sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A POEIRENTA E INCÓMODA SALGANHADA DA ROTUNDA


Perante o lamentável espectáculo da salganhada da Rotunda, toda a gente se queixa. Comerciantes, moradores, motoristas locais, turistas, condutores de autocarros de turismo, todos dizem o mesmo: falta de respeito pelas pessoas; falta da mais elementar educação. E o caso não é para menos. Além do pó, agora mitigado com regas sucessivas, como resposta ao justo clamor popular, há as cada vez mais evidentes dificuldades de circulação, a lama e os sapatos sujos. Tanto para os de automóvel, como para os a pé. Do lado sudeste (entre a ponte e a avenida Torres Pinheiro), quem não se desviar pelo "deck Paulino Paiva" é confrontado com um pequeno dístico, indicando-lhe a faixa de rodagem como caminho a seguir. Se vier a ser atropelado nesse trajecto sem qualquer protecção, a culpa será de quem? Dele? Do dono da obra? Do automobilista? De todos? Complicado, como se vê.Tudo isto porquê?
Tudo isto, no nosso entender, por falta de humildade, de honestidade, de frontalidade. E por excesso de desenrasca, improviso, logo se vê e dá-se um jeito. Aquando da longa discussão, pelo actual executivo, do problema da eventual serventia do paredão-mijatório, ficou claro para todos os que acompanham de perto a política local que, dos sete autarcas em questão, seis não sabem ler projectos e o sétimo estava de certeza distraído. Só assim se explica que tenham aprovado em tempos um paredão que agora ninguém sabe (ou finge que não sabe?) para que serve.
Nestas condições, não espanta mesmo nada que os projectos desenvolvidos para a autarquia nem sempre sejam obras primas da especialidade. É até quase certo que, se fossem apresentados a requerimento de particulares, eram chumbados. Mas como se trata da própria edilidade... Há por aí vários exemplos. Paiva era sobretudo um homem de acção, com enorme capacidade de liderança, mas infelizmente só se preocupava com os finalmentes. Para ele os entretantos não passavam de lamentáveis impecilhos. Agora foi-se, mas a sua herança perdura.
Nesta triste trapalhada da rotunda, um projecto bem feito e adequado à realidade portuguesa e nabantina, devia comportar um caderno de encargos bastante detalhado, que incluísse todas as obrigações contratuais a assumir pelo empreiteiro vencedor do concurso. Tal não acontece e os resultados estão agora à vista de todos.
Em vez de dividir o empreendimento em pelo menos cinco sectores, unidades, ou frentes de trabalho, tudo supervisionado por profissionais séniores, entraram no desenrascanço, que fica muito mais barato. O povo pagante que lixe! E no entanto...
No entanto, se o dito projecto o especificasse, haveria um engenheiro sénior, um preparador de trabalho ou, na sua ausência, um encarregado honesto e com muita prática. Em conformidade com o projecto, a obra global a realizar seria dividida nos tais cinco sectores, a saber: Sector 1= Entre a Levada e a ponte; Sector 2 = entre a ponte e a Av. Torres Pinheiro; Sector 3 = entre a Av Torres Pinheiro e a Rua da Graça; Sector 4 = Entre a Rua da Graça e a Levada; Sector 5 = a rotunda central, propriamente dita. Feita esta divisão, o tal preparador de trabalho (ou encarregado experiente), ouvido atentamente o engenheiro sénior responsável, determinaria qual o sector por onde começar, ponderados todos os factores previsíveis. Depois, far-se-iam todos os trabalhos nesse sector escolhido, só se podendo passar ao seguinte uma vez concluído. E assim sucessivamente, sendo óbvio que se poderia passar do sector 2 para o 5, ou qualquer outra sequência, porém sempre após ter terminado a obras no sector anterior. Teríamos assim uma única frente de trabalho de cada vez, que o mesmo é dizer menos pó, menos engarrafamentos de tráfego, menos pavimento em péssimo estado, menos lama e menos aspectos de cidade bombardeada, como se pode ver na fotografia.
Agora já é tarde, dirá o leitor. Pois é. Mas o mais tardar em 2013 voltará a haver eleições autárquicas. Veja lá se não se esquece daqui até lá. Realmente, após casa roubada, não adianta pôr trancas nas portas. A não ser para evitar assaltos futuros...

10 comentários:

Anónimo disse...

Ó Rebelo, mas olhe que aquilo é capaz de ficar obra asseada...!!!

Unknown disse...

Estamos a falar de coisas diferentes. Você do resultado final; eu da maneira como as coisas estão a ser feitas e dos inconvenientes aí resultantes para todos.
Já com o paredão e a ponte do Flecheiro se dizia a mesma coisa: "Deixe lá que quando estiver concluído vai ficar muito bonito."
Ficou?
Os laranjas têm de arranjar outra música.

Anónimo disse...

Cá pra mim, que destas coisas nada sei, - ainda que fosse de batatas e feijão mais milho e melão sim, nisto, seria uma robusta opinião -, agora quanto a obras, estratégias, sectores, fases, planeamento, combinação, não, disto pouco avento;
Não obstante (como se diz), não concordo com o ilustre, douto e sabedor escriba, nem com a sua solução em divisões e subdivisões - que até pareço eu a dividir a terra nos talhões quando da sementeira dos acima referidos…
Não amigo, a coisa fazia-se, e digo isto com a experiência ainda morna de acabar de passear por lá, fazia-se, dizia, de uma forma simples: entaipava-se na totalidade aquela coisa, desviavam-se os popós pelas fluentes artérias circundantes, fazia-se utilização das duas pontes de sobra (nem precisava, como da outra vez, de incomodar a sociedade castrense para montar qualquer travessia alternativa do magnifico Nabão e sua deslumbrante fauna piscícola - ainda há coisas em Tomar que dá gosto ver: o rio e seu espelho de água é uma delas), trabalhava-se dia e noite e, prontos, num instante, aparecia feita a grande obra!
Vantagens:
a) Ninguém a via antes, e deslumbrava-se no fim;
b) Não havia censuras nem meias críticas;
c) Potenciava a curiosidade e enchia-se o local de gente no dia da inauguração: a bater palmas;
d) Não havia pó para ninguém;
e) Os popós não se sujavam;
f) O comércio continuava aberto, sem pó, e sem gente;
g) O contribuinte ia às Finanças de muito melhor disposição;
h) Evitava, por exemplo, este escrito;
i) Evitava o desassossego do Escriba-Mor da Urbe;
j) E, por fim, mas como sempre não menos importante, deixava os técnicos municipais com tempo e espaço para pensarem, pensarem, pensarem (sem o Zé a chatear), e, fazerem luz e solucionarem as magnas questões que, em público e na praça, têm vindo a ser, desavergonhadamente questionadas.

E, assim, aconteceria linda e renovada, aos olhos de todos, a basilar Praceta dos Estaus.



semcustas

Unknown disse...

Também não estaria tão mal como está, sendo embora bastante lacunar. Desde logo porque sempre poderia ser vista de cima, tal como acontece nas fotos publicadas. Depois porque seria bastante difícil tapar tudo aquilo, mantendo as passagens para peões, designadamente os comerciantes, os funcionários das finanças e etc. Finalmente porque não estou a ver como é que máquinas e camiões conseguiriam entrar, sair e circular com os materiais, estando aquilo tudo vedado. Abria-se ? Mas então lá se ia o segredo pretendido.
Em contrapartida, trabalhar por sectores, ou frentes de trabalho, é aquilo que têm estado a fazer, sem disso se darem conta e na maior das confusões possíveis. E o que serão forçados a fazer quando se tratar dos acabamentos. Isto porque, nem pintados de azul conseguirão acabar tudo em simultâneo.
Em suma, conforme diz o povo, na sua cruel linguagem imagética: A quem não sabe fecundar, até os tomates estão sempre a atrapalhar.

Anónimo disse...

Marmeladas tiradas da sabedoria de curvelo e muchachos laranjas.

Nem uma plaquita a informar do prazo da obra, pedido de desculpas e "boneco" para ilucidar o indígena.

Um total e absoluto improviso que só não fica pior porque, apesar de tudo os empreiteiros nacionais se esmeram muito.

Anónimo disse...

Tomar vive há anos num completo DESNORTE! Como dizia alguém, as obras sempre provocam pó (mesmo minorando o seu efeito). A questão aqui é outra: em 2000 existia uma rotunda relvada com um símbolo da cidade: o tabuleiro. Não tinha efeitos especiais, como os filmes de Holiwood, e a manutenção era mínima. Contra muitas opiniões, construiu a autarquia, sob a direcção do sr. Paiva, um tanque redondo com circulação de água e efeitos coloridos por 500 mil euros(custo há 10 anos).Nove anos depois parte-se o tanque para fazer um mais pequeno!100 mil euros mais e novas maçadas para os cidadãos que, aliás, votaram em tais artistas! Será castigo?
Para esta autarquia, o tempo de vida de uma rotunda é menor que a duração de um veículo ligeiro duma família! E depois vem o sr. Frasquilho à sede do PSD tomarense falar no desastre do despesismo nacional...
Pedro Miguel

Anónimo disse...

Deixem-se de coisas e façam como o móis, eu cá, gramo de bolas, de rotundas.
Redondas, ovais, quase redondas, quase ovais. Tudo, todas.
Para gozo desta tontaria, tenho a sorte de ter passado pelo sítio de quem manda, um sujeito muita fixe a que alguns chamam o Tonto da Trofa, vulgo TT, que tinha uma panca por rotundas ainda mais grande que a minha.
E, assim, enquanto tempo teve e pastel dos outros, gastou tanto pilim nesses emblemas do progresso (dizem que se amestrou e doutrinou lá prás bandas da África ainda apartada, onde só havia bago para uns…), fez tantas e com coisas tão diferentes que, eu, gramo á brava, correr a pé, e dar de volta a cada uma, e mais todas de cada vez! (ás vezes encontro-o lá também a voltar, e penso logo mas não digo: oh TT, andas a gozar o brinquedo?!...)
Que gozação; porque vejo como aquilo está tudo curvo; só naquela que agora partiram, ali para os lados onde era de bom a Ginginha antigamente, tinham feito uma que, diziam, tinha uma rosa dos ventos que eu nunca vi, nem ninguém nunca soube para que serviu!
Dizem ainda que, por mor deste entretimento: faz, parte, parte, faz, o carcanhol que lá esbanjaram e estão agora a continuar a desbaratar - dizem outros que ninguém sabe pra quê - , daria para comprar aí uns quinze autocarros dos grandes!
E isto sim, maganões, é que era obra, pois o pessoal da bicha para a excursão ficava todo satisfeito e ia todo passear, comer, beber e cantar e, assim, levar com pinta e caçoada o nome da terra pelos cantos do globo; e isto é que era: cultura, tradição, diversão, enfim, símbolo de progresso!
Pra quê as rotundas?


xiçapenico

Anónimo disse...

Por acaso reparou no edifício que está em reconstrução junto à rotunda? Nem licença tem mas a autarquia faz de conta que nem vê. Deve ser o pó que dificulta a visão.

Anónimo disse...

Quero ver se os tomarenses iluminados votam em maioria no PSD depos desta palahçada toda.
O que me irrita com as vitórias do PSD é que toda a gente critica, critica e critica mas qdo votam é nos laranjinhas ou nos incompetentes do PS.
Votam os velhos pois a malta nova tá a borrifar-se mas que isto tudo é uma vergonha é.

Anónimo disse...

É... Votam nos "incompetentes" do PS, que durante doze anos denunciaram que o "rei vai nu" e diziam cobras e lagartos deles.

Só mesmo os socialistas é que podem tirar Tomar deste lodaçal em que o PSD nos enfiou, desde 1998.

Olhem que nestes anos, fomos ultrapassados em riqueza por Abrantes, Almeirim, Cartaxo, Rio Maior e Torres Novas.
E quem geriu essas Camaras, durante esses anos?