quinta-feira, 3 de março de 2011

ANÁLISE DA IMPRENSA REGIONAL DESTA SEMANA


O MIRANTE desta semana vale o dinheiro que custa, quanto mais não seja pela magnífica fotografia da capa. Houve logo quem dissesse que é a sagrada família, mais o padre confessor. Pela minha parte, inclino-me mais para o fulcro do poder autárquico tomarense nos últimos 15 anos. Só é pena não estarem Corvêlo de Sousa nem um vereador do PS. Se estivessem, o senhor vigário podia até aproveitar para aconselhar a ambos a consumação do matrimónio civil, celebrado no final de 2009. Como era de esperar, o PS alega que a não consumação se deve a incapacidade do PSD, enquanto os laranjas afirmam que toda a responsabilidade cabe aos socialistas, que acusam de imaturidade e de irresponsabilidade, ao praticarem uma política de "sol na eira e chuva no nabal". (Ver mais abaixo)
No que concerne a Tomar, a outra peça importante nesta edição d'O MIRANTE é uma resenha da vida do embaixador José Manuel Arsénio, descendente de Tomarenses.


O semanário de José Gaio e companhia inclui esta semana matéria sobre as comemorações do dia da cidade,  a sessão da Assembleia Municipal, os carnavais da zona (Linhaceira e Tomar), o habitual suplemento dedicado aos tabuleiros e uma peça de J.Godinho Granada, excelente quanto à forma e magnífica quanto ao fundo, ou não fosse o seu autor um conceituado profissional do foro. Dado o seu interesse, decidimos reproduzi-la mais abaixo, chamando a atenção dos leitores para uma pequena "gralha" que aparece duas vezes. Terá escapado ao corrector ortográfico, dado que os dois tempos verbais existem e as maquinórias electrónicas "normais" por enquanto ainda não conseguem identificar contextos. Trata-se da usual confusão entre vêm, do verbo vir, e vêem, do verbo ver. Neste caso, onde no texto citado figura vêm, deve ler-se vêem. Porque ver-se, não é bem a mesma coisa que...


Duas peças a não perder no CIDADE DE TOMAR desta semana. Uma sobre o recrutamento pela autarquia de mais 23 funcionários; outra dos dirigentes locais do PSD.
Indo por partes, confesso ter ficado de boca aberta, lendo e relendo a notícia reproduzida abaixo. Como é do conhecimento geral, a época é de crise e de medidas de austeridade, sendo que o pior ainda está para vir. Com efeito, os bons resultados apresentados até agora pelo governo, mais não são que uma falácia, por  três razões principais: A - À medida que se acentuarem os efeitos da austeridade, o consumo interno irá decrescendo, provocando a inevitável redução dos montantes arrecadados a título de IVA, de IRC e de IRS; B - O previsível aumento da taxa de desemprego só poderá agravar a tendência referida em A; C - Os cortes nos salários e nas pensões, que permitiram a anunciada redução da despesa pública, provocam, como é lógico um agravamento na arrecadação de IRS, uma vez que os contribuintes não vão pagar sobre aquilo que não receberam. Por conseguinte, temos assim que, lá mais para o final do ano, pode bem dar-se o caso de o governo ser constrangido a reduzir as transferências para as autarquias, por falta de liquidez. Fala-se até, a nível europeu, que tal poderá ocorrer já a partir de Maio.
A estas ameaças, há que acrescentar uma outra a nível local. Devido ao exagerado custo de vida tomarense, provocado por taxas, preços e tarifas nitidamente superiores às dos dos municípios vizinhos, a população residente vai-se reduzindo pouco a pouco. Este movimento migratório só poderia ser invertido caso a autarquia tivesse a coragem de reduzir os seus exageros, possíveis unicamente por actuar em regime de monopólio. Em vez disso, resolveu uma vez mais aumentar o número de funcionários municipais, recrutando mais uma carrada deles (Ver notícia abaixo)
Admitindo que os assistentes operacionais possam incluir os tais operadores de máquinas, que irão tornar possíveis as cedências atempadas às juntas de freguesia, fica ainda assim por explicar a contratação de mais quatro técnicos superiores, para áreas tão essenciais como o desporto, as obras municipais, os recursos humanos ou a gestão do território. Numa altura em que as populações até já têm de assegurar à sua custa os transportes dos médicos do SNS, só vejo uma explicação para esta aparente riqueza do município: ou já acertaram, ou pensam vir a acertar no Euromilhões!
Naturalmente que tudo isto foi escrito apenas para memória futura. Com o devido respeito pela transitória maioria do executivo, composta por cidadãos educados, honestos, boas pessoas e de excelente companhia, a nível político, a experiência tem demonstrado que falar com eles ou com as paredes, dá resultados semelhantes.  Por isso estamos cada vez melhor.

Sobre o comunicado da Comissão Política do PSD/Tomar, publicado na página 18 de CIDADE DE TOMAR, há dois excertos a destacar. Ei-los: "Analisando a acção e desempenho da coligação, ressalta a ausência de espírito de grupo e a falta de coordenação e de interacção, num sistema avulso, onde a postura e maior preocupação...do PS, são os efeitos e resultados para as próximas eleições autárquicas, num sistema de irresponsabilidade e imaturidade, onde os conceitos e princípios, tantas vezes apregoados, não passam de miragens e situações descartáveis." Numa frase simples: Os culpados são os do PS, que por acaso  sustentam exactamente o mesmo em relação ao PSD.
Mais sibilina é a parte final do mesmo documento: "...mesmo que para isso exista a necessidade de corrigir, parar ou suspender alguns projectos ou opções políticas, anteriormente previstas e assumidas." 
Perante isto, se as minhas iniciais fossem CMOC, ficaria bastante preocupado quanto ao médio prazo...



A concluir, uma referência especial para esta infografia da revista VISÃO, na sua edição de hoje. Nela é possível comparar as remunerações em Portugal e nos restantes países da União Europeia. Para os que ainda pensam, erradamente, que da nossa fronteira para lá é tudo uma maravilha por essa Europa fora. Na realidade, o situação é bem mais complexa. Em Portugal as remunerações até nem são assim tão michas. O problema é que o nosso custo de vida é demasiado gravoso para os salários auferidos. A título de exemplo, os produtos alimentares são mais caros do que em Espanha, enquanto os combustíveis têm o mesmo preço da França, sendo a electricidade mais cara do que em Itália.
Assim como a taxa de resíduos sólidos de Tomar é o dobro da do Entroncamento. Provavelmente porque por estas bandas fazemos muito mais lixo, digo eu... 

1 comentário:

Anónimo disse...

Este prémio dado ao sr. Miguel Relvas é uma grande anedota.
Primeiro porque não foi ele, mas o Ministro Isaltino de Morais que avançou com a divisão da Região de Lisboa e Vale do Tejo para efeitos de acesso aos fundos comunitários.
Segundo porque esta decisão foi efectuada tendo por base trabalho do Ministério do Planeamento e desenvolvimentos efectuados pela CCDR de Lisboa e Vale do Tejo dirigida pelo António Fonseca Fereira ainda no tempo do Governo de António Guterres.

Querer passar uma esponja pelo trabalho de muitos, assumindo-se como o "pai desta ideia" é sinal de carácter, ou de falta dele.