quarta-feira, 25 de agosto de 2010

UMA NABANTINA MANEIRA DE SER


As duas ilustrações supra são, opino eu, cada qual à sua maneira, excelentes exemplos da nabantina maneira de ser e/ou de estar (sabido como é que nalgumas línguas ser e estar são uma e a mesma coisa, dependendo da frase envolvente). Na primeira, avultam a intolerância, a susceptibilidade, o concentrar-se no mensageiro e não na mensagem, o hábito de valorizar o detalhe, em detrimento do conjunto. Na outra, há um subentendido de óbvia superioridade. Tipo eu é que sei, vocês não passam de criancinhas, eventualmente adultas, mas apenas em termos físicos. Porque assim é, tomem lá umas indicações tipo NEP -Normas de Execução Permanente. E nada de reclamações, ou outro tipo de descabidas observações.
Tanto num caso como no outro, parece fora de dúvidas que, com tais práticas, nunca mais vamos conseguir progredir enquanto comunidade, pela singela razão de que ninguém está para nos aturar. Mesmo (ou sobretudo?) quando os que nos frequentam nada dizem, mas nem por isso pensam menos, ou vão deixar de difundir junto dos amigos. E então agora que a comunicação electrónica está ao alcance de todos... O declínio, o evidente definhar da cidade, não é de modo algum obra do acaso, mas da nossa prolongada e profícua produção de asneiras. Comportamentais e outras.
No primeiro caso, quem escreveu terá sido algo precipitado. Se assim não fora, ter-se-ia dado conta de que, no actual contexto local, é extremamente difícil falar de política e outras misérias, sem mencionar o vereador Luís Ferreira, tanto para o bem como para o mal. Para o bem, porque mostra serviço, apresenta contas, mantém o contacto com os munícipes, procura investir no futuro da urbe. Trabalha.
Para o mal, os erros que vem acumulando, desde que resolveu celebrar a estranha coligação, uma vez que ninguém consegue fazer tudo bem, nem tudo mal. No fim se verá se o balanço será ou não positivo. Por agora é largamente negativo. Na minha humilde opinião de contribuinte, bem entendido.
Se não for sobre a acção de Luís Ferreira, poder-se-á escrever em concreto sobre que temas? É do conhecimento geral que, nestes últimos tempos, só ele e a vereadora Rosário Simões, são assíduos, visíveis, pontuais e actuantes. Os outros cinco eleitos do executivo, há mais de 15 dias que ninguém os vê pelas bandas da autarquia. Estão de férias? Oxalá que sim. Mas a verdade é que já antes, para além do corpo presente...
Assim explicitada a questão a/o amável correspondente já terá decerto entendido, salvo eventual preconceito partidário, que importa ater-se ao que se escreve, não a quem escreve. Abaixo a fulanização. Até porque, nem o blogue nem os seus administradores são eleitos, ou estipendiados para o efeito pela administração pública. Trabalham unicamente para cumprir os seus deveres de cidadania, sem visar qualquer recompensa material.
Quanto ao aviso caricato, conviria que os senhores funcionários -sobretudo os da classe dirigente- descessem quanto antes da elevada plataforma onde julgam estar instalados, aceitando o princípio da igualdade cidadã perante a lei. Numa sociedade plural e livre, tratar os outros como criancinhas, nunca poderá dar bons resultados. Como de resto está à vista de todos. E ainda agora a procissão vai a saír da igreja. Urge portanto mudar. Enquanto ainda é tempo.

10 comentários:

Anónimo disse...

Pronto. Descambou outra vez. O vereador Ferreira e a vereadora Rosário é que trabalham?

Ora.

Anónimo disse...

Enaltecer o "trabalho" pode ser precipitado. Para aqueles que quase sempre fazem asneiras ou pelo menos nada adiantam, o melhor é estarem quietos.
Quanto às péssimas equipas autárquicas, quer a que nos rege hoje quer as que nos têem regido nos ùltimos 20 anos, a responsabilidade é e foi dos tomarenses. Porque os escolheram e porque não conseguiram construir alternativas. Pior: mesmo após mostrarem o pouco que valiam. Por isso a situação de Tomar é dramática e podertá ser irrecuperavel.
Pedro Miguel

Anónimo disse...

Para anónimo em 22:44

Está no seu pleno direito ao acusar-me de descambar. Só é pena que não justifique a acusação. Como quase sempre acontece nas margens do Nabão (rima e é verdade...) Se fizer o favor de voltar a ler o meu post, verificará que a palavra "trabalha" apenas foi usada em relação a Luís Ferreira, justamente para significar que se vai vendo o que faz, quer se concorde ou não. Quanto à vereadora Rosário Simões, para não alargar demasiado, avanço-lhe apenas um facto e uma observação minha. O facto: é o único membro do executivo que todos os dias entre ao serviço nos paços do concelho por volta das 8,30 da manhã. Nos tempos que correm, não é nada pouco. A minha observação: Pode crer que a parte administrativa da autarquia funciona bem graças a ela, tal como as obras da Nun'Álvares Pereira foram por ela tornadas possíveis. Para que conste.

Cordialmente,

A. R.

Anónimo disse...

É uma das poucas coisas em que o ex-presidente Paiva e a dra. Rosário não podem ser tocados minimamente: a política escolar que desenvolveram durante anos. E um dos mais visíveis frutos disso mesmo foi o terem conseguido para Tomar a recuperação do edificado relacionado com o antigo colégio Nun'Álvares. Para além da recuperação de muitas escolas do concelho.

Anónimo disse...

"Os outros cinco eleitos do executivo, há mais de 15 dias que ninguém os vê pelas bandas da autarquia."

Não será lapso Dr. Rebelo?

Certamente se queria referir aos outros TRÊS que estão ao serviço da Câmara, porque os dois IpT só estão "obrigados" a participar nas reuniões, dado serem vereadores sem pelouros, nem ordenados.

Portanto, as responsabilidades a quem as tem e não as cumpre!

Anónimo disse...

Para anónimo 11:29

Obrigado pela observação, mas realmente não foi lapso. Os dois eleitos do IpT ( a que alguns maldosos chamam IPM)não têm na verdade as mesmas obrigações dos outros 5, uma vez que não estão "a tempo inteiro", nem têm pelouros distribuídos. Isso,porém, não os dispensa de "apresentar trabalho". Se não apresentam propostas alternativas, reclamações, pedidos de esclarecimentos, etc., não se percebe o que estão lá a fazer. Será só para tornar as reuniões mais demoradas,com minudências de lana caprina, à moda dos juristas?

Anónimo disse...

Guerras antigas, não é senhor Rebelo?

Anónimo disse...

Para anónimo das 15:24

Seja VExa quem for, já deveria saber que aqui em tomar a dianteira nunca alimentamos ódios. De estimação, ou outros. Por duas razões. Uma porque felizmente os não temos nem nunca tivemos. Não somos rancorosos nem vingativos.Damo-nos bem com toda a gente. Outra porque, como se costuma dizer, nunca águas passadas serviram para mover moínhos.
Aproveitando a ocasião, permita-me que lhe lembre um velho ditado de marinheiros, segundo o qual quem fala no barco é porque deve estar habituado a embarcar.

Cordialmente,

A.R.

Anónimo disse...

Toda a intervenção na Escola Nuno Alvares, bem como das outras Escolas do Concelho, fazem parte do Plano de inestimentos ou da Parque escolar ou da estratégia QREN, aprovado e desenvolvido pelo Governo do Eng.Sócrates.

Se em relação aos professores só fez trapalhadas, em relação a este investimento no Parque Escolar esta o Governo Socialista de parabéns.

E os resultados começam aí a estar para o demonstrar.
A Camara só deu sequência à estratégia socialsitas para o sector, concordando com ela, como é notório.

Anónimo disse...

Sobre o Parque Escolar em Tomar, obras de recuperação e investimentos, tudo muito bem. Acontece que o sr. Paiva não parece ter nada a ver com o assunto pois as obras são consequência de uma decisão do Governo para os aflitos construtores civis em tempo de crise. Quanto a Dª Rosário não vislumbramos alcance para tamanha influência.
Vamos ao FUNDAMENTAL:onde está a população juvenil tomarense para usar tais infra-estruturas? Quando ninguem vem para Tomar pois não há postos de trabalho e muitos tomarenses estão a ir para outras cidades...
Talvez a privatização do ex-colégio acabe por ser uma "necessidade". E traga a Tomar jovens de outros locais, prósperos e com economia em boa forma!
Pedro Miguel