terça-feira, 15 de março de 2011

DA IMPRENSA INTERNACIONAL DE REFERÊNCIA

Martin Wolf, o editorialista económico do Financial Times e um dos principais gurus dos mercados, lá acabou por ser convencer. A sua análise mais recente tem por título  "A zona euro vai sobreviver". Caso para exclamar "Até que enfim!" Contudo, o ilustre analista anglo-saxão parece estar naquela de "vencido mas não convencido". À cautela vai escrevendo  que "Imaginando que a taxa de juro seja de apenas mais 1% em relação à taxa de crescimento do PIB nominal bruto. A redução do défice orçamental  primário estrutural entre 2009 e 2020 terá de ser entre 16% e 18% na Grécia, 14% e 16% na Irlanda, 10% e 12% em Espanha e 8% e 10% em Portugal.
... ...Trata-se de desafios tão gigantescos que tenho dificuldade em acreditar que se consiga evitar em todos os casos uma reestruturação da dívida. ... ...Convém no entanto ter presente que a Grécia, a Irlanda e Portugal representam apenas 6% do PIB da Zona Euro." (Le Monde, 15/03/11, página 2 - Economia).

"O ARRANCAMENTO"

"O que é que acontece quando tudo avança à nossa volta e nos esforçamos para continuar imóveis? Acabamos por ser arrancados, desarticulados, arrastados pela corrente, espalhados em destroços flutuantes.
É o que nos ameaça actualmente. À nossa volta, o mundo muda cada vez mais depressa. Juventudes libertam-se do medo. Continentes avançam a passos de gigante em direcção a riquezas inesperadas. E estamos cada vez mais imóveis. Cada vez mais enterrados nas nossas certezas. Cada vez mais convencidos de que o mundo inteiro tem os olhos virados para nós, como modelo ideal do futuro. Cada vez mais centrados nas nossas minúsculas querelas e nos nossos ridículos escândalos. Cada vez mais persuadidos de que a nossa história mais gloriosa já passou, pelo que apenas nos resta conservar o nosso modo de vida actual.
Resultado de tudo isto: interpretamos tudo através do nosso umbigo. Julgamos que as revoluções mediterrâneas mostram a vontade dos povos para imitar as sociedades ocidentais, quando afinal indicam, pelo contrário, que estão agora a começar uma caminhada em direcção a um mundo em mudança permanente, do qual nos excluímos pelo nosso imobilismo congénito. Da mesma forma, tomamos o nosso modelo de governação como o ideal ao qual todos os outros devem aspirar, e interpretamos a  crise da Europa como a tradução da vontade dos outros países europeus de atingirem o nosso nível de vida e da sua incapacidade para replicar as nossas instituições. De forma mais geral, tomamos todos os movimentos populares por esse mundo fora como manifestações da vontade dos outros no sentido de nos copiarem. Quando afinal, nada está mais afastado dos desígnios de um habitante dos países emergentes, da África, da Ásia ou da América Latina, do que o conforto rançoso e auto-satisfeito no qual banham deliciados os dirigentes europeus. Muitas outras grandes potências antes de nós morreram vitimas da mesma cegueira e por se terem esquecido que a apologia do statu quo é afinal o princípio do fim.
Houve esperança de que as últimas eleições fossem uma ocasião para nos inserirmos no movimento. Mas não. Ficaram os mesmos, para gerir à moda antiga problemas de uma amplitude inédita. E explicam-nos que o único risco que corremos é o de uma invasão de povos ignorantes e invejosos do nosso conforto. O que não nos conduz a lado algum, a não ser a tensões crescentes entre o mundo e nós. Quanto ao nosso modelo social, que protege as fortunas herdadas, em detrimento das riquezas criadas, vai agravar brutalmente a situação dos mais pobres.
Por todas estas razões, estamos na véspera de um arrancamento político, histórico, económico e social. Temos de compreender quanto antes que  mundo vai continuar a mudar cada vez mais depressa. Que não somos os detentores de uma herança eterna, que nos teria sido concedida pelos nossos méritos ou pelas virtudes do Espírito Santo. Que a nossa capacidade de movimento é muito mais importante do que as nossas raízes. Que não estamos destinados a ser uma eterna grande potência, nem a atrair durante muito mais tempo as elites mundiais.
Urge olhar para o horizonte e não para a árvore na margem, à qual ainda vamos poder agarrar-nos durante um breve instante."

Jacques Attali, L'EXPRESS, 02/03/11

Esta análise de Jacques Attali, economista, prospectivista, conselheiro dos presidentes Mitterrand e Sarkozy, refere-se naturalmente à França. No entanto, na minha opinião, assenta que nem uma luva aos conformistas acomodados que são em geral os portugueses, sobretudo os tomarenses. Por isso julguei útil traduzi-la. Se para mais não servir, poderá vir a ser um dia um excelente testemunho de que em 2010, antes da derrocada final da antiga capital templária, houve pelo menos um cidadão que se preocupou com o problema.

1 comentário:

Anónimo disse...

Consta por aí que os IpT estão numa crise profunda de identidade.

Já começou a luto pela sucessão do pedro marques.

As traições internas já fazem vítimas, e ainda a procissão vai no adro.

Os IpT pediram uma funcionária à câmara para os secretariar, ou seja, para fazer os serviços administrativos a que não têm direito.

O que o jonecas simões queria era uma rapariga para o secretariar.

O pedro marques é o ilusionista do circo. Vai prometendo tudo a todos, e, ao mesmo tempo, vai utilizando uma técnica muito antiga que é a de dividir para reinar.

à Graça promete isto...

Ao simões promete aquilo...

Ao neto promete aqueloutro...

Ao vasconcelos promete isto e aquilo...

Enfim, é um artista de circo.

Quando há problemas nunca é nada com ele...

Quando alguém lhe coloca algo incómodo, não se inibe logo de atribuir as culpas a outro, ou, se lhe for mais conveniente, diz que não é o momento para falar do assunto...

É um artista do circo este pedro marques...

Já está no conhecimento da praça a história da transferência da Graça Costa do PSD para os IpT. Afinal a verdade é como o azeite "vem sempre ao de cima".

Afinal a Graça Costa comprometeu~se com os IpT antes de largar o PSD...

Afinal O pedro marques afirmou a alguém importante do PSD/Lisboa que a militante do PSD/Tomar ia publicar uma carta que ajudaria a destronar o Relvas...

Se querem saber mais, contactem as pessoas certas do PSD local, ou, os financiadores do IpT que são quem de facto tem o poder real sobre o pedrito dos leitões...

Quanto aos outros elementos do IpT, não se iludam, não contam rigorosamente para nada...

Quando o pedrito for presidente da câmara (coisa que não será nesta vida) os seguros da autarquia vão passar todos para uma nova companhia, por outras palavaras: vão passar para uma companhia que é representada por uma agência de um amigo do pedrito...

A verdade