sábado, 19 de março de 2011

INCOERÊNCIAS, MENTIRAS, DESCRÉDITO E ANGELISMO

Enquanto a nível nacional há fortes indícios de virmos a ter mudança de governo até ao Verão, muito provavelmente após eleições intercalares, em Tomar o futuro político é por enquanto uma incógnita. Detalhando a situação, o PSD que se apresentou ao eleitorado e venceu com o slogan "No rumo certo", afinal nem rumo chegou a ter, quanto mais agora certo. Vai sendo arrastado pelas circunstâncias, entre as quais o estranho comportamento da oposição.
O PS, por sua vez, alardeou a "Geração Tomar" e garantiu que tinha um programa à altura das circunstâncias. Vai-se a ver, na primeira oportunidade a dita geração passou-se para o inimigo com armas e bagagens, mas também com reservas mentais, como se tem vindo a constatar.
"Gente que resolve", os IpT parecem ter resolvido, antes de mais, esperar para ver. É pelo menos o que se deduz de todo o comportamento até agora, bem como do muito específico modo de agir aquando do caso ParqT.
Acantonados na Assembleia Municipal, CDU, BE e CDS têm-se mostrado inócuos, salvo no que concerne aos bloquistas. Estes, entusiasmados com uma moção de censura que passou graças ao voto de qualidade do presidente Miguel Relvas, o que indica ter constituído na realidade uma boleia dada ao PSD, resolveram repetir a dose na mais recente sessão daquele órgão. Desta vez, porém, a censura aprovada não teve até agora, nem parece vir a ter, qualquer resultado prático. Decepcionados, os dirigentes locais do BE convocaram uma conferência de imprensa, durante a qual afirmaram ter esperado que a relativa maioria se demitisse. Revelaram assim uma ingenuidade e angelismo que não se lhes conhecia. Acontece...
Temos, por conseguinte, uma peculiar situação local, que podemos apodar de "nó cego": A - O PSD não sabe que mais fazer, esgotado que está o ciclo das obras, salvo em relação ao Flecheiro, mas aí é necessário realojar previamente os ciganos e ninguém está a ver onde. Mais grave ainda, nem Corvêlo nem Carrão nem Rosário fazem a menor ideia de como conseguir os indispensáveis 10 milhões de euros, para pagar à ParqT e aos empreiteiros da Estrada de Coimbra, da Levada e do Convento. Empréstimo bancário, não é? Se houver autorização prévia da tutela para ultrapassar o actual limite de 2,5 milhões de euros; se a Assembleia aprovar; se a banca emprestar, tendo em conta a conhecida penúria de liquidez. Se!  B - O PS prossegue no seu número circense de acrobacia, em duplo arame paralelo e sem rede. Um desempenho complicado, que consiste em ser simultaneamente poder e oposição, consoante as conveniências. Acontece todavia que se aproxima a passos largos a chamada hora da verdade -a aprovação ou rejeição da alteração orçamental e do inadiável, porém eventual e muito problemático empréstimo de 10 milhões, antes referido, seguida lá mais para o fim do ano da votação, igualmente muito condicional, do orçamento e plano para 2012. São três ocasiões de "cuco ou mocho" ou abstenção, como no caso ParqT, o que equivale a conivência = co-responsabilidade. Está tudo dito. C - Os IpT, que já revelaram à saciedade a ausência de qualquer projecto alternativo, saíram muito feridos de asa do caso ParqT. Se antes já inspiravam algumas dúvidas em diversos sectores do eleitorado, a partir de então o descrédito tem vindo crescer. De tal forma que é recorrente a pergunta assassina "No fim de contas, estão lá a fazer o quê?" 
D - Dado que sem a dupla PS/IpT, a restante oposição aparcada na Assembleia, pouco ou nada pode fazer, resta aos tomarenses uma última hipótese -a indignação do eleitorado. Infelizmente, os cidadãos continuam agarrados à velha tradição local de esperar para ver, quiçá convencidos de que alguém encontrará uma solução que a todos beneficiará. O que seria excelente se não fosse apenas um sonho de criança. Uma fantasia em forma de coisa nenhuma.
Qualquer que venha a ser o futuro político a nível nacional; com este ou com outro governo qualquer, com ou sem eleições, os próximos dez/quinze anos vão ser extremamente duros, diria até dramáticos. A exigir designadamente substanciais mudanças nas autarquias, com cortes radicais nos respectivos orçamentos. Em Tomar, o problema vai ser ainda bem mais grave, visto que o actual executivo continuou a adjudicar obras bastante onerosas, quando devia ter começado a poupar logo em 2008, tendo em conta uma dívida global que já ultrapassa os 33 milhões de euros = 6.6 milhões de contos. Ou seja: fez exactamente a mesma coisa que Sócrates praticou a nível nacional, com os resultados agora à vista de todos e a inevitável vinda do FMI antes do Verão.
Entretanto, no vale do Nabão, nada se poderá fazer sem o empenhamento dos tomarenses. Infelizmente, com os tomarenses também não. É o que se pode caracterizar como uma dádiva do pau e das costas aos nossos competidores da região. Que nem sequer agradecem. Ingratos!

8 comentários:

Anónimo disse...

Ninguém anda indignado - só o senhor Rebelo e mais meia dúzia que pouco ou nada têm para fazer. No geral, a população gosta do trabalho do executivo camarário, como se vai vendo pelas votações autárquicas.

Jaques Xiráke

Anónimo disse...

O BE de Tomar tem sido tudo menos angélico e as moções foram apresentadas e aprovadas porque eram verdadeiras e porque censuravam culpados também verdadeiros.

Anónimo disse...

As moções aprovadas na Assembleia Municipal de Tomar nunca tiveram efeitos práticos à excepção da de censura ao vereador e mesmo essa demorou mais de um mês a produzir o seu efeito, por isso esperamos para ver em relação à de censura aos responsaveis do descalabro tomarense.
Mas lá que foram censurados, foram!

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

No seguimento deste seu post, e tendo muito a ver.....

A PROPÓSITO DA APRESENTAÇÃO DE UM LIVRO SOBRE O MESTRE GUALDIM PAIS, EM TOMAR, NO DIA 19/03/2011.

Uma Vergonha! - o retrato, em boa medida, do que se passa a nivel nacional de há dois anos a esta parte.

Desloquei-me a Tomar e aproveitei para assistir à apresentação do livro sobre o Mestre Gualdim Pais pelo seu autor, o tomarense Dr. Joaquim Nunes, na delegação de Turismo, R. Serpa Pinto, 1. Saí da sessão dececionado e revoltado. Num momento em que é necessário apoiar e incentivar o que surge de bom no concelho, constata-se que certas pessoas só pensam no assalto ao poder (ou defenderem as suas posiçõezinhas), mesmo depois de perderem a legitimidade pelos estragos que têm feito à democracia portuguesa. E se isto é verdade a nível do concelho, não o é menos a nível nacional.

Nesta cidade (é de Tomar que estou a falar), tive no dia 19/3/11 a completa confirmação, existe um conjunto de grupos de pessoas oficiais e oficiosas, que estão longe de tudo: do povo, dos seus interesses, das tormentas desta crise em ascensão - trata-se de camarilhas, pretensas aristocracias, cujo silêncio e desinteresse é terrivelmente devastador de quem ouse manifestar que está ali para dar o seu contributo, para ajudar.

Eles não quem estar e ver e ouvir. Eles têm medo de ser referenciados aqui, ali, acolá, qualquer sítio para onde não foram chamados pelo seu Chefe. Cuidem-se os tomarenses, pois a política local está dominada por gente assim(espíritos medrosos e egoístas). Eles não querem, sobretudo, apadrinhar seja o que for em que se sintam diminuídos. Mas diminuídos em quê? Incomodados em quê? Às vezes até penso que eles também têm livros para escrever, mas não tiveram tempo ainda...

O livro do Dr. Joaquim Nunes não era sobre um tema qualquer: era sobre Tomar, o seu fundador, Gualdim Pais, a grande e mundialmente conhecida imagem de marca da Cidade Templária. Cidade Templária, o Mestre dos Templários de Tomar, ligados à fundação da nacionalidade e ao momento alto da nossa História: os Descobrimentos. Que chatice, este tipo escreveu um livro e não pediu à nossa agremiação para o apresentar...

Quem não esteve lá e devia estar?
O Presidente da Câmara, o Vereador da Cultura.

Não tem vergonha senhor Presidente Corvêlo de Sousa em não ter ido apadrinhar o esforço de um seu munícipe (que representa), que escreveu este livro de elevado interesse, não só intelectual, mas de afirmação e divulgação da mais emblemática importância para a cidade? O Senhor devia ser alvo de uma reprimenda pública por parte da Assembleia Municipal, por indecente e má figura, por desprestigiar tão desavergonhadamente o contributo criativo do munícipe Dr. Joaquim Nunes. Já imaginou o quanto ele gostaria de ver naquela sala o Presidente de Câmara do seu concelho? Não tem perdão, e apelo à Ass. Municipal para o repreender já na próxima Assembleia. Mas quê!... Os outros vereadores e deputados municipais também lá não estiveram.

Continua..........

Cantoneiro da Borda da Estrada disse...

..Quanto a si, senhor Vereador da Cultura, não era uma reprimenda, era uma moção de censura e, se o seu presidente tivesse feito o que era esperado, devia retirar-lhe de imediato esse pelouro, pô-lo a ridículo. O senhor, politicamente, não presta, é uma nulidade, revelou ser um oportunista e cacique menor sem qualidades para o cargo que desempenha. Dê uma desculpa para não ter estado lá!

Dizem que o senhor pode vir a ser presidente da câmara!!!! Minha nossa...

Mas muita mais gente com responsabilidades devia lá estar, das associações culturais, professores do ensino académico e secundário, da hotelaria e outras, pelo menos os seus representantes, e deviam comprar um livro, com autógrafo do autor para as respetivas bibliotecas desses estabelecimentos. O quanto isto teria sido bom!

Da ausência dos representantes partidários nem vale a pena falar...

Depois de sair, passei em frente à esplanada do Santa Iria e estava lá o líder de um partido local (da governação) na cavaqueira com amigos.

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Assistiram à apresentação do livro 27 pessoas, parte das quais da organização e familiares dos que apresentaram o livro. Uma Vergonha!....Continuação

Anónimo disse...

O título aplica-se também a uma nova/velha realidade em Tomar.
Espanto dos espantos, ou talvez não, traz de novo a IFM/Platex à ribalta.
Após algumas semanas de laboração, com todos os sectores a funcional normalmente, salvo a parte administrativa que saiu de Tomar e foi entregue a uma empresa externa, eis que começaram de novo os mesmos protestos que já antes se ouviram por parte de alguns fornecedores que viram os acordos que estabeleceram a serem rompidos. Mais concretamente, quere-se dizer com isto que alguns compromissos (entenda-se pagamentos), agendados para o final do mês de Fevereiro, ainda não foram satisfeitos, levando os lesados a pensar que estará em marcha uma nova situação de "dificuldades económicas" na Platex.
Que o mercado encolheu, é verdade! Que os clientes, fartos de esperar pela retoma da actividade, se viraram para produtos alternativos, também é verdade.
O que importou acima de tudo foi resolver os conflitos laborais em tribunal, pagar aos fornecedores uma ninharia dos seus créditos, liquidar junto dos funcionários não readmitidos uma reduzida parte das suas indemnizações e salários em atraso.
Com esta medida deu-se às instâncias bancárias e ao IAPMEI bons motivos para apostar forte nesta empresa e na sua administração, bafejando-a com fortes milhões subsidiados com vista à sua "recuperação", já que se trata duma empresa exportadora, sem a qual Portugal não conseguirá resolver o défice...
Mas afinal as coisas não serão assim tão lineares. Os males endémicos do empreendorismo em Portugal continuam bem presentes.
Saído da anterior administração, Temudo Barata vive agora uma reforma dourada na sua herdade alentejana com chancela IFM, deleitando-se ao volante dos seus vários jipes, moto-quatros e Mercedes de luxo, comprados com o suor dos trabalhadores, sobretudo dos que na época de Verão, aguentavam estoicamente temperaturas de 55 a 60º centígrados nas duas linhas de produção, apesar dos portões estarem abertos de par a par.
Onde param os mais de 20 milhões que segundo parece se evaporaram ao longo de vários anos na IFM, versão I?
Onde pararão, poderemos começar a perguntar-nos e a perguntar ao nosso vizinho, os futuros milhões da IFM, versão 2?
E quanto tempo vai durar esta IFM, versão 2? Segundo os mais optimistas...talvez 2 anos!

E o cenário repetir-se-á...

Anónimo disse...

TÁ A AÍ UM CAJO QUE AINDA NÃO PERCEBEU QUE TOMAR E OS POLÍTICOS SÃO MESMO ASSIM: ESTÃO A CAGAR-SE PARA OS ARTISTAS NÃO CONHECIDOS POIS NÃO DÁ VOTOS.

MEGA MASSA PRO!

Anónimo disse...

ANTÓNIO REBELO,
VOU DE FÉRIAS EMBORA NÃO POSSO DIZER PARA ONDE SENÃO SOU DESCOBERTO PELOS INVEJOSOS TOMARENSES. NÃO POSSO DIZER QUANDO VENHO POIS NÃO TENHO, NEM EU NEM A MINHA FAMÍLIA, PRAZOS DE APRESENTAÇÃO AO OFÍCIO. NÃO SEI SE DE REGRESSO O CONCELHO ESTARÁ DESAPARECIDO DO MAPA DE PORTUGAL. A FESTA DOS TABULEIROS VAI SER UM FIASCO POIS JÁ O ESTÁ A SER. UMA FESTA SEM INTERESSE NENHUM PARA TOMAR. CERIMÓNIA DE CAGÕES E VAIDOSOS PROVINDA DE UMA TERRA DE FASCISTAS, DITADORES E OLIGARGAS QUE ALOCAM AS SUAS DESCENDÊNCIAS EM LUGARES DE RELEVO NOS INSTITUTOS PÚBLICOS E ÁREAS DE RELEVO DO EMPRESARIADO PRIVADO TOMARENSE: UMA VERGONHA E NÃO FALO EM NOMES MAS TODOS SABEMOS DE MUITA FAMÍLIAS DE CÁ QUE TOMAM DE ASSALTO CARGOS EM MUITOS SÍTIOS DESDE AVÓS, PAIS, FILHOS E ATÉ NETOS!
ATÉ BREVE ANTÓNIO REBELO E CONTINUA COM O TEU LABORIOSO TRABALHO DE SAPA E MUITA SAÚDE.
AOS MEUS ADMIRADORES OS MEUS AGRADECIMENTOS PELA SATISFAÇÃO EM ME TEREM LIDO.

MEGA MASSA PRO!