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Eventualmente muito útil a primeira página d'O TEMPLÁRIO desta semana. Fazendo manchete com o título de um relato na primeira pessoa, que conta como conseguiu abandonar a Líbia, o semanário dirigido por José Gaio fornece aos tomarenses (a alguns, pelo menos) matéria para estudar com afinco. É que pelo rumo que as coisas levam aqui pelas nabantinas margens, um dia destes o melhor será um cidadão descrever a um jornal nacional de referência "Como e porque motivos fugi de Tomar". De certeza que não devido a violência física. Mas já quanto à violência económica... De qualquer maneira, ficam os leitores prevenidos: Pela estrada do Convento é melhor nem tentar, que o acesso é difícil. Ou então só se for a pé. Na página dois, um triste e emblemático título: "E a miséria continua..." Trata-se, claro está, daquela execrável vergonha do Largo de S. Gregório e do "Hotel Retrete". Até o padre Mário, vigário de Tomar, já confessou que se sente envergonhado com tanta miséria e tanto desdém pelos necessitados. O que será preciso fazer, para se conseguir uma solução digna? Na página 7, a tomarense Iria Caetano, que acaba de se aposentar, fala do seu desempenho enquanto directora do Convento de Cristo. A dado passo, como não podia deixar de ser, que os tomarenses são regra geral obstinados, referiu a limpeza da Janela do Capítulo "que tem de ser feita para estancar a continuação da colónia de fungos". Vejam lá e vejam bem! Quase quinhentos anos após ter sido esculpida, acabaram por concluir que alberga uma colónia de fungos. E nem sequer lhes passará pela cabeça estarmos perante uma situação absolutamente normal, dado que a janela, em relevo natural, sempre esteve e está exposta às intempéries. Por conseguinte, se alguma vez ousarem cometer o crime de lesa-património da humanidade, procedendo à sua inútil limpeza, no mínimo alguns anos depois estará exactamente na mesma, uma vez que as mesmas causas, mas mesmas condições... E não adianta vir com balelas tipo tratamento anti-isto e mais anti-aquilo. A maioria das intervençõs já feitas por esse país fora não abonam nada os seus mentores e autores. Basta pensar no portal da Atalaia ou na Capela da Conceição. Tenho a impressão que seria bem mais útil proceder à "limpeza" do tipo de gestão do monumento, tanto no que se refere à super como às infraestruturas de acolhimento de visitantes. Também a merecerem relevo, uma excelente alegação sobre o projecto para os Pegões, assinada por Pedro Ferreira, bem como uma outra sobre a eventual adesão de Tomar à Associação de Municípios liderada por Leiria, da autoria do ex-vereador PSD Ivo Santos. E esta referência sibilina, na página 45, legendando uma foto de Carlos Carrão, empunhando a corneta para dar a partida às "Três léguas do Nabão": "Consta que, dentro de poucos meses, na Câmara a corneta também vai ser dele..." Não querem lá ver o malandreco do Zé Gaio! Já não se pode confiar em ninguém! |
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As notícias sobre Tomar difundidas n'O MIRANTE nem sempre são das mais actuais, uma vez que, redigido e paginado alhures, as suas prioridades são outras. Um acaso faz com que esta semana a manchete, sobre os comerciantes de Torres Novas, também nos diga respeito. Sabe-se, com efeito, que em anos anteriores empresas sediadas em Tomar se mudaram para Abrantes e para Torres Novas, atraídas por taxas, preços e práticas mais confortáveis, digamos assim. Vai-se a ver, parece ter-se acabado a bonança nas margens do Almonda. As autarquias têm o péssimo hábito de gastar sempre mais e mais, o que acaba por não perdoar. Alguém tem de pagar. A bem ou a mal. Milagres, por assim dizer, já nem em Fátima, quanto mais agora em municípios já com séculos antes das aparições. Outro tema tomarense noticiado n'O MIRANTE é o dos moradores da Rua Professor Andrade, vítimas da notória falta de maneiras dos alunos da Jácome Ratton. Queixam-se de que com a entrada mudada para onde está agora, a sua vida outrora tranquila se transformou num pequeno inferno. Acrescentam que nunca ninguém julgou oportuno ouvir os moradores antes de resolver mudar a primitiva entrada. No Mirante cor-de-rosa, uma "notícia" cujo título já indica o estilo: "Kadafi instalou-se no parque de campismo da Golegã e já usa chapéu à criador de cavalos". Emprestado pelo presidente da autarquia, esclarece o redactor, que conclui assim: "Um repórter de O MIRANTE Cor-de-rosa conseguiu ver o ex-líder líbio a testar os seus dotes de pescador, nas alvercas da vila, e relata que o homem tem jeito. "Pescou três fataças e um achigã só com uma granada de mão". Na última página, a foto de João Vital com o cartaz da Festa dos Tabuleiros e o autor da respectiva fotografia. |
O abandono a que têm sido votadas as vítimas do tornado residentes no Carrascal, merece a manchete de CIDADE DE TOMAR, que publica também uma completa reportagem fotográfica sobre os cortejos carnavalescos. Sobre este assunto, foi-me dito que o corso tomarense era fraquito, não só devido ao magro subsídio da autarquia, mas também e sobretudo porque os organizadores não podiam criticar abertamente os autarcas, para evitar a perda do subsídio para o próximo ano. Em suma, a mesma prática que já vem sendo usada com alguns periódicos: "Ovelha que berra, é bocado que perde". Está mal!
Em Tomar a dianteira não me queixo de semelhante coisa, mas lamento que as informações solicitadas nos termos da lei, acabem por ter de ser arrancadas a ferros. Até parece que o município é alguma coutada privada... Ou será mesmo?
Na página 12, Ricardo Lopes assina uma curiosa catilinária, intitulada "PS Tomar vs Santana Lopes". Nela o autor ataca forte e feio os socialistas locais, no que concerne ao seu comportamento em relação à coligação. Afirma que uma de duas -ou colaboram lealmente, ou descolam dos lugares e das benesses. Demonstra assim (quiçá involuntariamente) que os dirigentes locais do PSD não conseguem convencer os seus autarcas a romper a coligação, coisa que os socialistas já há muito tinham percebido. E agora? Vão outra vez brincar à roda bota fora?
A última página é sobre "O projecto "Máquina do Tempo", que premiou jovens alunos. Na reportagem, Manuel Subtil refere que a 2ª edição do Festival de estátuas vivas terá lugar em Setembro, com grupos em vez de monumentos individuais e numa área mais alargada. Se os autarcas ainda forem os mesmos e houver verbas disponíveis, acrescento eu. Mas deve haver, que a autarquia continua a agir como se fosse rica. É o que nos vale.
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