terça-feira, 31 de agosto de 2010

INQUÉRITOS RESULTADOS E REPRESENTATIVIDADE

Terminou o inquérito de Tomar a dianteira, ao qual nos referimos no texto de ontem. Os resultados definitivos são os seguintes: Total de votantes 217; Manter a composição actual da autarquia -25 = 11%; Substituir Corvêlo por Carrão - 19 = 8%; Substituir Corvêlo por Rosário Simões - 7 = 3%; Provocar autárquicas intercalares 166 = 76%.
Perante estes resultados, os interessados dirão que não são representativos, porque mais isto, mais aquilo e mais aqueloutro. Seja. Não é por acaso que somos a terra-mãe do manuelino. Um estilo simples, como sabemos. E também é significativo que nesta nesga à beira-mar plantada, no rescaldo da qualquer eleição, nunca apareceu até hoje um político a admitir a derrota. Todos ganharam sempre qualquer coisa.
Regressando ao inquérito, às sondagens e à representatividade em geral, passa-se a traduzir a ilustração acima, recortada do Le Monde, um jornal de referência, que nunca confunde patuscadas com jantares de gala. "Strauss Kahn e Martine Aubry largamente favoritos para 2012 - Na segunda volta das eleições presidenciais de 2012, Dominique Strauss Kahn ganharia a Nicolas Sarkozy com 59% dos votos e Martine Aubry ganharia igualmente, com 53% dos votos. É o que indica uma sondagem TNS-Sofres-Logica-Le Nouvel Observateur, sobre as intenções de voto... ...(inquérito realizado por telefone em 20 e 21 de Agosto, junto de uma amostragem de 1.000 pessoas). Esta sondagem mostra igualmente uma forte subida de François Hollande, que empataria com o actual chefe de estado. Ségolène Royal, antiga candidata presidencial vencida, perderia novamente por 49% contra 51%. A vinte meses das próximas presidenciais, estes resultados devem ser relativizados, mas traduzem uma forte subida da esquerda e acirram a competição no seio do PSF."
Temos assim que, para conhecer a opinião dos eleitores, as melhores empresas gaulesas de sondagens unem-se para um inquérito a uma amostragem de mil pessoas, num universo de 57 milhões de eleitores inscritos. Em Portugal, com os mesmos objectivos, ficam-se geralmente pelas amostras de 600 e poucos eleitores, para um total nacional de 8,5 milhões de eleitores inscritos. Nestas condições, o inquérito de Tomar a dianteira, que obteve 217 respostas, num universo de 39 mil eleitores inscritos, não é representativo?! Convém não brincar com coisas sérias e habituar-se a aceitar a realidade como ela é. A terra é redonda e no verão faz calor, quer isso nos agrade ou não.
Numa outra vertente da mesma questão, se vamos pela falta de representatividade, a actual maioria relativa PSD, com apenas 7959 votos, em 39 mil possíveis, é representativa de quê e de quem? De cerca de 12,5% dos inscritos? Mesmo coligados com o PS, representam um total de 12.715 votos, num universo de 39.000. Serão representativos ou não?
Acham que sim? Então aqui vai uma projecção dos resultados do nosso inquérito, tendo em conta o total de votos obtidos pelo PSD nas autárquicas de 2009. Se fosse hoje, Corvêlo obteria cerca de 897 votos, Carrão 654 e Rosário Simões 246. A opção novas eleições congregou à roda de 6.149.
Dizia Vítor Cunha Rego, em tempos director do Diário de Notícias, que as coisas são o que são; não aquilo que gostaríamos que fossem.

23 comentários:

Luis Ferreira disse...

Amigo Rebelo

Não discuto a utilidade, nem os resultados do kmquerido on-line que realizou.
No entanto chamo-lhe à atenção que um inquerito e uma sondagem, no mundo da analise estatistisca, são coisas completamente diferentes.

A representatividade só é possivelmde obter numa sondagem, a qual não tem qq relação directa com a percentagem dos inquiridos, em relação ao universo estudado, mas com a dimensão efectiva da amostra.

Acresce ainda,, se me permite, outra pequena questão: para ser representativa do universo estudado, deve normalmente a amostra cumprir "quotas" de algumas variáveis que sabemos, com segurança, do universo estudado. São por exemplo variaveis usadas o sexo, o escalão etário, a freguesia de recenseamento, a residência por tipologia de agregados populacionais ou ainda o nível sócio-económico do inquirido.
Quanto mais variaveis forem cumpridas, mais será o nivel de confiança da sondagem realizada.

O ultimo factor de que lhe chamo à atenção, é o da aliatoriedade, a qual procura garantir que o inquirido não introduz "enviesamentos" na sondagem. São normalmente recusados os inquiridos directamente ligados a empresas de estudos de mercado ou às organizações a estudar, porque não se podem colocar no lugar de um "cidadão comum", que é precisamente esse que as sondagens precisam de inquirir.

Em todo o caso o seu inquérito levanta uma questão, teórica, interessante. É que depois de eleitos, é quase impossível substituir os autarcas em funções. É mais fácil dissolver o Parlamento e convocar eleições legislativas que "destituir" um autarca ou mesmo Realizar eleições para uma autarquia. E isso devia ser mudado!

Anónimo disse...

Ó Rebelo, isso não é representativo de coisa nenhuma e tu sabe-lo, que podes ser muita coisa mas não te tenho por burro.
Uma amostra obedece a regras que não são possíveis de cumprir num inquérito on-line onde desde logo um curto universo tem acesso. Ou quantas pessoas DIFERENTES achas mesmo que vêem ao teu site, e depois disso ainda perdem tempo em inquéritos?
Eu por exemplo não respondi uma vez que fosse a esse inquérito, mas quantas vezes terão votado as mesmas pessoas?

Sabes aliás muito bem que se fosse hoje, os resultados a serem diferentes seriam para aumentar a votação de Corvêlo, de quem confesso não ser grande fã, mas ando na rua e ouço as pessoas, o cidadão comum, não aquela meia dúzia que pode até estar mais informada mas que igualmente o que gosta mesmo é de dizer mal.

Se fosse hoje, o PSD aumentaria a sua votação, os IPT ficariam mais ou menos na mesma, e o PS descia pois é quem está claramente a perder com a coligação ao expor as fragilidades dos seus vereadores. Um não existe, o outro só diz disparates.
E quem, como tu Rebelo, quiser teimar que não é assim, ou se está a tentar convencer dos seus próprios desejos ou está mesmo desfasado da realidade.

E já agora, em que livro foste buscar essa de Tomar ser a terra mãe do manuelino? Não estarás a padecer dos mesmos tiques que acusas a outros?

Anónimo disse...

Para anónimo em 11:02

Está completamente equivocado/a quando afirma que as mesmas pessoas podem ter votado vários vezes. Só demonstra que não leu o texto onde é dito que a aplicação informática dos inquéritos da Google, permite mudar o voto, mas não repeti-lo. Se não acredita, fará o favor de experimentar no próximo inquérito. Entretanto evite escrever verdaes que só existem mesmo na sua cabeça.
Sobre o manuelino, estamos como nos planos para Tomar, se lhe fosse revelar as minhas fontes e subsequentes raciocínios, ficaria a saber quase tanto como eu sobre a matéria em causa. Ocorre que Tomar a dianteira não é nenhuma escola pública financiada com verbas do orçamento.
Compreendo de resto a sua irritação face às conclusões que publiquei. Você parece, se calhar sem saber, um seguidor do John Ford, aquele realizador de filmes de cow-boys, que disse uma vez "Quando a lenda ultrapassa a realidade, publique-se a lenda." Assim está você. "Como a realidade não me agrada, eis a minha realidade, e não se fala mais nisso."

Cordialmente,

A. R.

Anónimo disse...

Meu caro Luís:
Bem hajas pelos esclarecimentos, que para mim são música já com mais de 40 anos, quando me perdia às vezes pelas aulas de sociologia do Georges Lapassade, na Universidade de Paris VIII.
Se leres com atenção, verás que não escrevi em lado algum que se trata de uma sondagem representativa. Limitei-me a fazer aproximações, comparações e projecções. Respeitando sempre a verdade das coisas. Sem nunca esquecer, a propósito da diferença entre inquérito e sondagem, que um penico também pode ser um vaso de noite, um bacio, uma arrastadeira ou até um bispote. Depende de quem fale, onde fale, porque fale e para quem fale. São apenas convenções. Coisas de boas maneiras, sociologia, psicologia e semiologia.
Cordialmente,

A.R.

Anónimo disse...

A "sondagem" efectuada não deixa de ter a sua importância, até porque o descontentemento da população é grande, como se sabe. Quanto ao facto de não ser fácil mudar os autarcas eleitos, isso é verdade e resulta da Lei. Porém, há autarcas que tendo vergonha não se refigiam na dita Lei qundo há razões de sobra para que a população não se identifique com eles. Quantas vezes as sondagens nos dizem que uma percentagem significativa da população não está identificada com os políticos que em cada momento nos governam e eles, democraticamente olham para o lado. Se houvesse VERGONHA na cara de alguns políticos já se tinham ido embora. Mas esta democracia reside apenas no voto de 4 em 4 anos e não parece que os políticos de serviço, poder e oposições, estejam interessados em alterar esta lógica preversa. Sim, preversa.

Anónimo disse...

A utilidade do inquérito vê-se no debate que está a provocar.

Luís Ferreira destaca que devia ser alterada a Lei eleitoral para as autarquias, de forma a possibilitar a sua dissolução e a convocação de eleições, INTEIRAMENTE DE ACORDO !

As autarquias são os requícios da "democracia orgânica" do salazarismo, por isso um obstáculo ao desenvolvimento do País.

Se houvesse eleições autárquicas antecipadas em Tomar quem seriam os candidatos ? Os partidos têm poucos militantes, e pouco preparados. Pior para os movimentos de Independentes.
Nas Juntas de Freguesia preparam-se dinastias: os filhos com possibilidades de sucederem aos pais - procurem que encontrarão.

Em Tomar, por muito e largo tempo, nada mudará e ficará tudo na mesma.

Tomar vem hoje, de novo, em destaque no Diário de Notícias, por causa do acampamento cigano no Flecheiro. O artigo realça que o Bairro cigano projectado para a zona industrial está a causar polémica. Grande promoção para a Zona Industrial, com ela as empresas cairão do Cèu...

Eleições para quê ?

Lancelot du Temple

Anónimo disse...

António Rebelo

Entre nós não sei quem mais escreve sobre verdades que só existem na sua cabeça.
Mas factos são factos, e sobre computadores está visto que não percebes muito.
Primeiro, em já quase todas as casas existem vários, depois nos locais de trabalho, especialmente na função pública onde estão a maioria dos fregueses deste blogue, existem às pazadas.

Mas Rebelo, volto a dizer que só com um computador voto quantas vezes quiser em qualquer inquérito, e de tão simples é saber como se faz que nem vou explicar. Qualquer miúdo com 10 anos sabe isso.

Quanto ao resto, estás mesmo equivocado, não estou nada irritado com as conclusões, tenho é pena que não sejam reais. A experiência das coisas e a realidade demonstram isso.
Estar descontente... todos dizem que estão, mas quando chega ao dia dos votos...

Cordialmente.
LG

Anónimo disse...

Coloquem o PNR na Câmara.

O rapaz diz que o PNR não é nazi, só nacional-socialista.
Ele não sabe que nazi é o dimínuitivo de nacional-socialista.
Diz ele que o nazismo é uma variante do fascismo. Como ele é mal formado na sua ideologia.
Nazismo e fascismo são diferentes. Só semelhantes na aparência e na propaganda para o povo. Nenhum é bom, mas não são iguais.
Quanto ao PNR: não é partido, nunca foi nem será nacionalista, nem é revolucionário. O PNR, como toda a classe política do 25 de Abril até amanhã, são filhos do salazarismo. Tão desnacionalizados e contra o desenvolvimento como o mestre de Santa Comba Dão.

Lancelot du Temple

Anónimo disse...

Dissesse o inquérito que o presidente e a sua vereação deviam continuar, o ferreira das farturas vinha logo escrever que isto era do melhor, do mais fiável, assim é que era, etc e tal.
Como não gostou do resultado tratou logo de vir desmerecer, philosophando com ar professoral.
Quando é que este bestunto enxergará que o pessoal está farto das suas baboseiras e bitaites.
Este gajo dava pra professor calceteiro marítimo numa universidade do vão de escada.
Ele que vá trabalhar a sério e se deixe de jogadas políticas á custa do dinheiro dos contribuintes!!!!!!!
Basta de tanta palhaçada!

Anónimo disse...

Para LG
Realmente de computadores nada entendo. E nunca pretendi o contrário. Não deixam mesmo assim de ser significativos, ma minha opinião, os resultados alcançados. Se realmente é tão fácil praticar o voto múltiplo ou "chapelada", como explicar o mísero resultado conjunto de 50 votos em 217 para a actual maioria? Também não percebem de computadores? Porque não visitam Tomar a dianteira? Isso dizem eles mas está longe da verdade...

Cordialmente

A. R.

Anónimo disse...

Para anónimo em 16:13

Mas é que a primeira hipótese do inquérito é mesmo a da manutenção da actual composição do executivo...

Anónimo disse...

É verdade.
Mas foi rejeitada pela maioria, logo .....

Anónimo disse...

Anda por aí uma melga (LG=Luís Graça o jornalista, com problemas na neura) que, enfim, assinou o seu comentário. É um feito do rapazola. Venha ao mundo dos vivos.

Anónimo disse...

António Rebelo, se não percebe nada de computadores porque não pede auxílio ao seu confrade de galaduras Ferreira das Farturas?
Se há coisas em que é entendido é em computadores...nostrus et vostrus...

Anónimo disse...

Então o senhor vereador não tem peso para mudar a lei?
E os seus amigos que estão no governo também não? Ou não concordam consigo? Que desilusão, agora que dava tanto jeito.

Anónimo disse...

Só fazendo alterações profundas no plantel (lista da Câmara) os IPT poderão aspirar a ter melhores resultados.
Com o Zé Soares, jamais!, jamais!, jamais!
E com os a seguir a ele, quatro, cinco, seis, sete, etc (que ninguém se lembra quem são!), nem pensar!

E o PS tem de mudar o cabeça, o dois, o três, o quatro, etc.
Só o Rebelo, o Saraiva, o Mourão e o Zeca se safam! e mesmo assim com muita boa vontade e clemência!
eh! eh! eh!

Anónimo disse...

Meus caros vocês gostavam que Tomar tivesse na câmara melhor gente. Vocês gostavam que a câmara fosse melhor governada. Vocês tem a percepção que esta gente não é grande coisa na gestão municipal nem acrescenta nada a Tomar. Mas depois perdem-se em discussões também elas inúteis sobre auscultações de opinião ou sondagens de opinião. Esquecem assim a verdade e os factos. Esta é a pior câmara de sempre estes autarcas são individualmente e no seu conjunto do pior que por lá passou. Sem necessidade de sondagens pois está á vista e os partidos nunca em Tomar estiveram tão mal sem qualquer credibilidade ou mesmo força de influencia. Assunto também sem discussão pois é uma evidencia clara. A câmara não funciona e a Assembleia Municipal na verdade não existe e perdeu-se nos interesses do Relvas que foge dela como o diabo da cruz pois aquilo só o pode queimar ainda mais por isso se pudesse até nem a reunia.
Assim não vale a pena estas discussões inúteis e que desviam do essencial. Estamos a pagar a autarcas que nos lixam pois não só esbanjam o orçamento municipal como estragam ainda mais o concelho não têm estratégia só sabem executar e mal a do dito Paiva de que ninguém gosta mas lhes deixou projecto e algum financiamento para eles usarem nem mesmo no PDM são capazes de ter alguma intervenção quanto mais no mercado. Luíses, Corvelos Carrões Vitorinos etc, são todos farinha do mesmo saco. E final.
Meu Caro Dr. Rebelo você não é mau rapaz, mas continua ainda a ir na conversa do seu socialista de meia tigela ó homem ser socialista convicto até não é nenhuma heresia mas já tem idade e até experiencia de vida para escolher com quem bater papo não perca tempo com gente sem grandeza que ocupa lugares sem os saber utilizar na sua função mas só para seu interesse pesso

Anónimo disse...

Mas a partidarite ainda domina e dominará a nossa democracia. Por isso tanto faz lá estar Carrão como Luís Ferreira porque as pessoas vão continaur a votar em maioria nos partidos.

Anónimo disse...

AO COMENTADOR DAS 23:25h DO DIA 31/ago/2010

Quer divertir-se? Reserve lugar (porque vai ser um lufa-lufa à procura de lugares sentados...) para o próximo debate que vai juntar aquelas 6 cabeças pensadoras da nossa praça, e registe as ideias que dali vão sair. Aí compreenderá o porquê do miserabilismo que grassa no concelho e da mentalidade autofágica que impera por cá.
Para não falar da feira de vaidades que aquilo é...

Anónimo disse...

Prof Rebelo

O Vereador Pedro Marques não vai estar no debate.

Porquê?

Será bom que se explique

Obrigadinho

Anónimo disse...

Para anónimo em 16:00

Lá consegui finalmente encontrar o seu comentário, ao qual entretanto já respondi no próprio blogue, em "Recado para um leitor".

Cordialmente,

António Rebelo

Anónimo disse...

Amigo Rebelo

Embora não fosse obrigado (o se era enfático) explicou muito bem e tirou as dúvidas a quem as podia ter.
A maioria culigada vai prestar contas perante três comentadores.
Dos outros e para prestar contas só a Rosário e o Victorino (que têm emprego camarário).

Agora espera-se que um historiador, um economista e um médico-empresário tenham caparro suficiente (e inspiraçao) para obrigar os três estarolas a explicarem o passado (recente), o presente e o que querem para o futuro.
Representem bem o sentir da populaça!
Obrigado!

MP

Anónimo disse...

Expliquem-me, para ver se eu entendo, que razões especiais, ou direitos, para o xaso tanto faz, quer ter Pedro Marques para estar em todas? Por que é que ele haveria de ser convidado para o debate? O debate é entre quem exerce o poder e personalidades públicas que para além de respeitáveis são civicamente relevantes.
Convém que cada um saiba a cada momento qual é o seu lugar. Quais as razões que levariam a convidadr o Pedro Marques e não o José Lebre? Que razões levariam a convidar a Graça Costa e não Luízinha que de política educativa é muito mais capaz do que a Graça Costa? E por aí fora.