terça-feira, 22 de março de 2011

A NOSSA CRISE VISTA DE FORA

Agora que o governo Sócrates está a caminho da estocada final, prevista para amanhã na Assembleia da República, vale a pena ler os grandes comentadores internacionais, de forma a poder comparar com o que por cá se vai escrevendo. O economista, historiador e editorialista do Le Monde, Nicolas Baverez, mostra-se preocupado com o futuro da Europa, muito sombrio caso não sejam adoptadas atempadamente medidas essenciais, como por exemplo um governo económico comum ou a harmonização das contribuições e impostos. Eis parte do que escreve na edição de hoje, sob o título Reconstruir a Europa:
"Após as negociações do G20 e a devastação do Japão, a crise europeia acelera. No plano económico, a divergência exacerba-se entre o milagre alemão (crescimento de 3% do PIB, desemprego nos 7%, défice público de 2,5% do PIB, excedente comercial de 155 mil milhões de euros) e a recessão persistente dos países periféricos (de -4% na Grécia a -0,1 em Espanha, onde o desemprego ultrapassa os 20%). No plano financeiro, a Grécia não consegue escapar à reestruturação da dívida, enquanto que o novo governo irlandês pretende renegociar a ajuda externa que lhe foi concedida e Portugal persiste em diferir o recurso inevitável ao casal BCE/FMI, mesmo quando já só obtém empréstimos a 7,7% e apresenta uma dívida pública de 85% do PIB e um crescimento esperado de 1%.
A Europa terá portanto perdido todas as batalhas desde o início da crise. A batalha da retoma, em que funcionou como variável de ajustamento, devido à sobre-avaliação do euro. A batalha comercial, com o bloqueio da dinâmica do mercado único, a respectiva abertura sem reciprocidade e a sua gestão no sentido de uma política de concorrência, em detrimento da produção e da inovação. A batalha financeira,  com as sucessivas crises ligadas à dívida soberana e a um sistema bancário ainda não reestruturado e regulamentado de forma absurda. A batalha política, com a ascensão do populismo e a hostilidade para com a Europa dos seus próprios cidadãos. A batalha diplomática, enfim, com a inexistência trágica da União Europeia enquanto tal perante as revoluções do mundo árabe.
A constatação da falência, partilhada pelos parceiros da União, pelos mercados e pelos cidadãos é muito clara: Num mundo incerto e feito de riscos e de choques, a Europa age sempre demasiado pouco e  demasiado tarde. A crise vai prolongar-se até provocar a ruptura da moeda única e da Europa, se entretanto não se conseguir um acordo  global, assente em três pilares: Transformação da zona euro numa zona monetária perene, irreversível, o que implica desendividamento, competitividade económica e solidariedade financeira; permitir que a Alemanha retome a sua confiança nos parceiros europeus, condição da eficácia de tal acordo; criação de um governo económico, que constitua a base da legitimidade europeia. 
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E mesmo assim a estabilidade do euro e a retoma na Europa não estão garantidas. Com efeito, o dito plano [supervisão orçamental rigorosa, esforço competitivo centrado nos salários e na racionalização do Estado-providência, um fundo europeu de apoio, elevado de 450 a 500 mil milhões de euros, permanente a partir de 2013, uma reanimação do mercado único sob a forma de um princípio de harmonização fiscal e social (IRS e depois IRC)], comporta dois ângulos mortos: desde logo a ausência de normas precisas para bancarrotas organizadas  -às quais certos países, como a Grécia, não vão poder escapar. Depois, a reestruturação dos bancos, cujos activos tóxicos deveriam poder ser comprados pelo fundo europeu.
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O encontro entre a Europa política à francesa e a Europa económica e monetária à alemã só será duradoira se a recuperação francesa vier completar o renascimento económico da Alemanha reunificada."

E os socialistas/socratinos tão preocupados com a queda de um governo minoritário, que a bem dizer já deixou de governar há vários meses, para se dedicar exclusivamente à elaboração de embustes tendentes a tentar ludibriar os europeus do norte...

3 comentários:

Anónimo disse...

Eu hoje venho aqui falar
duma coisa que me anda a atormentar
e quanto mais eu penso mais eu cismo
como é que gente tão socialista
desiste de fazer o socialismo
é querer fazer arroz de cabidela
sem frango nem arroz nem a panela

Anónimo disse...

Antevisão de novo governo,pós-eleições:

1º Ministro - Dr. Camaleão - maçon às segundas,quartas e sextas e Opus nos restantes dias

Restante ministério:

4 ministros maçons PSD - GLRP - beatos.
2 ministros Opus PSD - beatos a sério e de casta,tipo Mota Amaral.
4 ministros maçons PS - GOL - ex beatos,ateus ou agnósticos de fachada.
3 ministros Opus do CDS - beatos tipo Bagão Félix.

APÊNDICES DE SOBERANIA:

PGR - Grão mestre do GOL
PRESIDENTE DO STJ - Papa da Opus
Presidente do TC - Escolhido pelos dois anteriores.

Glória ao FUNGÁGÁ !........

Anónimo disse...

Que caia o governo.
Que venha novo governo.
Com mais austeridade.
O povo vai empobrecer alegremente.
Mas vai estar feliz.
Façam mais uma moção de censura "à tomarense".
O povo vai ajudar os ricos a serem mais ricos.
Mas vai ficar feliz.
Não rima mas é verdade.
Neste país, onde, diz um candidato, até o Sporting recebe dinheiro do Banco do Vaticano, só podemos rir com tanta miséria de Espírito.