os anos e tem sede própria para guardar o material. A Câmara anda à espera de quê ? Nas páginas 6 e 7 uma entrevista a Hugo Cristóvão, líder do PS local e membro da Assembleia Municipal. Seria demasiado fácil explorar todas as pistas trilhadas por Cristóvão. Por cortesia, limitamo-nos a abordar três tópicos: a previsível situação daqui a três anos, uma contradição insanável e o projecto PS.

"Queremos chegar às próximas autárquicas mais fortes..." diz Cristóvão. Trata-se, na nossa tosca opinião, de um mero desejo quimérico. Pelo contrário, tudo aponta no sentido de lá chegarem, todos os integrantes da actual e circunstancial maioria, mais queimados que o carvão. Se outros motivos não houvesse, e há de sobra, bastaria o previsível agravamento da crise, até uma situação face à qual o momento presente poderá ser considerado de alguma euforia consumista.

Diz Cristóvão, noutro passo, que os mandatos de António Paiva foram talvez os piores do post-25 de Abril. Sendo assim, sabido como é que Corvelo de Sousa e parceiros se limitam a aplicar as mesmas receitas de Paiva, e que este continua como treinador, conjuntamente com Relvas, como compaginar tal situação com a brilhante coligação ?

Num outro ponto da entrevista, o líder socialista insiste no projecto do PS. Trata-se, obviamente, de um vício de linguagem. Na verdade, como já aqui foi referido por diversas vezes, e nunca desmentido, nem rosas nem laranjas têm sequer qualquer coisa parecida com um projecto. Limitam-se a alinhar umas obras e umas eventuais mudanças, sem nunca mencionarem a respectiva articulação, real utilidade, posição no conjunto, ou financiamento. Simples lérias, portanto. Para quando a verdade, toda a verdade e nada mais que a verdade ? Já vai sendo tempo.

Ainda em CIDADE DE TOMAR, a ler sem falta, na página 3, "Processo de revisão do PDM causa embaraço administrativo". Aí se fica a saber que há evidentes atritos entre a maioria PSD e José Vitorino, designadamente sobre a revisão do PDM. Subentende-se igualmente que os IpT continuam a ser considerados pela circunstancial maioria como simples ornamentos, e que há na autarquia serviços que não funcionam minimamente. É a chamada situação caótica, que costuma preceder as tragédias políticas, do tipo governo de Santana Lopes. Oxalá pelo menos alguns dos componentes da tal maioria consigam ver quanto antes o aspecto trágico-cómico da situação...