domingo, 6 de março de 2011

À MESA DO CAFÉ COM JOSÉ DELGADO - 9

Foto Rádio Hertz

Tem boa presença, cautela, sangue frio e excelente trato social, o presidente da Comissão Política do PSD/Tomar, José Delgado. Durante a conversa mantida no âmbito do programa "À mesa do café", uma iniciativa conjunta Rádio Hertz/Tomar a Dianteira, á na 9ª edição, esteve sempre a jogar à defesa, mas no final da emissão mostrou ter consciência disso, ao comentar em "off" que esperava ter correspondido ao que dele se esperava.
A sua postura entende-se perfeitamente, se tivermos em conta a envolvência política em que é constrangido a mover-se. Por um lado, não controla nem tem na prática qualquer influência determinante sobre os eleitos PSD na autarquia, ou sobre a realidade política, social e laboral, tanto aqui como a nível nacional. Por outro lado, tão pouco consegue modificar o que quer que seja no relacionamento com os parceiros de coligação ou sobre a manifesta vacuidade do convénio interpartidário em vigor, que não negociou nem assinou e com o qual não concorda, conforme referiu.
A agravar tudo isto, uma outra e problemática incógnita se perfila a médio prazo. As próximas eleições internas no PSD, previstas para dentro de 11 meses. A manter-se a presente situação, com Miguel Relvas a jogar noutro escalão, agindo por isso a partir de uma outra plataforma, a equipa Delgado ainda terá algumas hipóteses de conquistar novo mandato, conquanto fortemente assediada pela tendência Carlos Carrão & Cª. Porém, no caso de PP Coelho e Miguel Relvas terem entretanto deixado passar a sua "janela de tiro", tornando menos evidente a agora óbvia ascensão ao poder, o grupo Delgado já está praticamente vencido. Com efeito, será no próximo mandato da Comissão Política do PSD que terão lugar as autárquicas de 2013, com legislativas antecipadas ou não. O que significa que incumbirá ao próximo presidente da CPC e à sua equipa preparar as listas de candidatos. Nestas condições, se ainda arredado do poder a nível nacional e sem grandes hipóteses de o vir a alcançar, Miguel Relvas será levado a regressar à sua tradicional base política, enquanto plataforma para futuros lançamentos.
Durante a conversa, tive a sensação de que o agora líder local dos laranjas já intuiu, pelo menos de modo parcial, os contextos que acabo de enunciar. Daí a sua posição de retranca sistemática. Procurando não melindrar ninguém.  Em certa medida, o exacto oposto do seu homólogo do PS, Hugo Cristóvão, que apesar de ter subscrito o convénio rosa-laranja, (ao contrário de Delgado, que nele não foi visto nem achado), agora ataca os parceiros sem dó nem piedade sempre que para isso tem uma oportunidade, embora também -diga-se para honrar a verdade- sem qualquer consequência prática até ao presente. Tanto um como outro discordam portanto do dito acordo coligativo, mas por razões diferentes. 
Enquanto Cristóvão e os socialistas acusam os parceiros PSD de recusarem reunir-se para debater e acertar posições, como está implícito no documento assinado, Delgado acusa os socialistas de falta de lealdade e de terem um comportamento tipo "sol na eira e chuva no nabal". Dizem e fazem o que entendem, não poupam a actual maioria relativa, votam contra decisões fundamentais, mas não renunciam às mordomias conseguidas graças ao convénio, nem denunciam o pacto. Aquilo que se costuma designar em política por linha "janística" -duas situações = duas caras.
Sendo previsível que a situação tenderá a agravar-se singularmente, sobretudo a nível local, vai tornar-se cada vez mais evidente e premente a necessidade de encontrar soluções susceptíveis de nos recolocar na senda do progresso económico e social, ou no mínimo no rumo da recuperação. No meu entendimento, José Delgado não deu mostras de que a sua equipa tenha ou possa vir a ter qualquer projecto abrangente e adequado para começar a resolver o drama tomarense. E o mesmo acontece com PS e  IpT É pena, mas é assim. Vamos portanto continuar a ter na autarquia, para já até 2013, uma provisória maioria e uma oposição sem planos nem estratégia, usando e abusando da velha táctica do "pontapé para a frente", como aconteceu no recente e estranho caso da PARQT, ou como vai sucedendo com as obras faraónicas e com a gestão corrente. De cada vez que julgam resolver um sarilho despachando para a frente, acabam por arranjar outros sarilhos ainda mais complexos. Resta saber até quando vão os tomarenses aguentar em silêncio semelhante prática política gangrenosa.

11 comentários:

Anónimo disse...

Professor António Rebelo, três questões que lhe escaparam.

1-quando levantou a questão do ParqueT, o Eng. Delgado recomendou que falasse com o Eng.Paiva ou com o Dr. Corvelo, o que é muito significativo, porque a responsabilidade é deles.

2-o Eng. Delgado deu-lhe claramente a entender que autarcas eleitos não deverão chegar ao fim do mandato. Devia referir-se ao Dr. Corvelo e à ascenção de Carlos Carrão. Uma oportunidade para o ter questionado, que perdeu.

3-Por que é que fundadores do PPD/PSD, como Tó Carvalho foram assitir à entrevista ? Porque é que o Dr. Sérgio Martins, juntamente com os referidos anteriormente, assitiu à entrevista, sentados na mesa ao lado, como demonstra a fotografia ?
Por que é que o Eng. Delgado e o Dr. Sérgio Martins se cumprimentaram tão cordialmente, e, à saída o Dr. Sérgio se depediu dele com significado ?

Um social-democrata.

Anónimo disse...

Os ex-militantes do PSD que saíram por causa da política do Miguel Relvas & Cª, já deviam ter sido convidados a regressar ao partido.
Que o Dr. Sérgio Martins ajudasse o PSD e tomasse conta da Câmra de Tomar é o desejo de muita gente, em especial dos empresários.
E se nas próximas eleições autárquicas o PS, os IPT, a CDU e o BE fizerem uma aliança, como na moção de censura ?
Um militante do PSD

Anónimo disse...

Anda tudo maluco da cabeça. Haveria de ser bonito uma coligação com o propósito apenas de somar votos e sem qualquer programa coerente que a sustente. Bloco+PS+IpT+CDU? já vi brincadeiras piores. Haverá por aí quem ande a deitar o barro à parede a ver se cola? Tenham juízo. Há gente que por um "bocadinho" de poder (ou a mão nos negócios que a autarquia tem permitido) até trai a mão se for preciso.

Anónimo disse...

O Dr. Sérgio Martins tem muitas qualidades, mas tem um inconveniente: o tempo não pára, e o seu tempo já passou. É pena que não tenhamos sabido colher a sua experiência enquanto foi tempo.

Se o PSD nacional procura renovar com uma nova geração de políticos e técnicos porque não o PSD de Tomar?

Não queremos ser ultrapassados pela História.

Venham outros.

Anónimo disse...

Os programas que sustentam as candiaturas elaboram-se. Até às próximas autárquicas tudo é possível. Relembre-se que o PS de Jorge Sampaio fez uma candidatura com o PCP para a Câmara de Lisboa, ganhou-a e chegou a Presidente da República.
O Bagão Félix do CDS propôs, há dias, uma aliança CDS/PSD/PCP.
Por que é que em Tomar não pode haver uma aliança PS/CDU/BE/IPT ?
Esta aliança seria a declaração de independência do BE de Tomar, que é controlado pelo PSD.
Desde Relvas que o PSD em Tomar anda a dormir de propósito. O objectivo é ficarem no partido apenas os membros da Comissão Política e os seus familiares para o transformarem num clube.

Anónimo disse...

Onde estão os políticos e os técnicos do PSD em Tomar ?
Por que é que economistas do PS de Tomar têm pedido ajuda ao Dr. Sérgio Martins na análise à situação no concelho ?
Onde é que está renovação do PSD a nível nacional ? Os "jovens" não tiveram de ir buscar o "velho" Professor Eduardo Catroga para negociar com o Governo e elaborar o programa do PSD ?
O PSD não apoiou o "velho" Professor Cavaco Silva?
O Dr. Sérgio Martins, mais novo que aqueles dois, não é militante do PSD ? Onde é que o PSD aproveita as capaciades dos seus militantes ?
Como lembrou o Eng. José Delgado à Mesa do Café, a Câmara de Tomar devia ser governada por um programa eleitoral mas é governada por dois, resultado de uma aliança absurda.
Tomar ao fundo.

Anónimo disse...

Convém não meter a cabeça na areia, até para não nos enganarmos a nós próprios. Que é o que anda a fazer a rapaziada do PSD.
O PSD é o verdadeiro responsável pela situação em Tomar se encontra actualmente. O resto são conversas.
Por onde andaram os membros do PSD local enquanto o Relvas e o Paiva desbaratavam o orgulho tomarense? Sim, por onde andavam?
Com foi possível que não se ouvisse uma só voz contra o candidato Corvelo que foi e é uma verdadeira desgraça para Tomar. É preciso dizer isto ao país para que as pessoas saibam e reflictam sobre a incompetência do Relvas, o verdadeiro responsável pela situação em que nos encontramos.
Claro que o PS e o Pedro Marques não são inocentes na situação em que vivemos, também têm a sua quota parte de culpa.
Mas não vale a pena chorar sobre sangue derramado. É preciso encontrar uma alternativa credível e evitar os sedentos de poder do costume que não auguram nada de bom.
Até lá, vamos agonizando com a mediocridade do Corvelo, a incompetência relativa da Rosário, a incompetência do Carrão, e a incompetência de toda a Oposição, que nem oposição sabe ser. Deus nos livre de tal gente.

Anónimo disse...

Foi interessante e até inovadora, a entrevista com José Delgado, pois este assumiu uma postura diferente dos habituais e disse sem qualquer problema, aquilo que poucos ousam fazer, criticou os de dentro e os de fora e mostrou uma postura de saber e saber fazer, com a preocupação de criar um verdadeiro rumo para Tomar, com base na sábia missão, de saber ouvir, juntar e criar um sistema interctivo a bem de Tomar.

Percebeu-se que vai substituir os do costume e dar oportunidade aos jovens, num sistema de cruzamento da experiência dos mais cotas, com a irreverência e vitalidade própria dos jovens.

Mostrou-se cauteloso e hábil nas respostas, pois o segredo é a alma do negócio.

Vamos aguardar se vai ou não corrigir as situações criadas pelos que o antecederam, limpar o que é possivel e trabalhar com os que ficam e merecem ficar.

Espera-se que assim seja. Um militante do PSD, antes afastado e agora presente, porque acredita na mudança e no novo estilo de José Delgado e da sua equipa.

Pelo menos percebe-se que está a trabalhar, sem ter como fundo os lugares a distribuir.

Anónimo disse...

Parabéns Antonio Rebelo e José Delgado, de facto tivemos dois homens afáveis, educados, directos e objectivos, claro com responsabilidades bem diferentes.

António Rebelo foi directo, objectivo e duro na escolha das questões, mas em simultâneo simpático e cordato com José Delgado durante a entrevista.

No seu comentário, acho que desvalorizou e substimou, o que mais importante foi dito, em discurso directo, por José Delgado, como a não concordância com a postura de Corvelo e do executivo da Câmara, onde manifesta uma forma de estar diferente e com objectivos claro de mudar, ficando claro a postura de diálogo e de agregação do que poderá ser positivo, mesmo vindo de outras paragens.

É verdade, não disse que vai acabar com a coligação e substituir o presidente, mas ninguém esperaria que o dissesse nesta entrevista, senão seria ingénuo e imprudente, coisa que certamente não é, nem será, pois por trás deste perfil sereno e simpático, reina muita experiência e vontade de mudar, a situação actual.

Quanto a Miguel Relvas, tem pouco tempo nesta fase para Tomar, mas é verdade que nesta fase e nas próximas andanças, acredita e aposta em José Delgado, com quem tem nesta fase bom relacionamento e relação de confiança.

Carlso Carrão, sabe-se que está em perfeita sintonia com José Delgado, pois o futuro está a ser planeado pelos dois e certamente estarão juntos na próxima lista para a Comissão Politica, o que quer dizer, que Vicente, Gil e Sandra Mata, poucas ou nenhumas hipóteses terão, nos próximos anos em Tomar.Ligados ao passado e na postura de cabeça enterrada na areia.

António Paiva, o senhor que se segue, relançado pela distrital do PSD, mas abatido para Tomar, passou e agora, lida com tudo com absoluta ligeireza,como se nada fosse com ele, mesmo os grandes desastres, deixados a Corvelo, que não tem capacidade para os resolver.

É com isto, com mais do mesmo, que José delgado, não alinha nem concorda, pois está numa missão de querer o melhor para Tomar e para isso usa a frontalidade e a manha de contornar na hora certa, sem substimar os adversários e atacar na hora certa, limpando de acordo com as necessidades de Tomar.

Conheço o Homem e sei o que tem feito e já fez em situações de extrema complexidade, onde com o poder da decisão, com a capacidade de trabalho e de envolver tudo e todos, chega lá, no poder de saber extrair o melhor de cada um.

Sei também, pois gravito na área, apesar de não ser militante do PSD, que tem o partido bem agarrado e tem o apoio dos Presidentes de Junta e restantes eleitos, à excepção dos já referenciados.

Perante estas realidades, com o devido respeito, penso que o António Rebelo, desvalorizou o homem.

Olhe para os últimos anos e veja a diferença, esteve na ultima comissão politica como tesoureiro e bateu com a porta, mas foi diferente de muitos, não saiu do Partido e na primeira oportunidade foi a jogo e ganhou, contra os todos poderosos, com quem, com os Jovens e as Freguesias.

Não deixo de lhe tirar o chapéu e ao seu entrevistado, para si pela forma como conduziu a entrevista, com inteligência e saber estar e a ele porque não vacilou em qualquer momento, apesar das perguntas bem dificeis.

Tomar precisa de Homens assim.

Espero que não desiludam.

Alfredo Martins Guedes - Entroncamento disse...

CORVÊLO DE SOUSA E A CÂMARA DE TOMAR

(DORMINDO COM O INIMIGO!)

Uma sociedade deve sempre regular-se pelo princípio da solidariedade entre os respectivos parceiros de negócio. Caso contrário, tenderá obviamente a afundar-se, acabando mesmo na inexorável dissolução. Por isso, não bastam as necessárias assinaturas da “praxe” para lhes dar vida longa e sã. É necessário que nesse tipo de consórcios impere o respeito mútuo e a imprescindível boa-fé empresarial! Só desta forma se expenderá dentro e fora das respectivas fronteiras, gera mais-valias e desliza como um barco de vento-em-popa!
Manter em pé uma sociedade que se pretende dinâmica e lucrativa, obriga a um esforço conjunto e a um constante e sério diálogo concertado entre as partes societárias.
Se em termos de sociedades comerciais ou industriais o não cumprimento destas normas apenas afecta um restrito número de pessoas, já as sociedades políticas (as chamadas coligações) podem prejudicar o porvir e as esperanças da população de todo um concelho ou mesmo de um país!
A história está cheia de traições! O concelho de Tomar vive actualmente um momento político altamente delicado, devido à fragilidade do “consórcio” (leia-se coligação) que o dirige. Mesmo a olho nu se vê que uma das partes está nele de má-fé! E após este inesperado “ralhete” traduzido numa moção de censura igualmente aprovada pelos dois vereadores socialistas, começa agora Corvêlo de Sousa por reclamar nos jornais, dizendo: “Não faz sentido (o PS) ser poder e oposição ao mesmo tempo”! Mas este gentil autarca pouco ou nada faz, a fim de se ver livre deste suplício, pois vai aceitando viver nesta paz podre!
É certo que a actual coligação foi combinada ainda no tempo da anterior liderança concelhia do PSD. Será que o actual líder social-democrata tomarense José Delgado concorda com a bagunça que se está passando? Enquanto o líder da concelhia socialista e Luís Ferreira, seu “super-educado” vereador falam e escrevem nos blogs e nos jornais pelos cotovelos, arrogando-se de grandes vitoriosos nas acções agora encetadas pelo executivo municipal, José Delgado mantém-se quedo e mudo, limitando-se apenas a deixar correr o marfim!...
Os mais entendidos com os assuntos ligados à História sabem que o rei Leear (Dinamarca) foi traído pela própria filha, e que César foi também apunhalado pelas costas pelo seu filho Brutus! Embora não com a mesma bárbara crueldade das anteriores personalidades, Corvêlo de Sousa foi também agora vítima de uma cilada dos dois vereadores do PS!
Todos sabemos que o PSD fez um péssimo negócio ao consorcia-se com as gentes socialistas de Tomar! Não teria sido preferível aliarem-se antes aos Independentes, cujo peso autárquico era idêntico ao dos socialistas? Apesar da sua já longa experiência como número dois do anterior presidente António Paiva, curioso é verificar como Corvêlo de Sousa também se deixou enganar pelo famoso “Cavalo-de-Tróia”, então ardilosamente introduzido no seu executivo camarário pelos apaniguados do partido da rosa!
Não estou a ver Corvêlo de Sousa com tamanha apetência, mas será que também ele se deixou seduzir por aquela máxima então proclamada por D. Filipa de Lencastre? Segundo afirmam os compêndios históricos, esta brava rainha, esposa do rei D. José I, Senhora que ficou conhecida por ser a geradora dos filhos da “Ínclita Geração”, teria dito o mais ou menos o seguinte: “Vale mais ser rainha por um dia, do que princesa a vida inteira”!
Se foi neste linha de pensamento que seguiu o actual presidente da edilidade tomarense, penso que optou pelo caminho errado. Agora que se contente em “dormir” com o inimigo!

Alfredo Martins Guedes - Entroncamento disse...

É lamentável que neste Blog só se apresente gente anónima a escrever. Senhores do PSD, mostrem que têm coragem! Mesmo aquele rei que surgia embuçado para ouvir cantar o fado, acabou por dar a cara!!!

Boa noite