Lá teimosos somos nós! Obstinados até! Infelizmente. Aquando da montagem do açude de madeira do Mouchão, em Abril/Maio, os senhores autarcas foram aqui avisados de que era urgente mandar fazer uma roda nova, enquanto ainda há quem as saiba fazer. Nada. Conversa para o boneco. "É só má língua. É o gajo a tentar meter o nariz aonde não é chamado. A roda até está capaz. Com uma reparaçãozita aguenta perfeitamente mais um ano ou dois. Depois logo se vê."
A conversa do costume, tal como no caso do mercado municipal. "Se fosse uma rotunda, uma ponte, um paredão, uns colectores de esgotos, museus, abria-se logo concurso. Agora reparações, coisas pequenas, ninharias, manutenção, nem vale a pena preocupar-se com o que dizem. Nós até fomos eleitos! Estamos aqui pela vontade do povo!" Pois...
Bem dito e bem feito! O açude acabou por só estar concluído uma semana após o Congresso da Sopa, a que alguns já começam a chamar "A sopa dos ricos", dado o seu custo. A roda ficou mais visível, após uma poda ao salgueiro que foi muito oportuna, e lá começou a girar. Sem qualquer utilidade prática. Só para a fotografia, uma vez que a remodelação paivina do Mouchão destruiu a tradicional rede de rega alimentada pela água dos seus calheiros.
Foi sol de pouca dura. Estamos na primeira metade de Agosto, o mês de mais turismo, e a roda já parou. Desaprumou-se, guinou para poente, e começou a roçar na parede nascente do canal, partindo alguns alcatruzes e marcando outros, que entretanto foram retirados, para não darem nas vistas. Há gente fina como a seda...
Aconteceu o que era previsível. Com um eixo em péssimo estado há anos e anos, de tal maneira que está transformado num mostruário de remendos, tanto metálicos como em madeira, colocar mais uma tábua a fazer altura, de forma a equilibrar toda a estrutura, não resiste a vários meses de uso.
E agora? Vai mais um remendozinho para remediar? A roda vai continuar parada até à próxima Primavera? Vão aguardar que haja fundos da UE para a construção de rodas de estilo árabe? Olhando para esta fotografia, conclui-se que a coitada da roda nem com aquela quantidade de cunhas de todos os tamanhos conseguiu aguentar. O eixo partiu mesmo, como se pode observar no ângulo inferior esquerdo. Pelo que, tudo indica que lá para final do mandato, vamos ter roda nova. Ou pelo menos a promessa de que será das primeiras obras no próximo mandato. Vai uma aposta?
Lá teimosos somos nós. Obstinados até. E desmazelados quanto baste. Por isso temos cada vez menos sorte. Não há desgraça nenhuma que não nos aconteça. Após o encerramento compulsivo do mercado, foi o eixo da roda que deu o berro. E o inoportuno/incomodativo pó das obras da rotunda do paredão-mijatório. Bem dizia o ex-presidente Jacques Chirac: As chatices são como os aviões militares. Voam sempre em esquadrilha.
3 comentários:
"
Vão aguardar que haja fundos da UE para a construção de rodas de estilo árabe?
"
E o Paiva já nem pode dar uma ajuda... já não mada nada nos €€€€ da União Europeia!
O tal Paiva só ajuda é a gastar, a gastar e a gastar!
Com as suas ideias mirabolantes e o novoriquismo bacoco encalacrou o município, que tem uma dívida "cabeluda" (como dizem nas telenovelas brasileiras!) e só a pagará daqui a dezenas e dezenas de anos!!!!!
Portanto, quando invocarem o tal Paiva recordem-se do monstro que ele cá deixou.
Voam sempre em quadrilha não, caro Rebelo. Foram trazidos pela quadrilha. Estes iliterados políticos sabem lá preservar seja o que fôr. O que sabem é abrir os bolsos. Para eles uma rosca ou um cagalhão é o mesmo, desde que dê dinheiro prá laca do cabelo e para a pose pseudo rica e pseudo culta. Entretanto, passei hoje pelo recinto das festas tomarenses, o espaço onde os nossos edis iluminadOs acham que poderiam ser montadas umas barracas, junto ao campo de plástico paulino, e achei que estava em pleno flecheiro, nas traseiras da Roalfe. As festas da buba acabaram no domingo, hoje é 4ª feira e a enchovia mantém-se. É esta uma zona nobre da cidade? Têm a certeza que Tomar é uma Cidade Jardim? Acham que é com isto que querem apostar no turismo? Esta cidade transformou-se num peditóro a céu aberto; e, pelo rumo que as coisas levam, não tarda estamos todos a assar chouriços à porta para ajudar ao orçamento familiar. Com gente de tamanha sensibilidade e empreendedorismo não tarda Tomar é conhecida pela "TASCA RASCA NACIONAL". Very tipical, pois então
Enviar um comentário