domingo, 1 de agosto de 2010

LÁ COMO CÁ OS MESMOS MÉTODOS IMORAIS

O texto infra é o editorial do Diário de Notícias de hoje. Alguns leitores, mais rápidos a disparar, já terão perguntado -E que tenho eu a ver com isso? S. Tomé é lá tão longe!
Pois é. Porém, quem os ensinou fomos nós, melhor dizendo, os nossos antecessores. E podendo parecer que não, há que dizer, respeitando a verdade: Tais professores, tais alunos. Ou, numa versão mais recente, ninguém ensina aquilo que sabe; apenas aquilo que é.

No nosso querido país, mais precisamente na nossa amada terra (para todos aqueles que realmente lhe querem bem e só bem), assim à primeira vista, ninguém compra votos. Nem nada que se pareça. Era o que faltava! Aqui não é África! Todavia...
Todavia, será que aqueles cidadãos que beneficiam de borlas à custa do erário público (excursões, festas, refeições bem regadas e com animação...) têm depois toda a liberdade para votarem em consciência? Ou terão de pagar determinados favores ao senhor autarca X, que tem sido tão simpático e prestável, designadamente como acompanhante? Será que os senhores vereadores a quem o senhor presidente atribuiu pelouros a tempo inteiro, com os inerentes rendimentos e outras benesses de quadros superiores, são livres de votarem como entenderem? E os presidentes de Junta, que conseguem a proeza de ser simultaneamente executivos, legislativos e fiscalizadores, caso único na Europa Ocidental, também são livres perante as suas consciências?
Em todos os casos, a resposta é idêntica e óbvia: Não. Em teoria sim, mas na prática votam de acordo com as conveniências do momento. Por isso, entre outras causas, temos tido câmaras tão boas e estamos como estamos. Que isto na política, doravante terá de ser como no futebol, ou em qualquer outro desporto competitivo -Os resultados finais conseguidos no relvado e no tempo regulamentar é que contam.

Estátuas de navegadores portugueses, apeadas e depois reconstituídas

Aspecto do mercado de S. Tomé, uma construção do tempo colonial

O "Salão de Beleza Passarel Tropical"

Distribuição de esferográficas e guloseimas

Dirão os habituais apóstolos de serviço, condicionados pelas suas lentes partidárias, que a ser assim, isto é, se um autarca é acusado de comprar votos apenas porque oferece festas, refeições, bebidas subsídios e excursões, então todos são culpados. Nem tanto! Não será bem assim.
Para evitar, tanto quanto possível, longas e fastidiosas considerações sobre política, moral, ética, honestidade e verticalidade, seja-nos permitido um exemplo concreto.
Se a actual maioria mandar concluir as obras do Largo do Pelourinho, apenas poderá ser criticada por ter demorado tanto tempo a resolver o assunto. Quanto ao resto (ética, moral, honestidade, verticalidade), tudo bem, pois trata-se de uma tarefa de indiscutível interesse para todos os habitantes. Se, pelo contrário, para tentar agradar ao eleitorado, organizar uma excursão com animação + comezaina bem regada + vereador a acompanhar, como vem acontecendo, para os eleitores de S. João Baptista com mais de 65 anos, é claro que está a tentar "afiambrar" votos, para usar um vocábulo muito actual. Que mal tem?
Para além de condicionar as pessoas, o que é sempre condenável, sobretudo quando se trata de as intrujar, leva-as a pensar que a autarquia e/ou o governo têm máquinas de fabricar euros, e que só não aumentam os ordenados, as reformas, as pensões, os abonos e outros subsídios porque são maus; porque querem guardar tudo para eles. Sucede que não é nada assim, nem próximo. É mais como numa família, salvaguardando naturalmente as proporções. Há um dado rendimento disponível, semanal, mensal e anual. Esse rendimento tem de ser repartido, de modo a pagar alimentação+alojamento+água+luz+gás+vestuário+calçado... ... ...+poupança, se possível. Sendo certo que o dinheiro gasto com a água já não pode ser usado para comprar calçado, e assim sucessivamente.
Com a autarquia ocorre exactamente o mesmo. Tem um orçamento anual, em que no caso tomarense todos os anos as despesas têm excedido bastante as receitas, pelo que já vamos com uma dívida global de pelo menos 29 milhões de euros = 5 milhões e oitocentos mil contos = 148 contos = 740 euros por cada eleitor do concelho. Coisa pouca, como se pode ver. Estamos sem dúvida no bom caminho.
Todas as despesas estão, ou devem estar, consignadas. Tanto para vencimentos, tanto para consumíveis, tanto para obras, tanto para horas extraordinárias, tanto para parques e jardins, tanto para cemitérios, e assim sucessivamente. De tal forma que a verbas gastas com excursões e outras extravagâncias, fazem depois falta no saneamento, na formação profissional, nos alojamentos sociais...
Já perceberam agora porque é que a cidade está como está e algumas freguesias estão como estão? É que, como diz o povo, o dinheiro nunca chega para tudo. E então quando é mal gerido, ainda pior.

9 comentários:

Anónimo disse...

Tomar caminha a passos largos para a definhação.
De eleições em eleições até à descrença total.
E não há jeito de vermos a coisa melhorar.
Não há projectos para alencar os espíritos.
Não há empresas interessadas em por cá se instalarem.
Não há autarcas com dimensão política e cultural para enfrentar os desafios actuais, quanto mais os que se avizinham.
Não há nada melhor do que deixar andar, os plíticos que temos a exercer só querem que os deixem trabalhar (onde é que eu já ouvi isto?), não querem críticos (ah grandes democratas!, assim é fácil (des)governar!!!

São os novos tempos. É o tempo de quem nada sabe e julga que somos todos parvos!

Ah...já me esquecia, o que é feito da Agência de Informação ao serviço da Câmara (leia-se corvelo)?
Lembram-se da pipa de massa que foi gasta com a tal Agência?
Quais os benefícios para o concelho?
O quê? Estão à espera que a imprensa local retome o assunto?
Deixem-me rir Ahahahah...

José Soares

Anónimo disse...

Indesculpável!!!

Então não é que me ia esquecendo de abordar a questão, pertinente, levantada aqui neste artigo?

Pois...de facto, lá como cá os métodos são imorais. Sem dúvida!

Não são só os passeios que são imorais, é também o modo como a política dita cultural, que não passa de coisas soltas sem um fio condutor e sem um objectivo claro quanto ao rumo que se...

O que nós assistimos é, sem qualquer margem para dúvida, a uma compra cirúrgica de VOTOS por antecipação. E ainda dizem que não há projecto?

José Soares

Anónimo disse...

O Sr. José Soares, está a referir-se ao seu camarada de partido Luis Ferreira!

Não é verdade?

Pois!

Anónimo disse...

TOMAR – PS e Independentes abstiveram-se… e a terceira fase do projecto do Flecheiro é mesmo para avançar

A terceira fase do projecto do Flecheiro é mesmo para avançar, uma vez que a Câmara Municipal já aprovou a adjudicação. O assunto mereceu discussão por parte das forças políticas, com os Independentes por Tomar a levantarem a questão do início das obras... ainda com as famílias de etnia cigana a residir nos terrenos em causa:

«A nossa posição sobre isto não tem a ver com o projecto em si, mas sim com as famílias de etnia cigana que estão nos terrenos. Adjudicarmos uma obra nesta altura, sem esse problema resolvido, estamos sujeitos a que essas pessoas ainda estejam lá quando as obras começarem e em vez de termos um problema temos dois. Por isso, julgamos esta decisão como extemporânea. Com estas limitações, vamos abster-nos para que não digam que estamos a inviabilizar». Corvelo de Sousa justificou este processo e voltou a sublinhar o arrastar da situação da comunidade que tem ocupado os terrenos do Flecheiro: «Por razões que têm sido evocadas, há quarenta anos que esta situação se mantém... É perfeitamente possível resolver esta situação de precariedade das famílias de etnia cigana em tempo útil de conjugar com o pretendido para aquela área. Se adiássemos tudo isto, estaríamos a condenar aquelas pessoas a ficar nas mesmas condições durante tempo indefinido». Tal como os Independentes, também os Socialistas se abstiveram. O vereador Luís Ferreira explicou porquê: «Da parte do Partido Socialista, para que fique claro, somos favoráveis a que esta empreitada siga em frente, seja desenvolvida, pois pensamos representar um ganho significativo para a cidade e para o concelho. No entanto, somos sensíveis à questão das famílias que ali residem em condições precárias. Por isso, temos dúvidas em relação às soluções já discutidas, para além de termos dificuldade em entender como é que estas duas situações podem ser compatibilizadas...».

2010-08-02 17:48:48

Anónimo disse...

Para que conste.

Um município que mantém a cidade suja, as entradas da cidade em estado deplorável, os contentores dos resíduos (lixo doméstico, plásticos, vidro etc...) há mais de dois meses sem serem despejados e muito menos lavados, não é certamente um município de cultura!!!

Um município de cultura que se preze, não pode admitir este estado de coisas.

O quê? Têm dúvidas? Há muitos contentores onde isso acontece por vários pontos da cidade. Vão à rua Prof. Fernando Gonçalves da Silva, em plena cidade, e deixam de ter dúvidas.

A cidade de Tomar está muito mal tratada e, o pior de tudo, abandonada e suja.

É no meio desta podridão que surgem umas actividadezitas de entreter, sem públicos e sem história, cujo balanço é sempre feito pelos próprios promotores. Fazem-me lembrar as Actividades de Enriquecimento, perdão, Entretenimento Curricular em que se gastam centenas de milhares de euros sem qualquer monitorização dos seus resultados.

É o concelho de Tomar no seu melhor!!! VIVA A SUJIDADE! VIVA!

José Soares

Anónimo disse...

Para o comentário anónimo das 21;43

Eu estou a falar da minha cidade, de Tomar, aquela onde vivo e onde os meus filhos nasceram.

Eu estou a falar da autarquia como um todo, e principalmente dos autarcas que exercem o poder, ou seja a maioria 3+2.

Quanto aos partidos, e por uma questão de saúde mental, todos sabemos que têm gente muito boa e gente que pouco vale. É a vida!

Recuso opinar sob o anonimato!

O Partido Socialistae um grande Partido e tem, seguramente, quer nos seus quadros quer como simples militantes alguns dos melhores cidadãos portugueses que muito deram e dão à Democracia portuguesa. Para que conste!

Porém, isso não me obriga a ser "carneiro" e muito menos seguidor dos piores exemplos, venham eles de onde vierem!

Não faço parte dos ex-soviéticos que se posicionam conforme os lugares que lhes vão prometendo.

A bem da cidadania!

José Soares

Anónimo disse...

Tocas bem (na vuvuzela), mas não alegras a malta.
Antes um ex-soviético que um oportunista com desejos de adolescentes!

Anónimo disse...

...e sobretudo desejos caros!!!

Anónimo disse...

Não estou mandatado para nada e por ninguém. Lamento apenas a baixeza daqueles que sobre o anonimato insinuam, ofendem, fazem-se boateiros, são a escumalha que por aí anda. Sejam eles quem forem. Tomar, Portugal e o mundo precisam de gente de corpo inteiro e que não se escondam debaixo da capa do anonimato. Só os cobardes o fazem. Até um dia. Também há os recalcados da "palhinha" os que gostam...claro. Assim como há engenheiros (que nunca exerceram), assim como há os que exerceram (e mal), também há os licenciados em direiro (que nunca exerceram) e os que exercem (e muito mal). Há de tudo. O mundo é um mosaico onde cabem os honestos, os desonestos, os íntegros, os corruptos...e também os boateiros coitados...Tomar é isto mesmo, sem tirar nem pôr. João Paulo